sexta-feira, outubro 29, 2004

Para melhor escrever: não ter expectativas.
Não esperar nada em troca.
Escrever apenas.



quinta-feira, outubro 28, 2004

Fodeu-se :( (Melhor: foderam-no.)

Parece que a Outra Senhora está a voltar, a grandessíssima cabra >:[

quarta-feira, outubro 27, 2004

[Atenção: isto é ficção!]

Projecto Para Deixar de Comer Meninos


Hoje é dia 14 de Setembro e eu confesso-me meninoólico ou, como se diz em inglês, kidoholic, a tentar terminar o vício antes que o vício me termine a mim.
Levanto-me e digo:
- Hoje comi um menino e não vou comer mais! Hoje comi um menino e não vou comer mais! Hoje comi um menino e Não Vou Comer Mais!
Resta-me convencer o sacana do corpo e da mente – to kick the habit.

15 de Setembro

Comi o menino e dois minutos depois comecei logo a espirrar. Interessante conexão. Aparentemente o Governo, composto pelas luminárias mais (in)competentes cá do burgo, resolveu aumentar os impostos sobre o tabaco. Quanto custará um maço de cigarros daqui a uns meses? Cinco euros? Mil marrecos? São espertos, os gajos, vão para o vício que tantos são incapazes de largar. O que me traz aos meninos. Porque não terá ainda nenhuma luminária a brilhante noção de taxar meninos como se taxa o tabaco? São dois vícios que muitas vezes se acompanham, dois hábitos que os consumidores não conseguem abandonar. Logo, é bater neles enquanto se pode! Qualquer dia comer meninos será taxado tal como o tabaco e provocará a desaprovação geral, atitude politicamente correcta de que hoje o tabaco é vítima. A verdade é que tudo isto faz-me rir à gargalhada. O consumo de meninos é um veneno para o corpo e para a mente. Não consigo nem imaginar a dificuldade de deixar o tabaco quando eu nem sou capaz de me abster de comer meninos. Hoje já comi um, o segundo menino completo de acordo com o meu plano de vinte e oito dias. Amanhã será a vez do terceiro menino que poderei consumir do princípio ao fim. Aquele maravilhoso veneno que me fode o corpo e a vontade. Depois começo a cortar: meio menino durante uns dias; algumas trincadelas miúdas a seguir até que virá a altura em que abandono o vício por fim. Mas os poucos testemunhos que li na Net referem a imensa dificuldade em largar o hábito, passaram meses para fazê-lo. Meses. O meu plano tem cerca de um mês. Conseguirei? Ai Deus, quero tanto. Tenho de agir na assumpção de sim, de que consigo.


Ando a sentir-me muito “edgy” (incapaz de parar, com grande energia e não saber onde gastá-la, mas uma energia espiritual e menos física) o dia todo. Veremos como será amanhã.


16 de Setembro


Um menino comido hoje. São 18h33 e não fui ainda assolapado com vontade de comer nenhum outro. Ontem dormi, ai, tão bem... Hoje foi, de acordo com o meu plano, o último menino inteiro que comi. A partir de amanhã como metade do menino e após quatro dias apenas uma trincadela ou duas. Esse é, de resto, o plano. É melhor chamar a isto projecto porque um projecto tem uma conotação no definitivo e ao mesmo tempo pensa-se em fases. Plano parece descrever algo que à partida tem mais hipóteses de falhar. Não se diz working plan, mas working process. Projecto é mais um processo. Tal como a guerra em que se podem ganhar as batalhas todas e mesmo assim dar a vitória ao inimigo. Se eu falhar agora sei que posso continuar e – falhar noutra altura, mas falhar mais perto do objectivo. Falhar até que a vitória me pertença. É um processo. Leva tempo. Largarei o filhodaputa do vício.
Nota: beber muita água ajuda. A água limpa as toxinas do corpo, controla a fome e parece controlar-me a ânsia de trincar outro pedacito do adorável veneno.
Há que fazer uso de todos os truques para primeiro controlar o corpo e depois reeducá-lo. O corpo e a mente.
Hábitos. Vícios. Li algures que o cérebro, se repetirmos uma coisa muitas vezes, traça percursos neuronais (não sei se é a expressão correcta). Tipo: forma atalhos. Dar cabo do vício é dar cabo desses atalhos, deixando de os usar, como uma estrada abandonada que em pouco tempo (quem dera!) é invadida por ervas e folhagens; e construir novas vias. E usá-las – para não cairmos na tentação de usar a estrada antiga nem deixar que a nova deixe de existir por falta de uso. Na infância aprender novas funções (como tocar trompete) é mais fácil porque o cérebro é maleável; em mais velhos o mesmo não se passa e demora-se mais tempo a aprender a tocar um instrumento musical. Porém, é possível. Muita gente o faz. É bom para o cérebro que precisa do exercício.

17 de Setembro

Comi meio menino. Ontem dormi tão bem! Mesmo comendo um menino por dia afasto os sintomas da insónia.

18 Setembro

Meio menino. E um chocolate inteiro. O chocolate também é um veneno, mas porra, do chocolate não abdico.

19 de Setembro

Meio menino. Bom, sou capaz de ter ultrapassado a quota hoje. Amanhã é o último dia do meio menino. Depois serão cinco dias a consumir pedacinhos miúdos. Duas, três trincadelas. Se tanto. Pensei em intercalar esses dias, o que na prática dará dez dias: um dia como, outro não; e depois repito. Ficará, talvez, mais fácil de abandonar por completo o vício.


20 de Setembro

Meio menino.


21 de Setembro

Quatro trincadelas. Comecei também a comer meninas à noite e agora passa da uma da manhã e eu não consigo dormir! As meninas são um veneno, mas, descobri, possuem-no em quantidades inferiores ao dos meninos e o consumo regular de meninas tem vantagens comprovadas para a saúde. Mas, penso, há que comê-las durante o dia.
Amanhã: dentista! Ó, ocasião festiva!
Not.


24 de Setembro

Quatro trincadelas, tal como ontem. Aumentei o meu consumo de meninas.

25 de Setembro

Meio menino.

26 de Setembro

Devido a uma dívida de cinco cêntimos decidi que hoje seria (e não ontem) o último dia em que como meninos. Afinal não havia dívida nenhuma. Não faz mal. Foram quatro dentadas bem dadas. Não prevejo abandonar o consumo de meninas.


26 de Outubro

Livre! Livre finalmente do vício! Há um mês deixei definitivamente de comer meninos. Estou tão orgulhoso de mim. E comer meninas fez de mim um homem infinitamente mais saudável.






Escrever na primeira pessoa é-me difícil: quero contar tudo o que a personagem não vê, nem sente nem sabe e isso é impossível na primeira pessoa do singular. Obrigo-me, agora, a transcrever para a primeira pessoa parte do que escrevi dias atrás na terceira – mas não funciona. Sinto que falta sempre alguma coisa. Talvez não seja esta a obra para tentar verdadeiramente essa voz narrativa. Espero. Espero por outra voz, outra personagem, outro tempo. Espero por outra voz que se junte à que eu costumo usar e onde me sinto confortável.

terça-feira, outubro 26, 2004

"House VIII in Gemini

If she is a writer, a painter or involved in another of the Arts, and if fame doesn't come when living, then it will come posthumously."


Posthumously.
Fixe 0_0
Entrada muito interessante. Leiam.

As Mulheres, o islão e certa islamofilia do ocidente

domingo, outubro 24, 2004

Ontem a bolinha no canto superior direito num certo programa da Sic era porquê? Porque entrevistaram o Carlos Cruz...?

Epá, não sei, 'tou só a perguntar.


Futurologia: ElesVãoSeSafarTODOS. (Menos o Bibi.)

Sou bruxa, vão ver.
O relatório do SIS sobre a pedofilia.

Leiam.

quarta-feira, outubro 20, 2004

"The following pictures reveal the truth about the barbaric attacks that were done by the United States of America's Armed forces against the Iraqi civilians in Southern Iraq. The United States used what is called "Uranium Bombs" against the unarmed Iraqi Civilians."

Imagens muito fortes.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Visitem :)

Carlos Franquinho blog.



[Isto Não É Meu]

“- Não é uma coisa curiosa a posteridade – quase como jogar na lotaria? Será que o infeliz Guillotin, um médico e um filantropo, merecia que o seu nome ficasse para todo o sempre associado a uma máquina de cortar cabeças? É muito injusto. Enquanto outros nomes, como, digamos, Simão e Onan, devido a um mero acto fugaz, se petrificaram em conceitos de ignomínia. E essa Xantipa? Provavelmente a única justa aos olhos de um vagabundo entendido na vida da cidade.


Em contrapartida, temos esse felizardo do Maréchal Niel, que ainda cheguei a conhecer bem, e que não passava de um grande maçador. Não há nada mais desinteressante do que esses generais do Segundo Império, que se desvanecem na memória como sombras – imitações de uma imitação. Aquele comandou em Sebastopol, uma das carnificinas mais estúpidas de que há memória, e incentivou à adopção de uma arma ainda mais mortífera do que as existentes, e com tal zelo o fez que nisso encontraria a morte. Tudo, e mais o seu livro sobre a guerra da Crimeia, se afunda no merecido esquecimento. E que acontece? Um jardineiro genial não é que vai baptizar a mais bela rosa da sua cultura com o nome de «Maréchal Niel»? Assim se logrou um enxerto : enquanto o rebento histórico vai mirrando, esta flor desabrocha nos jardins em todo o seu esplendor mítico. Daí em diante esse nome ficou milagrosamente associado a um perfume e a uma cor. E é assim que sempre acontece – só poucos são dignos da sua fama.


Ducasse gostava de se entregar a tais puzzles, que lhe serviam para preencher as lacunas do seu tempo, precisamente como agora, enquanto escolhia flores numa florista(...).”

in “Um Encontro Perigoso” de Ernst Jünger, Difel, Págs. 38-39.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Esta noite sonhei outra vez com aranhas. Montes de aranhas, de todos os feitios e tamanhos, caminhando por uma rede horizontal de teias, como se fossem estradas interligando-se.

Cada vez que sonho com aranhas, são sempre em maior número do que no sonho anterior.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Blogs da Assembleia da República.

Quando é que o Paulinho das Feiras começa a escrever lá...?
Ou o nosso (nosso uma porra eu não votei no gaijo) Primeiro?

Era giro se cada um dos deputados fosse obrigado a ter um blog e a escrever nele todos os dias.

>:)

sexta-feira, outubro 08, 2004

Quando fui de manhã vê-la à árvore, a rola já não estava lá :(

quinta-feira, outubro 07, 2004

Há uma rola na árvore da vizinha, árvore que dá para o meu quintal
(e umas ameixas muito boas quando é tempo delas). A rola não é da vizinha.
Eu aproximo-me e ela não tem medo. Está encavalitada num ramo e encolhida.
Prepara-se para passar a noite ali. No muro, mesmo encostado à ameixoeira, deixei
pedaços de maçã e... alpista dos periquitos, não sei se come aquilo, mas
é o que se arranja. Tivesse avisado antes que vinha.
A rola tem uma anilha na pata e uma risca negra na parte de trás do pescoço, uma
espécie de semicircunferência. Não tentei agarrá-la se calhar é por isso que não tem medo.
Foi engraçado a maneira como chegou: aterrou no muro, depois empoleirou-se na árvore
e escolheu um ramo mais confortável. Vou deixá-la em paz.