Acho que já percebi uma coisa. Ao fim de anos!, só hoje percebi que escrever mal não tem importância. Que se lixe, que se dane, que se f*da. (Foi só para vos captar a atenção, hehe...).
Nunca me tinha dado conta, antes, do maldito editor que partilha a consciência comigo e que se activa mal eu agarre na caneta ou no teclado. (Honestamente, não sabia que ele estava lá.)
E só hoje, também, realizei (no sentido de entender, à inglesa), de maneira clara, que apenas o hábito diário me fará escrever melhor. Nada mais e nada menos do que escrever todos os dias para que, um dia, escreva como deve ser. Só escrevendo todos os dias - e sim: mal! - conseguirei algum dia calar o editor.
Sabem quando a gente sabe uma coisa e não quer saber que a sabe? Quando prefere não tomar conhecimento dela? Eu já sabia isto, mas escondia-o no fundinho da mente, no sotão, nas águas furtadas da consciência.
Escrever mal não importa porque escrever é criar. Criar é uma actividade superior à de permanecer frente à tv, com a desculpa que a “inspiração” não bate. A inspiração doma-se, i. e., convoca-se mercê da escrita diária, boa ou má.
Posso escrever mal. Uau. Que alívio.
É que eu não sabia, percebem?
(Note to self: amanhã arrumar a cozinha.)
(Alternativa: casar com gajo rico com money suficiente para contratar empregada doméstica último modelo.)
(Última ansiedade/desejo que me afastará do Nirvana nas próximas encarnações: Eu Quero Um Alphasmart!!!!!)
(Edição de última hora: aceitam-se doações de empregadas domésticas. Falar com gerente do blog.)
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Criar o hábito diário da escrita tem muito de semelhante com criar o hábito de ir correr ou fazer ginástica todos os dias. No primeiro dia, depois de cinco minutos de corrida, estamos estatelados no chão a pedir misericórdia. Mas, pouco a pouco, custa-nos menos e talvez ao fim de um mês uma hora a correr sem parar já não pareça grande sacrifício.
É igual com a escrita. Se não existe o hábito, encher uma mísera página A5 será assaz difícil, mas se nos obrigarmos todos os dias a escrever, ao fim do mês talvez nos surpreendamos agradavelmente ao notar que acabámos de escrever três páginas A4 de um lado e doutro.
Criar hábitos. Mantê-los. That's it.
[Ouvindo: Sting, “that's not the shape of my heart”.]
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