E S C R I T A
Escrita: (Latim - scripta). Substantivo feminino. Representação de palavras ou ideias por meio de sinais. 2. Acto ou efeito de escrever. 3. Arte de escrever. 4. Exercício escolar de caligrafia. 5. Maneira pessoal de escrever. 6. Escrituração comercial. Acádica. Diz-se da cuneiforme na sua forma primitiva. Alfabética. A escrita alfabética é maiúscula e minúscula: a primeira é constituída por letras compreendidas entre duas linhas paralelas, e a segunda, composta de letras de altura diferente, compreendidas entre quatro linhas paralelas. Braille.Código universal de pontos em relevo, inventado por Louis Braille e empregue nas publicações para os invisuais. Baseia-se na “célula Braille”, que consta de um máximo de seis pontos e permite um total de sessenta e três caracteres, os quais correspondem às letras do alfabeto, aos números e aos sinais de pontuação. O sistema inclui símbolos e abreviaturas para várias palavras e expressões de uso frequente. Foi também adaptado para representar os símbolos químicos e matemáticos e a notação musical. Cuneiforme. A utilizada pelos escribas da antiga Mesopotâmia, baseada em caracteres em forma de cunha. Francesa ou Carolíngia. Atribui-se a sua origem à reforma caligráfica operada na escola palatina, estabelecida no palácio de Carlos Magno. Caracteriza-se pelos traços rectos, pela ausência quase total de ligação entre as letras e por um grande número de abreviaturas. Redonda. Aparece em documentos portugueses do séc. XV, caracterizando-se pela forma arredondada dos contornos e pela natureza regular e clara do seu traçado. É mais estreita e esguia que a francesa que lhe deu origem.
ESCRITA (primeira acepção). Constitui o passo mais importante e decisivo do Homem na sua transição da barbárie para a civilização. Trata-se de um avanço cultural recente. Embora alguns arqueólogos pretendam descobrir sinais de escrita entre os restos do Neolítico, concorda-se, geralmente, que as mostras mais antigas datam do quinto milénio a. C.
Evolução. Talvez os mais remotos antecedentes da escrita tenham de se buscar em artifícios usados pelo homem primitivo para recordar determinadas coisas. Sabe-se que muitos povos primitivos, de tempos mais recentes, recorreram a tais artifícios. Os cinturões de avelórios dos índios norte-americanos, as cordas nodosas dos índios peruanos, servem, entre outros, de exemplos eloquentes. O primeiro avanço sobre os processos mnemotécnicos acima referidos consistiu provavelmente na pictografia, que permitia transmitir mensagens por meio de uma série de imagens. Gradualmente, os contornos destas imagens foram sendo abreviados e estilizados, e muitos sinais adquiriram valor metafórico (o Sol, por exemplo, significaria “esplendor”) e os nomes de certas imagens foram sendo combinados para representar o som das palavras da linguagem falada. A esta fase de desenvolvimento linguístico correspondem as primitivas inscrições cuneiformes e os hieróglifos egípcios, em que se representam símbolos em vez de sons.
Práticas de escrita. Nas línguas semíticas escrevia-se da direita para a esquerda; nas indo-europeias, com algumas excepções, da esquerda para a direita. Isso devia-se a uma espécie de orientação cultural de tipo místico: os escribas semíticos colocavam-se de cara para o Sul e escreviam de Oeste para Este, ponto de onde provém a luz solar; os escribas sacerdotes das áreas setentrionais, que se colocavam de cara voltada para o Norte, iriam, na realização dos seus trabalhos, dispor os signos da esquerda para a direita, se quisessem encaminhá-los em direcção à origem da luz. Os Gregos primitivos escreviam da direita para a esquerda. Durante algum tempo os Gregos utilizaram um estilo denominado boustrophedon (forma como uma junta de bois muda de direcção ao arar), em que se escrevia uma linha da direita para a esquerda e a seguinte no sentido inverso. Grande parte da escrita chegada até nós aparece em forma de inscrições sobre a pedra ou metal. A escrita cuneiforme era gravada em tábuas de argila que, por cocção, se convertiam em ladrilhos. Os Egípcios escreveram com tinta sobre o papiro, que demonstrou ser um dos materiais de escrita mais duradoiros. Não obstante, a maioria dos antigos manuscritos está registada sobre pergaminho, pele de vitela, cabra ou ovelha. O papel, utilizado antigamente pelos Chineses e Japoneses, na Europa só se generalizou no séc. XVIII. Nas suas actividades correntes os Gregos e Romanos escreviam sobre pequenas tábuas de madeira, revestidas de cera, com a ajuda de estiletes de madeira, metal ou marfim.
Na índia antiga, bem como na Birmânia, Ceilão e Java, o material de escrita tradicional era a folha de palmeira, em que se gravava com um instrumento pontiagudo. A palavra inglesa book (livro) procede do anglo-saxão boc (faia) e alude ao costume de realizar as inscrições rúnicas em placas de faia.
Caligrafia. O instrumento utilizado na escrita supõe sempre um factor importante na formação dos caracteres. os sinais ideográficos chineses e os hieráticos egípcios, desenhados a pincel, são pesados e grossos. A pena de ave, de uso geral na Idade Média, produzia um risco fino e delgado. No grego primitivo usavam-se exclusivamente maiúsculas. As minúsculas utilizadas hoje terão sido introduzidas gradualmente pois nos manuscritos do séc. V ainda aparecem misturadas com as maiúsculas. Já no séc. IV d. C., os Romanos praticaram uma escrita corrida, em que se misturavam unciais ou maiúsculas e caracteres cursivos. No séc. IX aparecem as minúsculas carolíngias, com o que se conseguiu uma escrita miúda, que foi adoptada na Europa e se transformou na base dos estilos mais modernos da escrita.
Na Idade Média a escrita manual floresceu como arte menor, daí resultando que a clareza e a precisão viram-se frequentemente ameaçadas pela voga do estilo florido - ornamental, mas ilegível - utilizado nos manuscritos iluminados. O interesse pela boa letra declinara já na época de Shakespeare e durante centenas de anos os gentlemen ingleses mostraram desprezo pela escrita clara e legível por a considerarem própria de amanuenses incultos. O calígrafo norte-americano Platt Rogers Spencer (1800-64) criou um belo estilo de escrita que durante muito tempo foi popular nas escolas estado-unidenses. A esta escrita sucedeu nas escolas uma outra mais prática, lançada por Austin Norman Palmer (m. 1927). O advento e generalização da máquina de escrever retirou prestígio à caligrafia, que perdeu o carácter de exercício primordial nas escolas.
A crença de que os traços pessoais se reflectem na escrita deu origem ao estudo conhecido pelo nome de grafologia.
Escrita Cuneiforme. A escrita cuneiforme foi utilizada principalmente pelos Acádios e Sumérios e pelos povos submetidos à sua influência.
Origem. Segundo as teorias modernas, a escrita foi inventada pela primeira e talvez única vez no S. da Mesopotâmia, de onde passou ao Egipto e à Pérsia. As primeiras representações gráficas (encontradas ao nível Uruk IV) reduzem-se a simples placas com animais. Na Mesopotâmia o material mais à mão para escrever era a argila, sobre a qual se traçavam incisões com canas cortadas em secção triangular, que produziam a marca característica em cunha. Ora, essas incisões eram pouco aptas para reproduzir figuras e linhas curvas. Por isso os escribas abandonaram rapidamente o sistema pictográfico (já em desuso por volta de 2500 a. C.), embora as inscrições solenes em pedra continuassem a imitar durante algum tempo os antigos caracteres. Por outro lado, os signos foram sendo reduzidos até o seu número se estabilizar na casa dos seiscentos. Daqui passou-se a uma importante inovação intrínseca: a fonetizacão ou uso de signos representativos de umas palavras para expressar outras - inclusive abstractas - e até sílabas sem significado próprio, cuja fonética era idêntica ou similar. Assim, a palavra escrita passa de símbolo ideográfico a fonema. Os inventores desta inovação transcendente foram os Sumérios. Desde então até à invenção do alfabeto não houve avanços importantes. Por volta de 1000 a. C. os símbolos já eram apenas combinações de 3 elementos básicos.
Difusão. Alguns povos, como os Babilónios, Assírios, Hititas e certos grupos da Anatólia, aceitaram sem modificações o sistema cuneiforme. Outros receberam-no modificando-o, como os Ugaritas da Síria, que criaram um sistema mais simples, composto por vinte e nove signos, os Elamitas (Pérsia) e os Urarateanos da Arménia. Por volta de 1500 a. C. a escrita cuneiforme convertera-se na língua universal do Próximo Oriente e até mesmo no Egipto (Tell-el-Amarna) se encontra um arquivo cuneiforme.
Morte e redescoberta.. A escrita cuneiforme sobreviveu aos impérios sumério, assírio e babilónico. Foi a escrita culta empregue pelos sacerdotes, astrónomos e comerciantes. A sua utilização prolonga-se até ao séc. I da nossa era, mas logo depois a sua recordação desaparece totalmente. Os viajantes medievais que visitaram esta região não mencionam a sua escrita. Redescoberta na Pérsia no séc. XVII, é-lhe aplicada em 1700 pela primeira vez o nome de cuneiforme. Depois de um século de assiriologia decifraram-se dezenas de milhares de textos cuneiformes, mas os que permanecem por decifrar são muito mais numerosos. O rei Assurbanípal possuía em Nínive uma biblioteca com cópias cuneiformes de todas as eras e em bom recato permanecem intocadas inúmeras, à espera dos escavadores, no subsolo do Iraque [isto, com a guerra, será verdadeiro ainda?], Síria, Turquia e Irão.
Documentos cuneiformes. Os textos cuneiformes podem ser classificados em três categorias: os arquivísticos, referentes a contratos, cartas, decisões jurídicas, etc., que se preparavam em uma ou duas cópias e eram guardados em arquivos. Os monumentais, destinados à posteridade: eram gravados em cilindros de argila, em pedra ou em metais preciosos e eram colocados nas ruas, onde todos os pudessem ver, ou também no estuque dos grandes edifícios. Os canónicos, escritos em tabuinhas vulgares, mas copiados sem cessar pelos escritos, para uso das gerações: contêm mitos, lendas, salmos, encantamentos, dicionários, literatura divinatória, etc. Em conjunto esta tripla categoria de textos constitui um testemunho único e enorme da vida vulgar, da história, e do pensamento dos Sumérios, Acádios, Babilónios e Assírios, ao longo de 3000 anos.
ESCRITOR. (latim. scriptore-). s. m. Pessoa que escreve 2. Autor de obras literárias ou científicas.
in GRANDE ENCICLOPÉDIA UNIVERSAL, Volume 8, Durclub S. A., págs. 5045-5048.
Escrita: (Latim - scripta). Substantivo feminino. Representação de palavras ou ideias por meio de sinais. 2. Acto ou efeito de escrever. 3. Arte de escrever. 4. Exercício escolar de caligrafia. 5. Maneira pessoal de escrever. 6. Escrituração comercial. Acádica. Diz-se da cuneiforme na sua forma primitiva. Alfabética. A escrita alfabética é maiúscula e minúscula: a primeira é constituída por letras compreendidas entre duas linhas paralelas, e a segunda, composta de letras de altura diferente, compreendidas entre quatro linhas paralelas. Braille.Código universal de pontos em relevo, inventado por Louis Braille e empregue nas publicações para os invisuais. Baseia-se na “célula Braille”, que consta de um máximo de seis pontos e permite um total de sessenta e três caracteres, os quais correspondem às letras do alfabeto, aos números e aos sinais de pontuação. O sistema inclui símbolos e abreviaturas para várias palavras e expressões de uso frequente. Foi também adaptado para representar os símbolos químicos e matemáticos e a notação musical. Cuneiforme. A utilizada pelos escribas da antiga Mesopotâmia, baseada em caracteres em forma de cunha. Francesa ou Carolíngia. Atribui-se a sua origem à reforma caligráfica operada na escola palatina, estabelecida no palácio de Carlos Magno. Caracteriza-se pelos traços rectos, pela ausência quase total de ligação entre as letras e por um grande número de abreviaturas. Redonda. Aparece em documentos portugueses do séc. XV, caracterizando-se pela forma arredondada dos contornos e pela natureza regular e clara do seu traçado. É mais estreita e esguia que a francesa que lhe deu origem.
ESCRITA (primeira acepção). Constitui o passo mais importante e decisivo do Homem na sua transição da barbárie para a civilização. Trata-se de um avanço cultural recente. Embora alguns arqueólogos pretendam descobrir sinais de escrita entre os restos do Neolítico, concorda-se, geralmente, que as mostras mais antigas datam do quinto milénio a. C.
Evolução. Talvez os mais remotos antecedentes da escrita tenham de se buscar em artifícios usados pelo homem primitivo para recordar determinadas coisas. Sabe-se que muitos povos primitivos, de tempos mais recentes, recorreram a tais artifícios. Os cinturões de avelórios dos índios norte-americanos, as cordas nodosas dos índios peruanos, servem, entre outros, de exemplos eloquentes. O primeiro avanço sobre os processos mnemotécnicos acima referidos consistiu provavelmente na pictografia, que permitia transmitir mensagens por meio de uma série de imagens. Gradualmente, os contornos destas imagens foram sendo abreviados e estilizados, e muitos sinais adquiriram valor metafórico (o Sol, por exemplo, significaria “esplendor”) e os nomes de certas imagens foram sendo combinados para representar o som das palavras da linguagem falada. A esta fase de desenvolvimento linguístico correspondem as primitivas inscrições cuneiformes e os hieróglifos egípcios, em que se representam símbolos em vez de sons.
Práticas de escrita. Nas línguas semíticas escrevia-se da direita para a esquerda; nas indo-europeias, com algumas excepções, da esquerda para a direita. Isso devia-se a uma espécie de orientação cultural de tipo místico: os escribas semíticos colocavam-se de cara para o Sul e escreviam de Oeste para Este, ponto de onde provém a luz solar; os escribas sacerdotes das áreas setentrionais, que se colocavam de cara voltada para o Norte, iriam, na realização dos seus trabalhos, dispor os signos da esquerda para a direita, se quisessem encaminhá-los em direcção à origem da luz. Os Gregos primitivos escreviam da direita para a esquerda. Durante algum tempo os Gregos utilizaram um estilo denominado boustrophedon (forma como uma junta de bois muda de direcção ao arar), em que se escrevia uma linha da direita para a esquerda e a seguinte no sentido inverso. Grande parte da escrita chegada até nós aparece em forma de inscrições sobre a pedra ou metal. A escrita cuneiforme era gravada em tábuas de argila que, por cocção, se convertiam em ladrilhos. Os Egípcios escreveram com tinta sobre o papiro, que demonstrou ser um dos materiais de escrita mais duradoiros. Não obstante, a maioria dos antigos manuscritos está registada sobre pergaminho, pele de vitela, cabra ou ovelha. O papel, utilizado antigamente pelos Chineses e Japoneses, na Europa só se generalizou no séc. XVIII. Nas suas actividades correntes os Gregos e Romanos escreviam sobre pequenas tábuas de madeira, revestidas de cera, com a ajuda de estiletes de madeira, metal ou marfim.
Na índia antiga, bem como na Birmânia, Ceilão e Java, o material de escrita tradicional era a folha de palmeira, em que se gravava com um instrumento pontiagudo. A palavra inglesa book (livro) procede do anglo-saxão boc (faia) e alude ao costume de realizar as inscrições rúnicas em placas de faia.
Caligrafia. O instrumento utilizado na escrita supõe sempre um factor importante na formação dos caracteres. os sinais ideográficos chineses e os hieráticos egípcios, desenhados a pincel, são pesados e grossos. A pena de ave, de uso geral na Idade Média, produzia um risco fino e delgado. No grego primitivo usavam-se exclusivamente maiúsculas. As minúsculas utilizadas hoje terão sido introduzidas gradualmente pois nos manuscritos do séc. V ainda aparecem misturadas com as maiúsculas. Já no séc. IV d. C., os Romanos praticaram uma escrita corrida, em que se misturavam unciais ou maiúsculas e caracteres cursivos. No séc. IX aparecem as minúsculas carolíngias, com o que se conseguiu uma escrita miúda, que foi adoptada na Europa e se transformou na base dos estilos mais modernos da escrita.
Na Idade Média a escrita manual floresceu como arte menor, daí resultando que a clareza e a precisão viram-se frequentemente ameaçadas pela voga do estilo florido - ornamental, mas ilegível - utilizado nos manuscritos iluminados. O interesse pela boa letra declinara já na época de Shakespeare e durante centenas de anos os gentlemen ingleses mostraram desprezo pela escrita clara e legível por a considerarem própria de amanuenses incultos. O calígrafo norte-americano Platt Rogers Spencer (1800-64) criou um belo estilo de escrita que durante muito tempo foi popular nas escolas estado-unidenses. A esta escrita sucedeu nas escolas uma outra mais prática, lançada por Austin Norman Palmer (m. 1927). O advento e generalização da máquina de escrever retirou prestígio à caligrafia, que perdeu o carácter de exercício primordial nas escolas.
A crença de que os traços pessoais se reflectem na escrita deu origem ao estudo conhecido pelo nome de grafologia.
Escrita Cuneiforme. A escrita cuneiforme foi utilizada principalmente pelos Acádios e Sumérios e pelos povos submetidos à sua influência.
Origem. Segundo as teorias modernas, a escrita foi inventada pela primeira e talvez única vez no S. da Mesopotâmia, de onde passou ao Egipto e à Pérsia. As primeiras representações gráficas (encontradas ao nível Uruk IV) reduzem-se a simples placas com animais. Na Mesopotâmia o material mais à mão para escrever era a argila, sobre a qual se traçavam incisões com canas cortadas em secção triangular, que produziam a marca característica em cunha. Ora, essas incisões eram pouco aptas para reproduzir figuras e linhas curvas. Por isso os escribas abandonaram rapidamente o sistema pictográfico (já em desuso por volta de 2500 a. C.), embora as inscrições solenes em pedra continuassem a imitar durante algum tempo os antigos caracteres. Por outro lado, os signos foram sendo reduzidos até o seu número se estabilizar na casa dos seiscentos. Daqui passou-se a uma importante inovação intrínseca: a fonetizacão ou uso de signos representativos de umas palavras para expressar outras - inclusive abstractas - e até sílabas sem significado próprio, cuja fonética era idêntica ou similar. Assim, a palavra escrita passa de símbolo ideográfico a fonema. Os inventores desta inovação transcendente foram os Sumérios. Desde então até à invenção do alfabeto não houve avanços importantes. Por volta de 1000 a. C. os símbolos já eram apenas combinações de 3 elementos básicos.
Difusão. Alguns povos, como os Babilónios, Assírios, Hititas e certos grupos da Anatólia, aceitaram sem modificações o sistema cuneiforme. Outros receberam-no modificando-o, como os Ugaritas da Síria, que criaram um sistema mais simples, composto por vinte e nove signos, os Elamitas (Pérsia) e os Urarateanos da Arménia. Por volta de 1500 a. C. a escrita cuneiforme convertera-se na língua universal do Próximo Oriente e até mesmo no Egipto (Tell-el-Amarna) se encontra um arquivo cuneiforme.
Morte e redescoberta.. A escrita cuneiforme sobreviveu aos impérios sumério, assírio e babilónico. Foi a escrita culta empregue pelos sacerdotes, astrónomos e comerciantes. A sua utilização prolonga-se até ao séc. I da nossa era, mas logo depois a sua recordação desaparece totalmente. Os viajantes medievais que visitaram esta região não mencionam a sua escrita. Redescoberta na Pérsia no séc. XVII, é-lhe aplicada em 1700 pela primeira vez o nome de cuneiforme. Depois de um século de assiriologia decifraram-se dezenas de milhares de textos cuneiformes, mas os que permanecem por decifrar são muito mais numerosos. O rei Assurbanípal possuía em Nínive uma biblioteca com cópias cuneiformes de todas as eras e em bom recato permanecem intocadas inúmeras, à espera dos escavadores, no subsolo do Iraque [isto, com a guerra, será verdadeiro ainda?], Síria, Turquia e Irão.
Documentos cuneiformes. Os textos cuneiformes podem ser classificados em três categorias: os arquivísticos, referentes a contratos, cartas, decisões jurídicas, etc., que se preparavam em uma ou duas cópias e eram guardados em arquivos. Os monumentais, destinados à posteridade: eram gravados em cilindros de argila, em pedra ou em metais preciosos e eram colocados nas ruas, onde todos os pudessem ver, ou também no estuque dos grandes edifícios. Os canónicos, escritos em tabuinhas vulgares, mas copiados sem cessar pelos escritos, para uso das gerações: contêm mitos, lendas, salmos, encantamentos, dicionários, literatura divinatória, etc. Em conjunto esta tripla categoria de textos constitui um testemunho único e enorme da vida vulgar, da história, e do pensamento dos Sumérios, Acádios, Babilónios e Assírios, ao longo de 3000 anos.
ESCRITOR. (latim. scriptore-). s. m. Pessoa que escreve 2. Autor de obras literárias ou científicas.
in GRANDE ENCICLOPÉDIA UNIVERSAL, Volume 8, Durclub S. A., págs. 5045-5048.