quinta-feira, novembro 18, 2004
O Senhor B. é mau, mau que nem as cobras. Dez minutos. De Escrita Livre (?) ou Escrita Automática. Parece que os espíritos nos falam através da escrita automática. Não sei. Usa-se como técnica. Usa. Pois. Que porcaria qu’isto está a ficar, porra. Ora o Senhor B. Não posso dizer o nome ainda. Gosto tanto do gajo. Sério. Ao longe, ao perto. A minha melhor personagem! Adoro o tipo. É mau. Como as cobras. ‘Tadinhas das cobras. Uma editora disse: sim, se pagar metade. Eu: não, obrigada. Não há guito, não há cascalho. Se o tivesse publicava-o sozinha, meus lindos. Outra editora disse que sim e depois não disse mais porra nenhuma. Uma coisa que eu gosto tanto. Águas de bacalhau. Ultimamente ando a comer mais salmão. O Senhor B. Mau. Mauzinho, marotão. Não cuspa às criancinhas. Não use pombos como armas de arremesso. Ai, o malandreco. Fui tirar os pontos. Cortei-me no outro dia. Free writing, escrever tudo o que nos passa pela tola. Não corrigir. Acho que vou corrigir. Depois comecei a mandar o Senhor B. a outras editoras. A Asa devolveu sem ler porque “não se coaduna com a nossa...”. Não me lembro. Publicação? Estilo. Algo do tipo. Maldita memória. Telefonei a outra. Disseram: mande por e-mail. Mandei. Enfim. Não quero morrer sem ver aquele livro publicado. Aquele, aquele tem de ser. Oito minutos nisto. Escrita automática. Mexo a caneta, movimento-a. Penso: se tivesse cortado o tendão do indicador direito como escreveria? Junto o anelar e o polegar numa pinça. Daria? Para? Talvez. Com o hábito. Nove minutos. Pisco-pisco. Isto não é suposto ser fácil. E leio, algures: a vida é alegre. Whatever. Ou melhor: é suposto vivermos em alegria. Pois, é possível – com uma grande pedrada em cima. Cepticismo. Uma amiga certa vez chamou-me de cínica. Eu? Céptica, sim, mas cínica? Onze minutos. Eish. G’anda pratada.