EPIGRAMA
Sempre Amor usa e tem tristes queixumes
Enquanto arde no peito a viva chama.
Ora veja, ora não os claros lumes
Que movem, e que dão luz ò esprito que ama.
Não vendo, razão é que em grave queixa
Se rompa a voz, e se desfaça o peito.
E vendo, inda a queixumes lugar deixa
O grande amor que nunca é satisfeito.
Enquanto o amor se queixa é verdadeiro,
O que nunca se queixa é lisonjeiro.
Pêro de Andrade Caminha in
História e antologia da literatura portuguesa, séc.XVI
Fundação Calouste Gulbenkian
domingo, abril 04, 2004
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