segunda-feira, agosto 01, 2011

Como, ao descrevermos os outros, estamos a descrever-nos a nós próprios

Na revista Domingo, que saiu com o jornal Correio da Manhã, há um artigo sobre a Marilyn Monroe e sobre um suposto filme pornográfico que fez.

Não vou discutir se o filme é verdadeiro ou não (pelo que tenho lido, parece que não, mas enfim, tudo é possível. No artigo fala-se de supostas provas documentais do FBI. Eu não acredito muito...). Na verdade quero falar sobre outra coisa.

O artigo intitula-se:

“O espelho de Marilyn”.

E as opiniões sobre o tema realmente são um Espelho. Ou melhor, usam a Marilyn como um espelho e acabam por descrever-se a si mesmos – quando julgam que a descrevem a ela.

(O seu mapa natal astrológico aqui.)

Ela tem uma forte marca neptuniana, com Neptuno no Ascendente. Este Neptuno tem aspectos, entre outros, com a Lua, Vénus, Júpiter, Saturno e Quíron. Além disso o nódulo norte (a nossa missão na vida, aquilo que temos de aprender) está na casa 12, a casa naturalmente regida por Neptuno.

Portanto a sua vida vai ser uma vida de sacrifício, martírio, ilusão e sobretudo Projecção. Os outros Projectam nela aquilo que Eles são. Ao falarem dela estão na realidade a falarem de si mesmos. E isto, ao que parece, continua mesmo depois da sua morte. Mesmo após 49 passados sobre a sua morte.

É obra, hã.

Ela é a personificação do Mito. E do Cordeiro Sacrificado.

Muito bem, o que é o Pedro Mexia tem a dizer sobre a Marilyn Monroe?

“Uma estrela é sempre fabricada, mas Marilyn tinha, a par de um lado ingénuo, um outro 'underground', no qual se movia por interesse. Sabia que tinha de dormir com as pessoas certas para ter carreira.”

Ora quem é que acham que isto realmente define? Acham que esta caracterização realmente define Marilyn – ou quem a fez?

E o cineasta António Cunha-Telles tem isto a dizer sobre ela:

“Via-se como um mito, era alguém fascinado por si próprio e, nesse aspecto, tinha até atitudes suicidárias. Não se sabe como morreu, suicídio ou assassinato, mas foi ela que se conduziu a esse desfecho.

O que me fascinou aqui foi este “atitudes suicidárias.”

Pensei logo: Não. Tu estás é a falar de ti.

Portanto fui ver a Astrologia do Cunha-Telles. Ele nasceu a 26 de Fevereiro de 1935. Tem Sol, Vénus e Saturno em Peixes (signo naturalmente regido por Neptuno) e tem em oposição o próprio planeta Neptuno no signo de Virgem. O tema de se querer sacrificar (às vezes, a própria vida) também está aqui presente (de alguma maneira).

E a Astrologia de Pedro Mexia? Bom, só consegui descobrir que nasceu em Lisboa em 1972. Aquele “dormir com as pessoas certas” e mover-se num certo contexto “por interesse” para avançar a carreira faz-me pensar que provavelmente terá algo em Balança.

A nossa visão do mundo e das pessoas que actuam nele definem-nos mais a nós do que aos outros.

Não é fascinante? Eu penso que sim.

A minha Astrologia? Tenho Ascendente em Escorpião e uma data de planetas em aspecto ao meu Plutão natal. Os motivos do outros interessam-me muitíssimo. Eu gosto de Saber Porquê.

/Dunya out

Sem comentários: