segunda-feira, setembro 29, 2003

Quais são os fundamentos da Comédia Negra, I wonder.
Tive, para aí, a quarta ideia para usar no nanowrimo deste ano.
Nunca fiz uma comédia negra... acho.
Bem, ladies and gentleman! Quem se atreve a participar comigo no nanowrimo deste ano!
As inscrições abrem a um de Outubro.

Circular data no calendário a vermelho.

"What: Writing one 50,000-word novel from scratch in a month's time.

Who: You! We can't do this unless we have some other people trying it as well. Let's write laughably awful yet lengthy prose together.

Why: The reasons are endless! To actively participate in one of our era's most enchanting art forms! To write without having to obsess over quality. To be able to make obscure references to passages from your novel at parties. To be able to mock real novelists who dawdle on and on, taking far longer than 30 days to produce their work.

When: Sign ups begin around October 1, 2003. Writing begins November 1. To be added to the official list of winners, the 50,000-word mark must be reached by November 30 at midnight. Once your novel has been verified by our web-based team of robotic word counters, the partying begins."


Não, não é preciso escrever em inglês. Até se pode escrever em esperanto, latim, klingon se nos der na telha. No ano passado escrevi em português. Nota: fui a única.

LIVRO SOBRE BLOGUES

Lançamento: Mercado da Ribeira
15 de Outubro, pelas 19 horas.
Lisboa


Favor passar a palavra :)

sexta-feira, setembro 26, 2003

O raio da netcabo só funciona como deve ser na minha zona a partir das 10 da noite. Não sei o que se passa.

quinta-feira, setembro 25, 2003

(O que faz falta é animar a malta, o que faz falta..)

É.

Recado: SPA, não me desiludas.
'Tou down, deprimida. Bolash...
Cá vai um poema para animar. (Ó, tão lindo. Ó.)

::.THE ROAD NOT TAKEN.::

Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;

Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,

And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.

I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood and I -
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.

ROBERT FROST

terça-feira, setembro 23, 2003

PRESCRIÇÃO

Uma liberdade verdadeiramente livre
com flores de cerejeira na boca de pássaros
é algo que por cá pouco se serve
porque não existe um par de braços
suficientemente grande que a albergue.
Uma liberdade verdadeiramente livre
que nos livros não nasça
(pois seria começar o fruto não
pela semente, mas pela casca).
E já sabem da Justiça? Da Lei?
Da Verdade?
Neste país de merda tudo
prescreve - menos a saudade.
(Alto lá! Avisam-me que me podem
processar por dizer o que toda
a gente sabe.)
Da liberdade ninguém se livra!
(Pelo menos não da sonhada.)
Nestas leis celeradas que se descumprem
o nosso país se desfaz.
Um dia, aqui, quero ser livre de ser feliz.

2/2000

segunda-feira, setembro 22, 2003

Só agora vi os comentários no sistema Comentar.com.br.
Ghostboy: obrigada, mas já mudei de ideias. Eu tentei usar o javascript de imagens radom. Não funcionou. É melhor deixar a template quietinha, ainda me morde :P
Jacky: obrigada :)
Caríssimos cibernautas que tropeçam no meu blog procurando o Muito Mentiroso. Eu não tenho o link para a/s criatura/s. Aquilo é treta, é desinformação. Pessoas inteligentes não vão ler aquilo. Não vale a pena. Pessoas inteligentes, como os senhores que chegam ao Escrita pelo Google, fazem coisas inteligentes. E não é inteligente ler o MM.

E por aqui me fico.

P.S. Querem um conselho? visitem este blog antes: http://maisoumenosmentiroso.blogspot.com/

domingo, setembro 21, 2003

Tirei o sistema de comentários Comentar porque me parece que estava a atrasar a abertura da página.

sábado, setembro 20, 2003

Gostaria que aparecesse uma nova imagem ali ao lado cada vez que se entrasse na página. Como é que isso se faz, alguém sabe? Há algum programinha pequeno que faça isso e que eu possa incluir na template?
Yay! Consegui pôr os arquivos nesta página! Estão lá em baixo.
Abaixo fica um conto que já escrevi há uns anos. Não me consigo lembrar é se já o tinha colocado no blog...
Carga d'Ossos


Falar com bonecas de porcelana não é tão difícil como parece. As bonecas de porcelana são dóceis, mansas, não mordem nem arranham como feras enjauladas ou políticos catapultados do governo para a oposição. Elas têm olhos grandes e expressivos, pestanas encaracoladas e sobrancelhas finas, delineadas com cuidadoso rigor na testa de marfim rosado. Sorriem como Mona Lisa. São lindas, prestáveis e sabem contar histórias. Se Deus inventou o homem, segundo uma crença judaica, porque gostava de ouvir histórias, o homem inventou as bonecas de porcelana.
Tenho várias. Todas me distraem com gracejos, contos e máximas. A minha preferida, no entanto, é a de cabelos anelados de cor de avelã. A Suzy. Quando lhe tapo os olhos e depois retiro a mão, as lagoas negras do centro diminuem até se sintonizarem com a luz ambiente. Uma das histórias que me contou foi a de um rapaz, apaixonado por uma rapariguinha feia e magrela. Carga d’Ossos, chamavam-lhe. Ora era costume no local onde viviam comprar a noiva ao pai por um tanto número de vacas. A média andava nas três vacas, sendo as mais feias trocadas por uma e as top models do sítio atingiam o número astronómico de cinco vacas. Quando iam ao mercado as mulheres, vaidosamente, trocavam informação recíproca do número bovino que o pai recebera em troca da sua cedência.
«Três vacas», dizia uma. «Quatro vacas», adiantava outra. «Duas vacas», sussurrava alguém. Esta recebia logo olhares de desprezo das suas congéneres.
O rapaz apaixonado não queria que a sua Carga d’Ossos recebesse quotidianamente semelhante humilhação. Por isso trabalhou, poupou, mourejou e certo dia, num pôr-de-sol belíssimo em que o astro-rei dourava as núvens que o encobriam, coando-lhe os raios (Deus é um tremendo artista), pôs-se a caminho da casa da amada. O pai dela recebeu-o espantado. Atrás dele alinhavam-se sete reluzentes vacas. O rapaz pediu-lhe a filha em troca, pedido prontamente aceite pelo pai, apesar de no íntimo julgar que o rapaz não devia bater bem da bola. Afinal sempre pensara que, mesmo oferecendo as vacas que era suposto receber, jamais conseguiria encontrar um marido para a filha. Enganara-se, está visto. Carga d’Ossos não compreendeu o gesto, mas a incompreensão reforçou-lhe o sentimento de gratidão profunda que lhe brotava do peito, como uma flor que via pela primeira vez a cor do céu.
Casaram. Suzy disse-me que aquele obrigado imenso, puro, cristalino desabrochou noutra coisa, nalgo que vive e morre todos os dias, como o sol, que renasce depois da noite e hiberna no coração dos homens enquanto eles dormem. «Acho que vocês chamam a isso amor.»
Um ano depois Carga d’Ossos era considerada, por mérito próprio e não devido à oferta de sete vacas (apesar de sete vacas comprarem muito respeito), a mulher mais bela das que se iam abastecer ao mercado.
«Quem te contou essa história? Foi outra das bonecas de porcelana? A Donnyazade?», perguntei-lhe.
«Não. Li no Reader’s Digest.»


Peso

Se o Tempo tem 'peso' então ele estaria presente na Realidade (e seria possível demonstrá-lo?). Ou: a Realidade é ela mais o peso do tempo.
(Nota: não percebo pevide de física, matemática, física quântica. Estou só a brincar, isto é, a pensar, a mente voa...)
A Realidade seria outra se não tivesse o 'peso' do Tempo? A Realidade que percebemos é ela mais o 'peso' do Tempo? O Tempo interaje materialmente com a Realidade? O Tempo não existe (penso). Existe a nossa necessidade (ou a necessidade da mente) de lidar com a Realidade - inventando o Tempo.

[Nevermind.]
[Bou dormire.]

quinta-feira, setembro 18, 2003

Hoje sonhei com o Abrupto.
....
Achei estranho. Fui ao blog. E encontrei esta entrada (tenho de transcrever parte porque o permalink não funciona. Há que republicar periodicamete o blog para que todos os links funcionem):

"A ARMA DA DESINFORMAÇÃO

Ao irem ao Muito Mentiroso (MM) procurar “informação” as pessoas caiem num logro. O MM não tem informação, tem desinformação, o que é uma coisa completamente diferente. Desinformação, uma arma muito usada pelos serviços secretos soviéticos que eram especialistas na matéria, e que polícias e agentes secretos conhecem bem, consiste numa mistura cuidadosamente doseada de factos verdadeiros e falsos, insinuações e meias-verdades com verdades inteiras, tendo como objectivo determinados resultados. (...) Quem pensa que consegue separar dali as verdades da ganga da mentira, é um ingénuo. (...) As pessoas tornam-se colaboradoras do autor (ou autores do Muito Mentiroso) porque inevitavelmente vão acabar por interiorizar o que lá está e lhes parece verdadeiro, ou porque o suspeitassem ou porque lhes parece plausível. E vão acabar por repeti-lo, infectando mais gente com boatos e calúnias, realizando o único objectivo do autor do MM que não é “informar” os portugueses de algo que lhes escondem, mas manipular a sua opinião a favor de uma tese sobre o processo da pedofilia. As pessoas tornam-se parte de uma arma e essa arma dispara."


Leiam. Interiorizem. Cada vez que sentirem vontade de ir ao Mentiroso, releiam-na.
Adoro estes desenhos animados :)

(Deixa ver se o hot-linking dá...)



Oh, l'amour.
(She is shy. Lol.)

Update: tive de alterar a imagem. Há mais abaixo.





Enneagramfree enneagram test



Quanto à SPA... espero para ver.

terça-feira, setembro 16, 2003

Mas quem é que são estes filhos da puta que mostram uma velha (idosa; elemento da 3ª idade; pessoa já de uma certa idade ou de idade avançada) na cama a ser vítima de alegados maus tratos e chamam a isso informação? Informação é ir às causas, seus cabrões, e não tratar consequências como a notícia em si. Informar não é apelar à puta da lágrima fácil, suas bestas. Informar não é tratar os telespectadores como crianças acéfalas. Nós pensamos. Nós temos cérebro e usamo-lo! Sim, é verdade. Ainda não nos desabituaram desse pérfido acto: reflectir. Porque raio mostra a (inserir a sua televisão aqui) pseudo-notícias destas? Por causa da merda das audiências. As audiências, canalhas a fingirem-se jornalistas, são o instrumento usado para atrair receitas publicitárias. Quanto mais audiências têm, mais dinheiro a estação ganha. Simples matemática, suas alimárias, nós ainda sabemos fazer contas. Era bom que não soubéssemos, não era? Não responderam, depois de despertar o animal cego do linchamento nos espectadores, a perguntas do género: porque é que ela está ali? Porque é que as autoridades não a tiraram dali? Será por não funcionarem? Meu Deus, será isso?! Porque é que um homem, que me pareceu mentalmente instável, é deixado a tomar conta da mãe idosa? E há mais perguntas. Imensas. Sobre a estrutura do país, por exemplo. Adiante. Tenho esta particularidade, sei lá, mania talvez; mas cultivo por sistema o hábito de não julgar ninguém. Considero não ter o direito de olhar para uma pessoa e, por pior que ela se apresente ou que os seus actos dêem a entender, julgá-la. Na minha mente prevalece sempre a ideia: deve haver uma razão para isto, eu é que não a conheço; ou: o que terá levado a isto? Qual será o passado desta pessoa, a sua história e experiências pessoais? Seus cabrões: informar não é mostrar imagens que apelam ao animal dentro de nós. Façam o vosso trabalho como deve ser. Ou regressem à escola para reaprender a fazê-lo. Não misturem alhos com bugalhos. E não se atrevam a dizer-me que Sentem, que é a Emoção que vos conduz, quando apenas o fazem por DINHEIRO.
Pulhas.


segunda-feira, setembro 15, 2003

Hoje já não escrevo. Que porra. Sabem aqueles dias em que vem uma chatice atrás da outra? Neste caso as chatices eram bípedes. Tive de aturar uma pessoa, que não vou nomear, mas que tem um apurado uso da chantagem emocional. Ora eu respondo a isto com irritação, impaciência, fúria amordaçada. Estive a aturar essa pessoa três horas. Depois mais tarde (soube) dirigiu as baterias lacrimais para outro alvo e eu senti-me ainda mais irritada.

É nesta altura que me aparece uma amiga em casa.

Sem telefonar primeiro.

Ora eu gosto que me avisem antes de cá virem. Manias minhas. Não a tratei lá muito bem. Bom, fui malcriada. Ela não está habituada a que eu o seja. Duvido que me apareça cá outra vez sem telefonar. Ou de todo.

Mas o que me aborrece nisto tudo é que não estou na disposição de escrever hoje. Comecei um livro novo no início do mês. Deliberei: todos os dias escreves, cumpres a quota. Pois. Acho que vou ter de pendurar um poster enorme à minha porta para que todos se compenetram de que estou a escrever: Favor Não Foder Juízo À Autora. A gerência agradece.

Raiva, pá... vou tomar um banho a ver se acalmo. Mas estou quase certa de que hoje não escreverei.

quinta-feira, setembro 11, 2003

Pena de morte. Pensamentos dispersos. Ou: contributos para (parece mais intelectual).

- Ao matar um ser humano para castigá-lo pela morte de outro entra-se em paradoxo. A razão perde a lógica. O justiceiro torna-se assassino.
- Ao matar uma pessoa corta-se qualquer possibilidade da mesma evoluir, perceber os seus erros. Essa pessoa não poderá mais contribuir para os outros.
- Mata-se para castigá-la e, empiricamente, evitar que ela volte a magoar, a causar mal a outros seres humanos. Pergunto: como o faria se já está presa?
- Essa pessoa tem família. Muitas vezes filhos. Não se mata apenas o assassino: mata-se o pai desses filhos, o marido, o amigo. É justo castigar os filhos pelo mal dos pais? O teu pai era tão mau (para os outros, não para ti) que to vou tirar. Não me interessa se precisas dele ou não para te transformares num cidadão pleno (em qualquer área da tua vida, incluindo a emocional).
- Quem o mata julga-se Deus. Não é. Não existe ninguém à face desta miserável/maravilhosa terra que seja superior a outra criatura humana. Ninguém, seja lá a razão que tiver, tem o direito de tirar uma vida humana.
- Quem o fizer irá, acredito, inevitavelmente, encontrar a pessoa que condenou à morte. E terá de enfrentar a vergonha. E, espero, será obrigado a sentir todo o mal que provocou. Nisso consiste o inferno (suponho, presumo, desconfio): experimentar na pele toda a minúscula dor que fizemos sentir aos outros.
- A única coisa que me causa grande orgulho em ser portuguesa é não termos pena de morte. Acho que o restabelecimento da mesma seria o único motivo que me faria publicamente manifestar-me.
- Matar é errado. Honestamente pensava que todos o sabiam.
- Em posição de poder, se me apresentassem mil Hitlers, com contagem de cadáveres proporcional - quero pensar que seguiria os meus princípios. Quero pensar que teria essa coragem. Quero pensar que seria incapaz de me afundar no ódio, na raiva, na vontade vingativa.
- Às vezes tenho a impressão que, a ser possível, aqueles que condenam outros seres humanos à morte, matá-los-iam um milhão de vezes. Over and over again. Tenho a impressão que se pudessem dar essa dor aos condenados - mil vezes matar-te e ressuscitar-te para te matar de novo - não hesitariam.

(Work in progress.)

Olha tanta coisinha nova que o blogger acrescentou :)
É pena a correção ortográfica ser apenas em inglês.

Gostava também que acrescentassem a possibilidade de fazer download do blog inteiro.
CURRICULUM VITAE

Desde criança fugir de casa era uma tentação. Mas dizia a
mim próprio que antes de aprender a utilizar um abre-latas,
ler um mapa e dar corda ao relógio não podia aventurar-me
sozinho a correr mundo.

Não fugi de casa. Não uso relógio. Já sei utilizar razoavelmente
um abre latas e não me oriento mal com a ajuda de um
mapa, mas nunca fugi de casa.

Não li os sacrossantos Pound e Eliot. Li o miúdo de Charleville
e esqueci a sua obra completa num beijo. Por isso, atrever-me-ia
um dia a dizer-te: não procures cúmplices. É melhor
acreditar num Deus barbudo do que divinizar manuais
de retórica. Mas nem nesse caso esperes salvação.
Não mendigues nunca.

Então Foge.

Jorge Riechman in Poesia Espanhola de Agora, vol. II
Relógio D'agua, edi. bilingue.

quarta-feira, setembro 10, 2003

Como rejeitar manuscritos: o método americano :P

It's funny.

Quer dizer, é e não é :P

(Gostava de saber o método tuga.)

terça-feira, setembro 09, 2003

A democracia (...?) americana é tão linda. Ver exemplo abaixo.



(Link)


Vejo os olhos do homem (que é lindo), mas não lhes percebo a cor.




(Link)

Tem queixas?
As coisas que a malta aprende! Até já sei dizer palavrões em latim!

Isto é útil para o próximo irrumator que me passe alguma multa...

Ora imaginem o diálogo:

- Fáxavor, os documentinhos.
Eu, um sorriso inocente estampado na cara, digo:
- Pudor tu. Aqui tem.
- O BI não está válido, vou ter de lhe passar uma multazinha.
- Spucatum tauri! Tu es stultior quam asinus!

Era giro.

(Via Eternos.)

domingo, setembro 07, 2003

Estou a divertir-me, senhores, a divertir-me!
Inventei uma personagem que vai além de mim própria e possui, intuo-o (espero-o, exijo-o!), a incapacitante capacidade de me surpreender! É um corno, cabrão de primeira, é mau como as cobras, faz chorar as pedras da calçada porque as arrebenta com as biqueiras dos sapatos. É uma personagem grande, espero, e poderá manter-me ocupada durante uns tempos. Não revelo o nome do gajo, tenho medo que mo roubem ou que ele fuja. Suspeito que inúmeras vezes escapou a autores incautos que deixaram a janela aberta.

Estava eu a escrever sobre cemitérios, vermes, muco e morte quando a cabra da gata me salta de rompão para o quarto, apoiando o peso na porta encostada! Assustou-me, filha da mãe. Pulei da cadeira.
- Porra!
Vinha a perseguir uma mosca.
A gaja limita-se a um olhar inocente, os olhos verdes transfigurados em dois enormes sóis negros.

VASCO GRAÇA MOURA
«Prestígio de Luís Rebelo é uma mais-valia»


Pres... (ai que me engasgo toda) PRESTÍGIO?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!
Mas este gajo 'tá a gozar ou quê??!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!

O meu dedo mindinho diz: mais outro...

Enfim :/
[/Lola out.]

sábado, setembro 06, 2003

Chiça, 'tava a ver que não, o Blogger anda com gripe ou que raio?!

Bom... estava a pensar mudar de template - again. Gosto desta, mas tenho vontade de alterar o layout. Vou esperar mais uns tempos e logo vejo se modifico ou não.

terça-feira, setembro 02, 2003

Andam com falta de ideias para escrever?
Olham, vazios, para a eterna folha em branco?

Não desesperam! chegou a Musa Instantânea!
My Bloginality is INTP!!!
Bem, meus lindos, como não tenho nada de original para vos dar, aqui fica um poema.


IN MEMORIAM

«Requiem aeternam dona eis,
Domine, et lux perpetua
luceat eis.»

Que a terra lhe seja pesada.
Que lhe apodreça o corpo e os olhos fiquem vivos,
Se lhe soltem os dentes e a fome fique intacta
E a alma, se a tiver, que lha fustigue o vento
E arrase com ela a memória gravada
Na lembrança demente dos que o choram.

Que a mulher que foi dele oiça o vento na noite,
Cheio de ossos e uivos
E garfos aguçados
E que reparta o medo com o primeiro intruso
E o vento se insinue pelas portas fechadas
E rasteje no quarto
E suba pela cama
E lhe entre no olhar como estiletes de aço,
Lhe penetre nos ouvidos como agulhas de som,
Lhe emaranhe os cabelos como um nó de soluços,
Lhe desfigure o rosto como um ácido em chama.

Que a mulher que foi dele oiça o vento na noite,
Que a mulher que foi dele oiça o vento na cama!

Que o nome que era o seu o persigam os ecos,
O gritem no deserto as gargantas com sede,
O murmurem no escuro os mendigos com frio,
O clamem na cidade as crianças com fome,
O soluce o amante de súbito impotente,
O maldigam no exílio as almas sem descanso.

Que o nome que era o seu seja a bandeira negra,
A pálpebra doente,
O vómito se sangue.

Que o gesto que era o seu o imitem as mães
Que se torcem de dor quando abortam nas trevas,
O desenhem a lume os braços amputados,
O perpetue o esgar dos jovens mutilados,
O dance o condenado que morre na fogueira.

Que o gesto que era o seu seja o punhal do louco,
A arma do ladrão.
A marca do vencido.

Que o sangue que era o seu o farejem os cães
Nas veias de seus filhos.
Que o sangue que era o seu se lhe veja nas mãos,
E lhe aperte os pulsos como algemas de lodo,
Lhes carregue o olhar como um sopro de infâmia,
Lhes assinale a testa como um escarro de fogo,
Lhes atormente os passos como um peso de lama.

Que o sangue que era o seu seja o rictus da tara,
A máscara de sal,
A vingança do pobre.
E que o Exterminador, no seu trono de enxofre,
O faça tilintar os guizos da tortura
Até que o mundo o esqueça
E mais ninguém o chore.

José Carlos Ary dos Santos