sábado, dezembro 30, 2006
sexta-feira, dezembro 29, 2006
Escrita automática - (exercício)
Tenho a seiva da vida em mim; um barulho de nada, um telefone desligado, tudo ao pé de nada.
Passamento astral, a teoria da vida; a seiva da vizinhança, vai haver fogo de artifício, o artifício da passagem anual. A vida aqui à espera. A máquina sem fios, as caixas de cartão e o lixo sem descanso - sem descanso, o lixo. Hoje foi tudo muito rápido. Acordei fora de mim, subi as escadas ao contrário, equilibrei-me precariamente em cima de um degrau que fazia de conta que era degrau. A tia pediu ao tio para não guiar: não tens carta. E hoje, depois de sair do sonho, compreendi.
Não compreendo nada.
Há um corpo que trespassa a vida em sentido contrário. A passo de luz. Na velocidade do tango. E as rosas talvez a esta hora já não cresçam.
Havia rosas no caminho para a escola, rosas diferentes, com textura e odor estranho. Rosas que se apanhavam como quem passa a mão pela relva alta.
Na escola zuniam os sinos - mentira. Mentira, há o toque do recreio. Os miúdos brincam com o toque de recreio. À bola, ao mata. Todos. Juntos. Dois, os líderes da turma, fazem a escolha. Tu para este lado, tu para aquele. Tu para este lado, tu para aquele.
Para este lado, para aquele.
Não me lembro de ter ficado para último.
Não me lembro de ter sido extraordinariamente infeliz.
Era ordinariamente infeliz. Mas o que é que os putos sabem da infelicidade?
Que conhecem eles da vida?
Hoje há um frio tremendo, as aves tremem, as abelhinhas espirram mel.
Nas flores.
29 Dez. '06
quinta-feira, dezembro 28, 2006
Tive uma data de...
... notícias hoje.
A M. que se divorciou do marido e quer emigrar.
(Astrologicamente posso explicar isso com a oposição entre o trânsito de Urano ao Urano natal - dele. Acontece a toda a gente por volta dos 41 anos e significa, muitas vezes, uma repentina restruturação completa da vida.)
Afinal sempre há mais um cheque para receber do emprego.
(Eu bem me parecia...)
A nova oportunidade de trabalho talvez ainda não esteja completamente perdida.
(Eu fico paranóica quando não tenho notícias.)
E hoje sonhei que... voltava à escola. Ou a algum tipo de "escola". E ficava à frente. Havia muitos alunos. Uma colega estava a pintar por cima de um retrato.
Hummm...
A M. que se divorciou do marido e quer emigrar.
(Astrologicamente posso explicar isso com a oposição entre o trânsito de Urano ao Urano natal - dele. Acontece a toda a gente por volta dos 41 anos e significa, muitas vezes, uma repentina restruturação completa da vida.)
Afinal sempre há mais um cheque para receber do emprego.
(Eu bem me parecia...)
A nova oportunidade de trabalho talvez ainda não esteja completamente perdida.
(Eu fico paranóica quando não tenho notícias.)
E hoje sonhei que... voltava à escola. Ou a algum tipo de "escola". E ficava à frente. Havia muitos alunos. Uma colega estava a pintar por cima de um retrato.
Hummm...
quarta-feira, dezembro 27, 2006
MEC
Eu também era uma das que não sabiam que o tipo era alcoólico e snifava.
E ponho este link aqui porque, apesar de não ter lido mais reacções à entrevista, não me "cheira" que outros o tenham recriminado. Afinal é o Mec! O nosso Mec!
terça-feira, dezembro 26, 2006
Bentley Emprega-se
O sacana do Bentley, comummente conhecido por Enraba-Passarinhos ComoTodaAGenteSabe, achou que devia ganhar uns trocos. Eh, uns trocos, diz a encolher os ombros assim muito à velho, à Gajo Idoso que andou a combater no Ultramar (not), a matar pretos e agora o Estado não lhe reconhece valor.
- As rendas, as rendas. Não posso mandar os filhos da puta dos inquilinos para a rua quando não pagam! E eu aqui a passar fome!
(Not.) Mentiroso. Que grande mentideiro. Outros têm esse problema, é vero, mas nunca o senhor Bentley. Inquilino que não lhe pague a renda é alvo de fartote! Ó, o que ele brinca com os canalhas que se alapam no que não é deles.
- Ó, uma preeeeetaaa! - grita enquanto segue a desgraçada da Senhora Inquilina que não paga há três meses porque o marido perdeu o emprego.
"Não tenho culpa que o gajo partisse uma perna e não lhe dessem baixa. Se não pode trabalhar nas obras vá pedir para o Metro!", pensa o canalha.
- Vá pedir para o Metro! - sugere aos berros do alto para a senhora de cor que entra, aflita, no autocarro que a leva para o trabalho nas limpezas.
- Quando é que o teu marido vai pedir para o Metro! - grita ele à janela, seguindo velozmente o autocarro que, por acaso, ia esgalhado naquele dia.
- Esta besta... - murmura o condutor (de bigode).
O senhor Bentley sabe que ninguém dá esmolas no Metro. Olham o ceguinho, a adolescente romena, a ceguinha a cantar e reparam na roupa: tão bem vestido... tão gorda... não deves passar fome... vai masé pedir para a tua terra... só vêm cá para roubar e ainda traz o pobre do miúdo ao colo...
Um gajo preto, grande, sério, de perna partida e muletas não ganhava nem três tostões. O senhor Bentley ri-se. Porque tudo é divertido.
Odespois foi a do segundo esquerdo.
O marido deixou-a.
Grávida. E ela a ganhar cento e vinte contos por mês com renda de sessenta contos. A água a subir. A luz. O passe. O seguro do carro. Vendeu o carro. O bebé a caminho. Pagar a ama. Para ir trabalhar. Para pagar as despesas. Poupar na comida. Fazer sopa, sopa, sopa. Os pais, pobres, lá na terra, que não a podiam ajudar. Os sogros que a detestavam (ai o nosso menino, o meu menino, quem foi arranjar! Se não arranjava melhor! Ao menos uma advogada...!). O marido que arranjou outra. O xanax, o prozac, o trabalho mal feito, a licença de parto durante quatro meses (cinco não podia ser porque os oitenta por cento do ordenado não chegavam para cobrir as despesas), o patrão que se ressentia. A depressão. A depressão.
- E a renda já vai num mês! - exclamava Bentley, seguindo-a pela Baixa, ela a esconder-se, a tentar fugir com a enorme barriga, os olhos baixos, as lágrimas furtivas que escapam ao controlo. Medicamentoso.
O senhor Bentley ria, sorria, gargalhava como um gárgula medieval. Ó, se tivesse asinhas na gabardina! Asinhas pequenitas, de morcego. Branco-sujo. Bonita cor.
- Um mês! Filmes porno! Olha que pagam cinquenta contos por um dia de trabalho! Tenho aqui o anúncio!
E postou-se à frente da mulher em destroços, que contorcia a cara em choro, enquanto lia o anúncio em voz alta para os transeuntes em redor ouvirem. Ela conseguiu fugir para dentro de um café onde o senhor Bentley viu a entrada barrada pelo empregado cinquentão (curiosamente também de bigode), gajo que praticava culturismo desde os dezasseis anos.
- Eh lá, franganote - motejou o Pilinha-Esguia (a alcunha é auto-explicativa, penso) e alçou, guarda-chuva aberto, para o alto. Up-up and away.
De modos que cento e dez contos de rendimento mensal tinham ido à viola. Cantar as fúnebras no cemitério (e hoje que nem era quarta-feira!).
No call-center Bentley aproveita um momento em que os supervisores (ou team-leaders ou lá o raio do nome dos tipos) não estão a escutar as chamadas dos operadores para se divertir um bocadinho.
- Ah não quer? Olha este não quer! É só um inquérito, filho da puta. Cof-cof, sou velhinho, tenho para mais de noventa anos (not), e estou aqui para pagar as despesas da operação à vesícula! Na merda de um call-center! Para mais de noventa anos! Não tens vergonha, caralho? Um velhinho... tratar assim um velhinho... sabes quanto é que os gajos me levam de operação, internamento e custo de apalpanço de enfermeiras mafarronas, sabes?! Para mais de cinco euros diários! Mais iva. Mais inflação corrigida. MaisIstoMaisAquilo. Responde ao caralho do inquérito. Ganho dez cêntimos. Ajuda, dez cêntimos. Uma esmolinha, uma esmolinha sibila o senhor Bentley e a seguir grita. - Anormal! Que tenhas muitos meninos pela barriga das pernas! Estou, estou sim? Está lá? Chatice, a chamada caiu. Muito boa noite, o meu nome é Bentley, Senhor Doutor Engenheiro Doutorado Bentley (e só estou a fazer isto como trabalho de campo para concluir a Tese) e nós estamos a fazer um inquérito para determinar o motivo que o levou a anular a apólice do automóvel.
- Mas eu não desisti de seguro nenhum! Não me diga isso que eu preciso do carro para trabalhar! Não me diga isso! Se acontecer alguma coisa não tenho seguro.
- Ah, pois não, não tens. Olha, amor, azar. Azar fodido. É a vida! É a puta da vida. Estão a lixar-te, totó.
Click.
- Hi, hi, hi - ria com riso de sardanisca.
- É mentira. Não é para inquéritos. É do SIS e andam-te a SEGUIR - diz quando apanha um cliente mais paranóico. - Andas a fazer downloads de pornografia infantil, não é, lindo? Mas se fores Deputado Parlamentar não há problema! Se não fores, concorre nas próximas eleições e oferece electrodomésticos. Preciso de um moinho de café. Alô, alô? Mal-educado. Desligou-me nas fuças. Fuças não, que eu não tenho fuças: tenho fronha.
Durou uma hora no emprego. Despediram-no mal o sistema de escuta voltou a funcionar. Juntamente com a hora de formação (paga a cinquenta cêntimos), ganhou três euros no dia.
- Fortuna. Vou ser empregada a dias. Ganho seis euros e meio à hora - pensou, de modo brilhante.
E foi logo comprar o aventalinho e o espanador.
Depois foi ter com os Velhos para lhe darem o lugar da criadita francesa, mas estes recusaram. Detestavam a bisca.
- Preconceituosos...
- As rendas, as rendas. Não posso mandar os filhos da puta dos inquilinos para a rua quando não pagam! E eu aqui a passar fome!
(Not.) Mentiroso. Que grande mentideiro. Outros têm esse problema, é vero, mas nunca o senhor Bentley. Inquilino que não lhe pague a renda é alvo de fartote! Ó, o que ele brinca com os canalhas que se alapam no que não é deles.
- Ó, uma preeeeetaaa! - grita enquanto segue a desgraçada da Senhora Inquilina que não paga há três meses porque o marido perdeu o emprego.
"Não tenho culpa que o gajo partisse uma perna e não lhe dessem baixa. Se não pode trabalhar nas obras vá pedir para o Metro!", pensa o canalha.
- Vá pedir para o Metro! - sugere aos berros do alto para a senhora de cor que entra, aflita, no autocarro que a leva para o trabalho nas limpezas.
- Quando é que o teu marido vai pedir para o Metro! - grita ele à janela, seguindo velozmente o autocarro que, por acaso, ia esgalhado naquele dia.
- Esta besta... - murmura o condutor (de bigode).
O senhor Bentley sabe que ninguém dá esmolas no Metro. Olham o ceguinho, a adolescente romena, a ceguinha a cantar e reparam na roupa: tão bem vestido... tão gorda... não deves passar fome... vai masé pedir para a tua terra... só vêm cá para roubar e ainda traz o pobre do miúdo ao colo...
Um gajo preto, grande, sério, de perna partida e muletas não ganhava nem três tostões. O senhor Bentley ri-se. Porque tudo é divertido.
Odespois foi a do segundo esquerdo.
O marido deixou-a.
Grávida. E ela a ganhar cento e vinte contos por mês com renda de sessenta contos. A água a subir. A luz. O passe. O seguro do carro. Vendeu o carro. O bebé a caminho. Pagar a ama. Para ir trabalhar. Para pagar as despesas. Poupar na comida. Fazer sopa, sopa, sopa. Os pais, pobres, lá na terra, que não a podiam ajudar. Os sogros que a detestavam (ai o nosso menino, o meu menino, quem foi arranjar! Se não arranjava melhor! Ao menos uma advogada...!). O marido que arranjou outra. O xanax, o prozac, o trabalho mal feito, a licença de parto durante quatro meses (cinco não podia ser porque os oitenta por cento do ordenado não chegavam para cobrir as despesas), o patrão que se ressentia. A depressão. A depressão.
- E a renda já vai num mês! - exclamava Bentley, seguindo-a pela Baixa, ela a esconder-se, a tentar fugir com a enorme barriga, os olhos baixos, as lágrimas furtivas que escapam ao controlo. Medicamentoso.
O senhor Bentley ria, sorria, gargalhava como um gárgula medieval. Ó, se tivesse asinhas na gabardina! Asinhas pequenitas, de morcego. Branco-sujo. Bonita cor.
- Um mês! Filmes porno! Olha que pagam cinquenta contos por um dia de trabalho! Tenho aqui o anúncio!
E postou-se à frente da mulher em destroços, que contorcia a cara em choro, enquanto lia o anúncio em voz alta para os transeuntes em redor ouvirem. Ela conseguiu fugir para dentro de um café onde o senhor Bentley viu a entrada barrada pelo empregado cinquentão (curiosamente também de bigode), gajo que praticava culturismo desde os dezasseis anos.
- Eh lá, franganote - motejou o Pilinha-Esguia (a alcunha é auto-explicativa, penso) e alçou, guarda-chuva aberto, para o alto. Up-up and away.
De modos que cento e dez contos de rendimento mensal tinham ido à viola. Cantar as fúnebras no cemitério (e hoje que nem era quarta-feira!).
No call-center Bentley aproveita um momento em que os supervisores (ou team-leaders ou lá o raio do nome dos tipos) não estão a escutar as chamadas dos operadores para se divertir um bocadinho.
- Ah não quer? Olha este não quer! É só um inquérito, filho da puta. Cof-cof, sou velhinho, tenho para mais de noventa anos (not), e estou aqui para pagar as despesas da operação à vesícula! Na merda de um call-center! Para mais de noventa anos! Não tens vergonha, caralho? Um velhinho... tratar assim um velhinho... sabes quanto é que os gajos me levam de operação, internamento e custo de apalpanço de enfermeiras mafarronas, sabes?! Para mais de cinco euros diários! Mais iva. Mais inflação corrigida. MaisIstoMaisAquilo. Responde ao caralho do inquérito. Ganho dez cêntimos. Ajuda, dez cêntimos. Uma esmolinha, uma esmolinha sibila o senhor Bentley e a seguir grita. - Anormal! Que tenhas muitos meninos pela barriga das pernas! Estou, estou sim? Está lá? Chatice, a chamada caiu. Muito boa noite, o meu nome é Bentley, Senhor Doutor Engenheiro Doutorado Bentley (e só estou a fazer isto como trabalho de campo para concluir a Tese) e nós estamos a fazer um inquérito para determinar o motivo que o levou a anular a apólice do automóvel.
- Mas eu não desisti de seguro nenhum! Não me diga isso que eu preciso do carro para trabalhar! Não me diga isso! Se acontecer alguma coisa não tenho seguro.
- Ah, pois não, não tens. Olha, amor, azar. Azar fodido. É a vida! É a puta da vida. Estão a lixar-te, totó.
Click.
- Hi, hi, hi - ria com riso de sardanisca.
- É mentira. Não é para inquéritos. É do SIS e andam-te a SEGUIR - diz quando apanha um cliente mais paranóico. - Andas a fazer downloads de pornografia infantil, não é, lindo? Mas se fores Deputado Parlamentar não há problema! Se não fores, concorre nas próximas eleições e oferece electrodomésticos. Preciso de um moinho de café. Alô, alô? Mal-educado. Desligou-me nas fuças. Fuças não, que eu não tenho fuças: tenho fronha.
Durou uma hora no emprego. Despediram-no mal o sistema de escuta voltou a funcionar. Juntamente com a hora de formação (paga a cinquenta cêntimos), ganhou três euros no dia.
- Fortuna. Vou ser empregada a dias. Ganho seis euros e meio à hora - pensou, de modo brilhante.
E foi logo comprar o aventalinho e o espanador.
Depois foi ter com os Velhos para lhe darem o lugar da criadita francesa, mas estes recusaram. Detestavam a bisca.
- Preconceituosos...
domingo, dezembro 24, 2006
sexta-feira, dezembro 22, 2006
quinta-feira, dezembro 21, 2006
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Introdução à astrologia mundana
"Mundane astrology, the study of heavenly cycles upon groups and nations is the most ancient branch of astrology."
terça-feira, dezembro 19, 2006
Vamos lá a ver...
Qual é o mapa "correcto".
[1910]
A 28 de Janeiro de 2007 Plutão em trânsito vai estar a 27º56' sagitário, em oposição directa ao Plutão natal (27º56' gémeos).
Quando o escândalo da casa pia rebentou Saturno estava a 27ºgémeos.
Ok - novas revelações (plutão traz ao de cima aquilo que está enterrado) em relação a este caso por volta desta data?
Vamos estar atentos...
Porque desde que rebentou o escândalo até agora - JÁ LÁ VÃO 4 ANOS.
Já passa.
E neptuno (o planeta das ilusões) está a 2 graus (penso) de entrar na casa 3... comunicações não inteiramente credíveis por volta dessa altura?
[1974]
A 3 de Dezembro de 2007 Plutão em trânsito vai cruzar o Nadir, a 28º05 Sagitário. Conjunção casa 4, oposição a Casa 10.
Também nessa altura Vénus está em conjunção de 2 graus com urano, na casa 2... humm... notícias inesperadas relativamente à saúde da nossa economia?
Bom, esperemos para ver!
(Tenho de aprender mais sobre isto...)
[1910]
A 28 de Janeiro de 2007 Plutão em trânsito vai estar a 27º56' sagitário, em oposição directa ao Plutão natal (27º56' gémeos).
Quando o escândalo da casa pia rebentou Saturno estava a 27ºgémeos.
Ok - novas revelações (plutão traz ao de cima aquilo que está enterrado) em relação a este caso por volta desta data?
Vamos estar atentos...
Porque desde que rebentou o escândalo até agora - JÁ LÁ VÃO 4 ANOS.
Já passa.
E neptuno (o planeta das ilusões) está a 2 graus (penso) de entrar na casa 3... comunicações não inteiramente credíveis por volta dessa altura?
[1974]
A 3 de Dezembro de 2007 Plutão em trânsito vai cruzar o Nadir, a 28º05 Sagitário. Conjunção casa 4, oposição a Casa 10.
Também nessa altura Vénus está em conjunção de 2 graus com urano, na casa 2... humm... notícias inesperadas relativamente à saúde da nossa economia?
Bom, esperemos para ver!
(Tenho de aprender mais sobre isto...)
Por outro lado...
Se aceitarmos para mapa de Portugal o da data de: 4 de Outubro de 1910 (datas, esta e a anterior, presentes num livro cujo título é, se não me engano "world horoscopes". Não o li. Pedi a alguém que o tem que mas fornecesse).
Se a aceitarmos, dizia, então:
a 23 de Novembro de 2002, quando rebentou o escândalo da Casa Pia, Urano (o planeta das mudanças rápidas e inesperadas) estava a transitar na casa 3 (que representa, na astrologia mundana, além de outras coisas, "the nature of the public demands upon and the degree of public patronage accorded to the nation's transportation and communication facilities; the postal, telegraph and telephone systems, radio, cinema, newspapers, magazines and ephemeral publications;" (...), "the reading public, and its tendency to patronize the newspapers and other periodicals; indications relative to rumors, public opinion, the mental and psychological attitude of the masses;") e estava a 3 graus da conjunção exacta de quiron (o centauro que representa dor emocional, psicológica).
Uma notícia inesperada (urano) que feriu (quiron) o país?
Mas Saturno estava em trânsito a 27 graus de gémeos, em cima, em conjunção exacta com o Plutão natal (a 27 graus de gémeos) - na casa 7.
Segundo a mesma fonte, a casa 7 na astrologia mundana significa:
"Mundane Figure: The public as an organized social unit, the social consciousness of the people, the relative status of the nation among the nations of the world, and conditions, circumstances and events affecting its social evolution; those who cooperate with or oppose the people in a national sense, such as anti-social organizations or activities, crime, organized crime and criminals, particularly those who assume the status of a public enemy; anything that contributes to or interferes with public harmony, or tends to build or disintegrate social identities; public support of the nation's foreign policy, friendly or hostile, political or commercial, and the reactions of foreign nations thereto. It is therefore the domain of international disputes, of war and peace; public relations, public gatherings, and meetings between and dealings with strangers. It also indicates the status of women in the nation, particularly the public attitude toward marriage and divorce, and the fluctuations of the marriage and divorce rate as determined by the planet posited there, and its rela- tion to the Fifth House. "
Não sei bem como se interpreta isto...
Enfim. Isto é complicado...
Se a aceitarmos, dizia, então:
a 23 de Novembro de 2002, quando rebentou o escândalo da Casa Pia, Urano (o planeta das mudanças rápidas e inesperadas) estava a transitar na casa 3 (que representa, na astrologia mundana, além de outras coisas, "the nature of the public demands upon and the degree of public patronage accorded to the nation's transportation and communication facilities; the postal, telegraph and telephone systems, radio, cinema, newspapers, magazines and ephemeral publications;" (...), "the reading public, and its tendency to patronize the newspapers and other periodicals; indications relative to rumors, public opinion, the mental and psychological attitude of the masses;") e estava a 3 graus da conjunção exacta de quiron (o centauro que representa dor emocional, psicológica).
Uma notícia inesperada (urano) que feriu (quiron) o país?
Mas Saturno estava em trânsito a 27 graus de gémeos, em cima, em conjunção exacta com o Plutão natal (a 27 graus de gémeos) - na casa 7.
Segundo a mesma fonte, a casa 7 na astrologia mundana significa:
"Mundane Figure: The public as an organized social unit, the social consciousness of the people, the relative status of the nation among the nations of the world, and conditions, circumstances and events affecting its social evolution; those who cooperate with or oppose the people in a national sense, such as anti-social organizations or activities, crime, organized crime and criminals, particularly those who assume the status of a public enemy; anything that contributes to or interferes with public harmony, or tends to build or disintegrate social identities; public support of the nation's foreign policy, friendly or hostile, political or commercial, and the reactions of foreign nations thereto. It is therefore the domain of international disputes, of war and peace; public relations, public gatherings, and meetings between and dealings with strangers. It also indicates the status of women in the nation, particularly the public attitude toward marriage and divorce, and the fluctuations of the marriage and divorce rate as determined by the planet posited there, and its rela- tion to the Fifth House. "
Não sei bem como se interpreta isto...
Enfim. Isto é complicado...
Hummm
Casa 4, significado:
"In a Mundane Figure: Circumstances and events affecting real estate values, mines and their products, buildings, crops, produce and all agricultural interests, including those of the owners of and work- ers on the land; miners, builders, the housing and living conditions of the people, and their patriotic inclinations; the land as a locality wherein people are subject to natural forces -- terrestrial as distinguished from atmospheric -- hence property damages resulting from floods, earthquakes, and mining disasters; the interests of the people as distinguished from those of the government and of the governing class; and democratic as against autocratic tendencies in government, and between governments. In a National Figure: the Opposition Party, and those individuals who cooperate with or oppose the Chief Executive; the characteristics of any governmental opposition, and the time such opposition may be expected to culminate."
Fonte.
Ora se aceitarmos o mapa de 25 de Abril de 1974 como o mapa astrológico de Portugal, é interessante notar que Plutão (o deus da morte e do renascimento) vai em breve entrar na Casa 4...
Entonces... desastres naturais que afectarão os nossos recursos, a nossa agricultura? Comida mais cara? Possibilidade de estagnação total do mercado imobiliário? Casas caríssimas que ninguém compra ou vende? Tremores de terra...? Estado cada vez mais autocrático, policial?
E isto vai durar até... mais ou menos 2024, 2025 - quando Plutão acabar de limpar a Casa 4 e entrar na Casa 5.
Não sei se é, se não é assim - se será. Eu sei pouco de astrologia e menos ainda de "mundane astrology", a que se refere a países - ainda por cima há 3 mapas para Portugal :/
Bom, daqui a uns anitos saberemos, né?
"In a Mundane Figure: Circumstances and events affecting real estate values, mines and their products, buildings, crops, produce and all agricultural interests, including those of the owners of and work- ers on the land; miners, builders, the housing and living conditions of the people, and their patriotic inclinations; the land as a locality wherein people are subject to natural forces -- terrestrial as distinguished from atmospheric -- hence property damages resulting from floods, earthquakes, and mining disasters; the interests of the people as distinguished from those of the government and of the governing class; and democratic as against autocratic tendencies in government, and between governments. In a National Figure: the Opposition Party, and those individuals who cooperate with or oppose the Chief Executive; the characteristics of any governmental opposition, and the time such opposition may be expected to culminate."
Fonte.
Ora se aceitarmos o mapa de 25 de Abril de 1974 como o mapa astrológico de Portugal, é interessante notar que Plutão (o deus da morte e do renascimento) vai em breve entrar na Casa 4...
Entonces... desastres naturais que afectarão os nossos recursos, a nossa agricultura? Comida mais cara? Possibilidade de estagnação total do mercado imobiliário? Casas caríssimas que ninguém compra ou vende? Tremores de terra...? Estado cada vez mais autocrático, policial?
E isto vai durar até... mais ou menos 2024, 2025 - quando Plutão acabar de limpar a Casa 4 e entrar na Casa 5.
Não sei se é, se não é assim - se será. Eu sei pouco de astrologia e menos ainda de "mundane astrology", a que se refere a países - ainda por cima há 3 mapas para Portugal :/
Bom, daqui a uns anitos saberemos, né?
PdD: [Sultana]
PdD: [Sultana]
A minha participação (e ando a escrever tão pouco...):
Olha a fita antes de a pôr ao pescoço. De repente imagens de um antigo reino invadem-na.
Paredes altas, mulheres por todo o lado, mulheres a perder de vista. E ele a passear calmamente por ali. Teve vontade de visitar o hárem. Há pouco uma odalisca deu-lhe o 36º filho. 100 filhas e apenas 36 filhos. Maldição!
Pára e observa a mulher de pele escura, azul, que veio de longe, de África. Aproxima-se e acaricia a sua barriga arredondada com um sorriso. Talvez este seja outro filho. Sim. Rezará a Alá. Outro macho.
Desperta do transe. Toca ao de leve na fita. Engole em seco. Sabe que houve uma batalha, foi deposto pelo irmão. Todos os filhos foram mortos, mesmo aquele que estava quase a nascer - e todas as filhas obrigadas a serem odaliscas do tio. Abre a janela. Ah, o dia está bonito e o céu é azul. Sim, irá ao baile. Ao baile, dançar.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
New Mexico UFO Trunkneck
Trunkneck edited and uploaded this video for George Filer Eastern Director of MUFON. |
UFO filmed on the Space Shuttle STS-37 Mission
During the Space Shuttle Atlantis mission "STS-37", a metallic looking sphere appears and stays in the vicinity of the Shuttle for a while. |
Guatemala UFO over 4° Norte
UFO seen over Guatemala City in 2004, over the cultural disctrit 4° Norte, it was cloudy, and the ufo seem to appear from the clouds and shoots to the sky at incredible speed |
UFO - Cylinder Chased by Soviet MIG-21 Accelerates
UFO - Cylinder Chased by Soviet MIGs Accelerates Extra Tags: Russian Jet Documentary See Also: UFOs Merge during MIG chase in Russia (Adoro estas coisas, adoro, adoro, adoro :D) |
ufo China
Home video of a disc over China Visit my journal here:- http://journals.aol.co.uk/hgn53k/UFOSightingsDevonEngland/ |
sexta-feira, dezembro 15, 2006
Nódulo norte - interpretações
Aqui: http://www.kellyleephipps.com/tao_of_astrology/nodes/nodes_main.htm
Para saberem onde se situa o nódulo norte (é o símbolo que parece uma ferradura) no vosso mapa, vão ao site: www.astro.com e insiram os vossos dados.
O nódulo norte indica aquilo que é suposto aprendermos nesta vida.
Para saberem onde se situa o nódulo norte (é o símbolo que parece uma ferradura) no vosso mapa, vão ao site: www.astro.com e insiram os vossos dados.
O nódulo norte indica aquilo que é suposto aprendermos nesta vida.
quinta-feira, dezembro 14, 2006
quarta-feira, dezembro 13, 2006
segunda-feira, dezembro 11, 2006
Revista Bang!
Já saiu o novo número.
Sítios onde a podem adquirir: http://www.sde.com.pt/bang/OndeComprarBang.htm
O Senhor Bentley está lá, nas últimas páginas :)
(Site: http://www.revistabang.blogspot.com)
Sítios onde a podem adquirir: http://www.sde.com.pt/bang/OndeComprarBang.htm
O Senhor Bentley está lá, nas últimas páginas :)
(Site: http://www.revistabang.blogspot.com)
Já fui
Já voltei.
Já tirei o papelito do registo criminal a dizer que sou boazinha e que não faço mal a uma mosca.
Agora é só esperar... que me liguem novamente.
(*Faz figas*)
Já tirei o papelito do registo criminal a dizer que sou boazinha e que não faço mal a uma mosca.
Agora é só esperar... que me liguem novamente.
(*Faz figas*)
domingo, dezembro 10, 2006
sexta-feira, dezembro 08, 2006
quinta-feira, dezembro 07, 2006
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Não à Censura
(Não obstante havê-la...)
«Tradução (adaptada) dos direitos fundamentais dos bloggers
Temos o direito de escrever ou produzir materiais anonimamente em blogs.
Temos o direito de manter a confidencialidade das nossas fontes.
Temos o direito de utilizar a propriedade intelectual de forma leal.
Temos o direito de permitir comentários aos nossos visitantes sem qualquer receio.
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Temos o direito de escrever ou produzir materiais sobre a nossa própria profissão.
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Conheça os seus direitos e prepare-se para os defender.
EFF (Fundação Fronteira Electrónica)»
Fonte: http://apdeites.cedilha.com/?p=281
«Tradução (adaptada) dos direitos fundamentais dos bloggers
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Fonte: http://apdeites.cedilha.com/?p=281
A Morte Chegou à Cidade com uma Carrada de Pulgas
[É um título bueda grande. Apeteceu-me. Singularidades da autora que pede ao leitor a bondade de as aceitar. Ou podes ir ler o Moby Dick.]
- Parece mentira, mas este repórter tem uma coisa a reportar que é... inaudita, inédita. Singular. Peculiar e Particular à classe política.
(O repórter continua a reportar.)
- Uma Carrada de Pulgas atacou o hemiciclo! Segundo testemunhas locais esta manhã um exército de pulgas marchou rumo ao Presidente da Assembleia da República e atacou o Doutor Vasco da Rama.
- Senhor Doutor - corrige a telespectadora Eunice.
- Ele tirou o curso de medicina onde?
- És mesmo sacana, Célia. Não se pode ver as notícias contigo. Começas logo a implicar.
- Se é doutor deve ter cursado medicina em algum lado. Peraí... Vasco da Rama. Não é aquele que não foi acusado em relação ao Caso do Colégio?
- 'Tás a confundir com o Farruscas. Ou o Veloso.
- Não, não. Esses foram pronunciados arguidos. O Rama nem isso! O nome dele foi referenciado no julgamento e até agora... népias. Continua lá no alto a perorar. Merece a carrada de pulgas. Espero que fiquem gordas de sangue.
(Célia reflecte uns segundos.)
- Não. Espero que não tenham matado a fome e avancem para os outros!
(Eunice abana a cabeça com enfado.)
- Parece que vais ter o teu desejo - diz ela.
(O repórter reporta.)
- Caros telespectadores! É incrível! Não imaginam o caos. A morte dá caça aos políticos do hemiciclo na forma de uma carrada de pulgas! Os Servidores da nossa Nação...
(- AH! - diz Célia de modo cínico, emitindo um som de desprezo e descrença através dos lábios.)
- ... estão a ser perseguidos viciosamente! Mas apenas eles. Os civis são poupados! Eles... sobem para as bancadas, pisoteiam-se uns aos outros na vã tentativa de escaparem à morte certa! E, não, pa... parece que. Sim, é verdade. Ao longe vejo uma aglomeração de lesmas que lentamente se juntam às pulgas! Ó, meu Deus, o Primeiro-Ministro! Foi, foi... Atacado pelas lesmas que o impedem de mover-se! As pulgas saltam e, e, chupam-no até ao tutano! Espero que a namorada não esteja a ver isto.
[Nota da autora: nada temeis, leitores: ela estava na Baixa a comprar sapatos.]
- É mal empregada para o gajo... - opina a má (a Célia).
- Ó! Tu, tu! Tens com cada coisa! Mas é mal empregada porquê?!
A interpelada encolhe os ombros.
- Sei lá. É. Gostava de lhe ver a carta astral, os aspectos entre Neptuno, Vénus e Plutão...
(O repórter já não reporta: o homem grita.)
- O nosso Primeiro-Ministro ficou reduzido a uma carcaça de pele! As... as pulgas avançam! Caros telespectadores, hoje é um dia Negro para a Nação! Para a nossa Nação Bem-Amada!
- AH! - penso que nem vale a pena dizer quem é a dona do berro. - Este parece que é jornalista do Estado Novo.
- E tu a dar-lhe... - murmura Eunice, sentada ao seu lado no sofá.
- Ainda queres entrar na política...? Vai, vai. Mas não podes é entrar na lama. Senão o papão vem e come-te! Ah, ah, ah!
(A amiga não responde.)
(O repórter rapidamente recobra o ânimo quando vê um deputado do PSD a trepar uma coluna.)
- Vamos tentar... en-entrevistar o deputado. Senhor deputado, como se sente? Quer dar uma palavrinha para a RTP? Um comentário!
- Ó Meu Filho da Puta, eu sou lá o Marcelo Rebelo de Sousa?! Esse está ali mais à frente. Vai chatear-lhe os colhões a ele!
- Mas esta é a sua oportu...
- AAARRGHHH!
(Silêncio.)
- O deputado está aos pés da coluna, sendo comido por pulgas, percevejos e picado por vespas.
Murmura:
- Ó Antunes, vira a câmara para aqui: vamos mostrar em tempo real o que está a suceder.
(Silêncio, à excepção dos gritos de fundo acompanhados do tropel de passos a tentar escapar ao inevitável destino. Durante trinta segundos a carnificina, o desmembramento de um deputado do hemiciclo português preenche o écran. De súbito carreiras de formigas negras aparecem para levar o saque para o formigueiro.)
- Que Mais podemos dizer, caros telespectadores - diz ele com a voz tremida já com medo que a bicheza, olhando o fato, o confunda com um Senhor Doutor Deputado. - A imagem vale mil palavras. Corta, corta. Vamos lá fora apanhar ar.
A amiga (a boazinha, a Eunice) levanta-se e desliga o aparelho.
- Eh! Eu 'tou a ver isso!
- Só gostas de desgraças, tu - e torna a acendê-lo. - Vou ao café.
- Vai, vai.
Célia recosta-se no sofá com os braços cruzados e a testa franzida, atenta ao minúsculo pormenor. Não é todos os dias que uma carrada de pulgas (ninjas, atreve-se a pensar) e companhia dizimam o Parlamento.
[É um título bueda grande. Apeteceu-me. Singularidades da autora que pede ao leitor a bondade de as aceitar. Ou podes ir ler o Moby Dick.]
- Parece mentira, mas este repórter tem uma coisa a reportar que é... inaudita, inédita. Singular. Peculiar e Particular à classe política.
(O repórter continua a reportar.)
- Uma Carrada de Pulgas atacou o hemiciclo! Segundo testemunhas locais esta manhã um exército de pulgas marchou rumo ao Presidente da Assembleia da República e atacou o Doutor Vasco da Rama.
- Senhor Doutor - corrige a telespectadora Eunice.
- Ele tirou o curso de medicina onde?
- És mesmo sacana, Célia. Não se pode ver as notícias contigo. Começas logo a implicar.
- Se é doutor deve ter cursado medicina em algum lado. Peraí... Vasco da Rama. Não é aquele que não foi acusado em relação ao Caso do Colégio?
- 'Tás a confundir com o Farruscas. Ou o Veloso.
- Não, não. Esses foram pronunciados arguidos. O Rama nem isso! O nome dele foi referenciado no julgamento e até agora... népias. Continua lá no alto a perorar. Merece a carrada de pulgas. Espero que fiquem gordas de sangue.
(Célia reflecte uns segundos.)
- Não. Espero que não tenham matado a fome e avancem para os outros!
(Eunice abana a cabeça com enfado.)
- Parece que vais ter o teu desejo - diz ela.
(O repórter reporta.)
- Caros telespectadores! É incrível! Não imaginam o caos. A morte dá caça aos políticos do hemiciclo na forma de uma carrada de pulgas! Os Servidores da nossa Nação...
(- AH! - diz Célia de modo cínico, emitindo um som de desprezo e descrença através dos lábios.)
- ... estão a ser perseguidos viciosamente! Mas apenas eles. Os civis são poupados! Eles... sobem para as bancadas, pisoteiam-se uns aos outros na vã tentativa de escaparem à morte certa! E, não, pa... parece que. Sim, é verdade. Ao longe vejo uma aglomeração de lesmas que lentamente se juntam às pulgas! Ó, meu Deus, o Primeiro-Ministro! Foi, foi... Atacado pelas lesmas que o impedem de mover-se! As pulgas saltam e, e, chupam-no até ao tutano! Espero que a namorada não esteja a ver isto.
[Nota da autora: nada temeis, leitores: ela estava na Baixa a comprar sapatos.]
- É mal empregada para o gajo... - opina a má (a Célia).
- Ó! Tu, tu! Tens com cada coisa! Mas é mal empregada porquê?!
A interpelada encolhe os ombros.
- Sei lá. É. Gostava de lhe ver a carta astral, os aspectos entre Neptuno, Vénus e Plutão...
(O repórter já não reporta: o homem grita.)
- O nosso Primeiro-Ministro ficou reduzido a uma carcaça de pele! As... as pulgas avançam! Caros telespectadores, hoje é um dia Negro para a Nação! Para a nossa Nação Bem-Amada!
- AH! - penso que nem vale a pena dizer quem é a dona do berro. - Este parece que é jornalista do Estado Novo.
- E tu a dar-lhe... - murmura Eunice, sentada ao seu lado no sofá.
- Ainda queres entrar na política...? Vai, vai. Mas não podes é entrar na lama. Senão o papão vem e come-te! Ah, ah, ah!
(A amiga não responde.)
(O repórter rapidamente recobra o ânimo quando vê um deputado do PSD a trepar uma coluna.)
- Vamos tentar... en-entrevistar o deputado. Senhor deputado, como se sente? Quer dar uma palavrinha para a RTP? Um comentário!
- Ó Meu Filho da Puta, eu sou lá o Marcelo Rebelo de Sousa?! Esse está ali mais à frente. Vai chatear-lhe os colhões a ele!
- Mas esta é a sua oportu...
- AAARRGHHH!
(Silêncio.)
- O deputado está aos pés da coluna, sendo comido por pulgas, percevejos e picado por vespas.
Murmura:
- Ó Antunes, vira a câmara para aqui: vamos mostrar em tempo real o que está a suceder.
(Silêncio, à excepção dos gritos de fundo acompanhados do tropel de passos a tentar escapar ao inevitável destino. Durante trinta segundos a carnificina, o desmembramento de um deputado do hemiciclo português preenche o écran. De súbito carreiras de formigas negras aparecem para levar o saque para o formigueiro.)
- Que Mais podemos dizer, caros telespectadores - diz ele com a voz tremida já com medo que a bicheza, olhando o fato, o confunda com um Senhor Doutor Deputado. - A imagem vale mil palavras. Corta, corta. Vamos lá fora apanhar ar.
A amiga (a boazinha, a Eunice) levanta-se e desliga o aparelho.
- Eh! Eu 'tou a ver isso!
- Só gostas de desgraças, tu - e torna a acendê-lo. - Vou ao café.
- Vai, vai.
Célia recosta-se no sofá com os braços cruzados e a testa franzida, atenta ao minúsculo pormenor. Não é todos os dias que uma carrada de pulgas (ninjas, atreve-se a pensar) e companhia dizimam o Parlamento.
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Já cá estou de volta. O pc com menos soluços e um disco "novo".
Isto vai ter de durar mais uns tempos, lol.
/dunya out
Isto vai ter de durar mais uns tempos, lol.
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