São 13h05. Já tirei uma série de fotos. Noto a grande quantidade de turistas. Está sol e calor. Parece Agosto. Vi as carrinhas das várias têvês. No Terreiro do Paço há música. Tocava Rita Guerra. (Porquê? Porquê?) Isto ainda não começou a sério. Vejo os jornalistas da tv que se preparam e pouco mais. Polícia não vi muita, mas se calhar não a vi porque não é suposto vê-la.
Terreiro do Paço muito vazio. Vou ficar uma hora, talvez... Não me sinto muito confortável aqui. Bom, de momento estou, mas não quero ficar muito tempo. Ó que alma TÃO pouco revolucionária, oiço-vos, inclementes, vociferar.
Pois é. Eu não sou de grandes revoluções. Só internas.
A malta come e descansa à beira do Tejo. Há quem passeie de biclas. Os carros vão passando e não são poucos. Há um maluco a tomar banho no rio e a beber cerveja. Esperteza saloia.
E há casa-de-banho portáteis.
A malta tira fotos.
Em um cartão leio:
“Morte a este Governo de Ladrões.”
Penso que esta malta 'tá tudo à espera que o espectáculo comece.
Aqui vejo turistas e manifestantes. Mas a maioria é lusa.
Ao meu lado estão espanhóis. A luta é geral?
E passa mais um gajo de biclas.
De repente ocorre-me: será gente da Secreta num Óptimo disfarce? Se for é uma ideia brilhante! Levam sempre mochila às costas.
Observo muita gente sentada, de meia-idade, à espera.
À espera de algo.
Entretanto os pombos alimentam-se. Não há manif nem revolução que os atinja.
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