sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Confesso: a inspiração para o blog anda nula.
Solução: fanar poemas de outros blogs.

Este é tão lindo, porra. Leiam em voz alta, devagar. Leiam para vós; leiam, em sussurros, ao ouvido do/a vosso/a amante.

Um Sonho num Sonho

Este beijo em tua fronte deponho!
Vou partir. E bem pode, quem parte,
francamente aqui vir confessar-te
que bastante razão tinhas, quando
comparaste meus dias a um sonho.
Se a esperança se vai, esvoaçando,
que me importa se é noite ou se é dia...
ente real ou visão fugidia?
De maneira qualquer fugiria.

O que vejo, o que sou e suponho
não é mais do que um sonho num sonho.

Fico em meio ao clamor, que se alteia
de uma praia, que a vaga tortura.
Minha mão grãos de areia segura
com bem força, que é de ouro essa areia.
São tão poucos! Mas, fogem-me, pelos
dedos, para a profunda água escura.
Os meus olhos se inundam de pranto.
Oh! meu Deus! E não posso retê-los,
se os aperto na mão, tanto e tanto?
Ah! meu Deus! E não posso salvar
um ao menos da fúria do mar?

O que vejo, o que sou e suponho
será apenas um sonho num sonho?

Edgar Allan Poe

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O que vejo, o que sou e suponho
não é mais do que um sonho num sonho


Eish! Belo.

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