sábado, outubro 15, 2005

Concordo em género, número e grau.

Quer-se dizer, quem não tem dinheiro, isto os julgamentos são rapidíssimos! É cá uma Rapidez! Louvaria se fosse de louvar, mas não é.
Enquanto que os gajos da Casa Pia é o que se sabe e vê. Chegamos a um Estado em que a República não tem ter vergonha de Não Ter Vergonha Publicamente.

Em baixo, o post, completo.

«A rapidez com que decorreu o julgamento foi exemplar em vários aspectos. Primeiro, defesa e acusação não se degladiaram [sic] em tribunal, evitando ambos protelar a produção da prova ou causar embaraços desnecessários. Depois, o colectivo de juízes também não permitiu desvios do essencial que estava em análise. Não se perdeu tempo em requerimentos, nem na discussão de assuntos paralelos. As perguntas restringiram-se aos factos em julgamento, o que evitou até a existência da tensão que habitualmente marca este tipo de processos. Relativamente à comunicação social e à informação disponibilizada ao público em geral, o tratamento voltou a ser exemplar. No final das sessões, senão mesmo nos intervalos, os magistrados nunca evitaram esclarecer as dúvidas motivadas pelas deficientes condições acústicas da sala de audiências. Também os jurados pareciam estar perfeitamente integrados no tribunal. E frequentemente eram motivados pela juiz-presidente a interpelar as testemunhas, o que faziam amiúde.»

É assim que no Público de hoje se comenta o desenrolar do julgamento do «caso Joana». Na edição online, esta «caixa» — Julgamento e tratamento exemplares — não vem assinada, mas deve ser da responsabilidade da jornalista que assina a peça principal, Tânia Laranjo. Que alguém, num país civilizado, possa considerar exemplar um julgamento que se esgota em três sessões, mesmo que ninguém saiba, de facto, o que está a ser julgado (homicídio, rapto ou venda de menor), eis o que eu não julgaria possível. Com tal «exemplo», a hipótese de emigrar para Cuba ou para a Coreia do Norte torna-se menos inquietante.

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