domingo, março 13, 2011

A MANIFESTAÇÃO DE 12 DE MARÇO DE 2011

(Escrito no dia 12 às 16h45.)

Lá vou eu à Revolução! Bom – manifestação, melhor dito – mas isto nunca se sabe...
O Metro, por ser Sábado e a esta hora, 'tá pouco cheio. Eu nunca vou a revoluções. Nem a manifestações. Sou muito doméstica. Prefiro assistir pela têvê, sem riscos de bastonadas. E ossos partidos e prisão. Tinha feito planos para ir e já vou um pouco tarde, mas apenas porque só recebi o carro hoje (foi para o mecânico que fez revisão e o levou à inspecção). Afinal trouxe-mo à pouco e eu fiquei toda contente – já posso ir à Revolução! (Quer dizer – manifestação, mas quem sabe falte pouco, um empurrãozito...). Não que eu deseje, necessariamente, uma revolução. Gostaria que as coisas se revolucionassem, sim – mas às boas, sem crânios rachados.

***
Ok, é altura de confessar: acho que fiquei tão-somente vinte minutos. Sou uma pessoa bué corajosa, eu sei. Saí no Marquês de Pombal e caminhei por toda a Av. da Liberdade. Faltava pouco para as cinco da tarde. Quase ao pé dos Restauradores é que estava a grande concentração de massa popular. Até lá fui vendo a polícia municipal, as carrinhas da PSP (o Corpo de Intervenção), a malta que tirava fotos no meio da avenida (cortada ao trânsito). Vi também gente que, farta da revolução, vinha para cima, e toda uma série diversa de pessoas. Cá mais para baixo já se ouvia o ruído, a música. Vi uma rapariga a acenar uma bandeira negra. Ela e o resto do grupo deviam ser anarcas. Ou isso ou piratas. Vi jovens em cima das paragens de autocarro, para conseguirem ver bem tudo. Muitos outros, no chão, tiravam fotos e filmavam. Uns jornalistas, outros não necessariamente (só agora penso que talvez pudessem pertencer à SIS). No geral era tudo muito tranquilo e civilizado. Havia quem bebesse cerveja (gratuitamente distribuída, alguma, parece). Um senhor que vendia castanhas até tinha fila! Aliás, sentia-se no ar o cheiro característico das castanhas assadas (que é sempre bom negócio quando se fazem revoluções).

Começou a haver cada vez mais gente. Houve quem levasse os filhos pequenos. Quando eu comecei a ter dificuldade em caminhar e o passo ficou lento e a multidão mais aglutinada (sem pânicos, reitero), eu comecei a ter medo.
E decidi pirar-me.
Entrei na estação do Metro dos Restauradores e.
Fui ao El Corte Ingles.
(Vergonha, eu sei...)
E por aqui ficou o meu dia revolucionário. Podia ter avançado com o resto da malta mais tempo, ter ficado e participado mais, mas tive medo – porventura infundado. Foi a minha primeira manifestação. Tenho uma certa alergia a confusões. Irei ao youtube. Certamente haverá um montão de vídeos.
Até à próxima revolução, meus amigos!
(Estava a pensar em ir à do dia 19 de Março também, humm...)

2 comentários:

Érrémérrcê disse...

Vai haver outra dia 19? dessa não sabia. "Uma manifestação por dia nem sabe o bem que lhe fazia!"

Em Portugal, nunca haverá grande violência neste tipo de coisas, só se for um jogo do Benfica ou assim.

Dunyazade disse...

Mas num jogo do Benfica é compreensível! hehehe.

Sim, penso que no próximo Sábado há outra!

Isto devia ser todas as semanas a partir de agora - a sério.