Modificámos o Sistema!
A partir de agora:
- o mínimo de escrita são 200 mil palavras por ano (200k/ano);
- as multas por não atingir a quota são de 10 euros ao ano;
- continuam os encontros quadrimestrais.
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terça-feira, outubro 30, 2012
segunda-feira, outubro 29, 2012
Prémio Hernâni Cidade
Concorri. Não ganhei. Ver vencedores e seus textos aqui:
http://premioliterariohernanicidade.blogspot.pt/
Aqui deixo o texto com que eu concorri.
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A FUNÇÃO SOCIAL DO ESCRITOR
O escritor descreve, narra e conta; ele presta testemunho de vivências, revelando e pincelando a realidade com a sua perspectiva. Porém, num mundo tão sobrecarregado de imagem, haverá ainda lugar para a palavra? E terá ela peso?
Julgamos que sim, pois o escritor pode descrever com a intensidade adequada toda a miríade das íntimas emoções alheias, servindo como a voz daqueles que não a têm ou nem sequer têm consciência de que podem ter voz e que ela deve ser ouvida.
Mas deve o autor escrever com a clara intenção de manipular a sociedade com vista à obtenção de um resultado? Quiçá dependa do resultado pretendido. E se este beneficia não apenas o próprio criador (no sempre almejado desejo de grandeza e imortalidade), mas se serve sobretudo para trazer à consciência da população algo injusto e iníquo, que deve ser corrigido.
Contudo há já outros instrumentos denunciantes de realidades de vida menos palatáveis - tais como a fotografia e o vídeo. Certamente não cumprirão estes uma função social, substituindo por inteiro o papel de quem escreve? Pode argumentar-se que sim, que uma fotografia substitui mil palavras cuja mensagem é de imediato aparente a quem a vê, transcendendo diferentes culturas e idiomas. E no entanto se é verdade que se pode manipular com palavras, o mesmo se pode dizer da fotografia e de qualquer reprodução digital.
A palavra une. A palavra é imediatamente reproduzível e é mais humana. Pode ser lida e representada. A palavra escrita, por não ser imagem, evoca um vasto leque de sentimentos que por vezes ficam fora da fotografia ou do filme. Logo, o papel do escritor (e da literatura) nunca irá desaparecer.
Uma imagem conta-nos a história de um momento. Um livro pode contar a história alargada de muitos momentos. De muitas décadas.
Além disso, as obras literárias servem também como metáforas a ilustrar situações contemporâneas. Esta ilustração tanto pode ser um mero esclarecimento como uma denúncia. Podem até servir como avisos para evitar perversas situações futuras. Um exemplo: George Orwell, que na obra 1984 nos revela o Estado Totalitário em toda a sua crua e abjecta realidade.
Para além do mais, a Literatura ainda transporta em si uma das funções primordiais que é a de ensinar. E este ensinamento pode ir desde a Filosofia (O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder) até às máximas morais exemplificadas em simples contos infantis.
A utilidade social da literatura nunca se perde, por mais que se reinventem géneros literários. Um texto que teve grande impacto foi o célebre J’accuse de Émile Zola, cuja indignação denunciou o tratamento injusto de um cidadão do seu país, vítima de preconceito por ser judeu. Outro exemplo, mais actual, e talvez menos conhecido na Europa é a denúncia da condenação à pena capital de Ronald Keith Williamson, baseada em prova nenhuma, denúncia posta numa obra de não-ficção (The Innocent Man) pelo escritor norte-americano John Grisham. Este livro ilustra bem como se pode ser erradamente condenado por um crime que não se cometeu, mercê de elementos da máquina da justiça que simplesmente querem condenar seja quem for.
Não esquecer, igualmente, o papel de resistente do escritor. Não obstante censuras estatais, por exemplo, o escritor, o poeta, muitas vezes resiste apenas com a força da sua palavra. Ele grita com poesia o que os outros são forçados a sofrer em silêncio. Apesar de muitas vezes ameaçada a sua integridade física, ele passa a mensagem de que resiste e de que o leitor deve resistir também. Um exemplo desta poesia de resistência pode ser dado com o brilhante poema “A Dita Dura” de José Carlos de Vasconcelos
A literatura tem mártires que lutam sem espada. Ela sempre terá um papel social. É impossível não tê-lo. O escritor, ao cumpri-lo transcende o mero entretenimento. Não que entreter seja uma utilidade menor. Do ócio também vive o homem. No entanto, é quando entretém e testemunha que o autor se cumpre inteiramente na sua função de escritor.
http://premioliterariohernanicidade.blogspot.pt/
Aqui deixo o texto com que eu concorri.
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A FUNÇÃO SOCIAL DO ESCRITOR
O escritor descreve, narra e conta; ele presta testemunho de vivências, revelando e pincelando a realidade com a sua perspectiva. Porém, num mundo tão sobrecarregado de imagem, haverá ainda lugar para a palavra? E terá ela peso?
Julgamos que sim, pois o escritor pode descrever com a intensidade adequada toda a miríade das íntimas emoções alheias, servindo como a voz daqueles que não a têm ou nem sequer têm consciência de que podem ter voz e que ela deve ser ouvida.
Mas deve o autor escrever com a clara intenção de manipular a sociedade com vista à obtenção de um resultado? Quiçá dependa do resultado pretendido. E se este beneficia não apenas o próprio criador (no sempre almejado desejo de grandeza e imortalidade), mas se serve sobretudo para trazer à consciência da população algo injusto e iníquo, que deve ser corrigido.
Contudo há já outros instrumentos denunciantes de realidades de vida menos palatáveis - tais como a fotografia e o vídeo. Certamente não cumprirão estes uma função social, substituindo por inteiro o papel de quem escreve? Pode argumentar-se que sim, que uma fotografia substitui mil palavras cuja mensagem é de imediato aparente a quem a vê, transcendendo diferentes culturas e idiomas. E no entanto se é verdade que se pode manipular com palavras, o mesmo se pode dizer da fotografia e de qualquer reprodução digital.
A palavra une. A palavra é imediatamente reproduzível e é mais humana. Pode ser lida e representada. A palavra escrita, por não ser imagem, evoca um vasto leque de sentimentos que por vezes ficam fora da fotografia ou do filme. Logo, o papel do escritor (e da literatura) nunca irá desaparecer.
Uma imagem conta-nos a história de um momento. Um livro pode contar a história alargada de muitos momentos. De muitas décadas.
Além disso, as obras literárias servem também como metáforas a ilustrar situações contemporâneas. Esta ilustração tanto pode ser um mero esclarecimento como uma denúncia. Podem até servir como avisos para evitar perversas situações futuras. Um exemplo: George Orwell, que na obra 1984 nos revela o Estado Totalitário em toda a sua crua e abjecta realidade.
Para além do mais, a Literatura ainda transporta em si uma das funções primordiais que é a de ensinar. E este ensinamento pode ir desde a Filosofia (O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder) até às máximas morais exemplificadas em simples contos infantis.
A utilidade social da literatura nunca se perde, por mais que se reinventem géneros literários. Um texto que teve grande impacto foi o célebre J’accuse de Émile Zola, cuja indignação denunciou o tratamento injusto de um cidadão do seu país, vítima de preconceito por ser judeu. Outro exemplo, mais actual, e talvez menos conhecido na Europa é a denúncia da condenação à pena capital de Ronald Keith Williamson, baseada em prova nenhuma, denúncia posta numa obra de não-ficção (The Innocent Man) pelo escritor norte-americano John Grisham. Este livro ilustra bem como se pode ser erradamente condenado por um crime que não se cometeu, mercê de elementos da máquina da justiça que simplesmente querem condenar seja quem for.
Não esquecer, igualmente, o papel de resistente do escritor. Não obstante censuras estatais, por exemplo, o escritor, o poeta, muitas vezes resiste apenas com a força da sua palavra. Ele grita com poesia o que os outros são forçados a sofrer em silêncio. Apesar de muitas vezes ameaçada a sua integridade física, ele passa a mensagem de que resiste e de que o leitor deve resistir também. Um exemplo desta poesia de resistência pode ser dado com o brilhante poema “A Dita Dura” de José Carlos de Vasconcelos
A literatura tem mártires que lutam sem espada. Ela sempre terá um papel social. É impossível não tê-lo. O escritor, ao cumpri-lo transcende o mero entretenimento. Não que entreter seja uma utilidade menor. Do ócio também vive o homem. No entanto, é quando entretém e testemunha que o autor se cumpre inteiramente na sua função de escritor.
quinta-feira, outubro 25, 2012
terça-feira, outubro 16, 2012
#GlobalNoise #cercoaoparlamento
http://bambuser.com/v/3064826
Vamos ver no que dá isto...
Não me agrada nada viver estes "tempos interessantes". Eu tenho alma de gato (gato que se espreguiça.)
domingo, outubro 14, 2012
Que se lixe a Troika: 13 Outubro
Algumas fotos que eu tirei na Praça de Espanha.
Algumas considerações:
- vi muita gente e cada vez iam chegando mais. Estavam lá as várias estações de têvê, claro;
- era malta jovem e velha. Muitos de 40, 50, 60 anos. Mais velhos até. Gente nova também, de 20 e 30 anos. Pareceu-me composta, na maioria, por gente trabalhadora;
- levaram cãezinhos. Achei giro. Tirei fotos a alguns. Contei no mínimo uns cinco;
- vi crianças e bebés;
- havia cerveja, farturas e não só;
- gostei da orquestra. Não fiquei muito tempo e, portanto, só ouvi parte da 5ª Sinfonia de Beethoven;
- as conversas giravam à volta do dinheiro que, no fim do mês, era cada vez era menos.
Tudo muito civilizado. Alguns levaram cartazes.
Não acredito que as manifestações párem anytime soon. Na verdade, irão proliferar por todo o país.
E agora às fotos.
*****************************************************
Nesta última deram-me o que eu julguei um panfleto, mas eram na verdade dois poemas. As folhas por detrás dos poemas são parte daquilo que eu tenho de estudar para uma das minhas disciplinas.
Ah, e aqui uma foto panorâmica:
http://www.flickr.com/photos/dunya/8086247578/sizes/l/in/photostream/
E pronto.
Algumas considerações:
- vi muita gente e cada vez iam chegando mais. Estavam lá as várias estações de têvê, claro;
- era malta jovem e velha. Muitos de 40, 50, 60 anos. Mais velhos até. Gente nova também, de 20 e 30 anos. Pareceu-me composta, na maioria, por gente trabalhadora;
- levaram cãezinhos. Achei giro. Tirei fotos a alguns. Contei no mínimo uns cinco;
- vi crianças e bebés;
- havia cerveja, farturas e não só;
- gostei da orquestra. Não fiquei muito tempo e, portanto, só ouvi parte da 5ª Sinfonia de Beethoven;
- as conversas giravam à volta do dinheiro que, no fim do mês, era cada vez era menos.
Tudo muito civilizado. Alguns levaram cartazes.
Não acredito que as manifestações párem anytime soon. Na verdade, irão proliferar por todo o país.
E agora às fotos.
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Nesta última deram-me o que eu julguei um panfleto, mas eram na verdade dois poemas. As folhas por detrás dos poemas são parte daquilo que eu tenho de estudar para uma das minhas disciplinas.
Ah, e aqui uma foto panorâmica:
http://www.flickr.com/photos/dunya/8086247578/sizes/l/in/photostream/
E pronto.
sábado, outubro 13, 2012
Habilitações!
Eu para o meu pai, ontem:
- Estes gajos do Governo estão-se a Habilitar...
- Estão-se a habilitar, estão.
sexta-feira, outubro 12, 2012
quarta-feira, outubro 10, 2012
terça-feira, outubro 09, 2012
Prolongar a vida
... a doentes com cancro terminal.
Não estou muito bem ao corrente sobre a actual "discussão" sobre o tema, mas quando vi falarem sobre o assunto na tv (há dias) pensei o seguinte:
- O período de três meses pode marcar a diferença entre conhecer o futuro neto. Ou não conhecê-lo de todo.
Uma semana. Três meses. Fazem Muita diferença.
sexta-feira, outubro 05, 2012
quinta-feira, outubro 04, 2012
quarta-feira, outubro 03, 2012
segunda-feira, outubro 01, 2012
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