(Texto que fiz para participar neste desafio do Escreva! Podem participar até 26/10/2005.)
O Gato
Sou o (nome ilegível por razões de segurança), mas chamem-me Gato. Ou Bichaninha, como a bípede que eu adoptei. Sou um agente secreto ao serviço da SIS. O meu trabalho é impedir que a Zulinha, periquita, alcance a dominação do mundo inteiro. É uma tarefa complicada. A gaiola está lá no alto e, mesmo se eu lá chegasse, não tenho polegares o que torna impossível abri-la. Já os encomendei ao Q, mas o gajo não se despacha. Só tem olhos para o Bond. Bem me roço nas suas pernas, mas não resulta. Ver se com unhadas e dentadas ele percebe a mensagem. A Zulinha planeia apoderar-se do mundo, derrubar todos os líderes planetários. Dá as suas ordens logo de manhãzinha ao seu exército crescente: as aves livres do exterior. O SIS encarregou-me da sua eliminação e eu nunca falhei num trabalho. Perguntem ao Bond – ele lixa sempre as coisas e têm de me chamar a mim para pôr tudo nos eixos. Ah, a bípede! Hum, peixe. Não é que eu não aprecie, mas não se arranja um cozido à portuguesa, hã? Acabo de comer e deixo que me faça algumas festas. Mio-lhe, condescendentemente. Ela não percebe, mas o que eu estou a dizer é: não esperes por mim, eu tenho de salvar o mundo. E sigo, de cauda erguida, elegante, calmo. Afinal tenho estilo e as coisas não precisam de ser feitas a correr. Primeiro: dormir uma sesta. Não se pode salvar o mundo sem a digestão feita.
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