quarta-feira, abril 15, 2009

Poema

Domínio Vazio

Tenho três tempestades dentro de mim à boca de rebentar,
ranger dentes;
Tenho-as em aleluias, em aleluias de santo, as tempestades a ranger dentes dentro de mim, a bailar como as deusas em fúria nos cabelos grissalho-brancos de Neptuno;
O meu Neptuno dorme e corrói-me;
Dorme como um tronco de madeira podre na pobre floresta apodrecida;
Dorme e tudo rebenta à sua volta, mas ele é o santo, o santo que destrói a dormir;
Mil aleluias ao santo, levantai-vos, dai as graças e dançai com as musas no meio do mar enquanto rangem tempestades dentro de mim.
Entretanto o céu caiu, o sol dissolveu e apagou-se no mar e o mar engoliu quase tudo.
E aqui Neptuno acordou para um domínio vazio.

13/2/09

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