sexta-feira, julho 26, 2002

Sonho acalentado: aprender a escrever bem.

Com o tempo e a prática a escrita vai aprimorando, noto. Mas vejo que todos os livros que eu não li durante a infância e adolescência (porque não havia cascalho para os comprar e porque nem a uma biblioteca itinerante – e muito menos fixa – tive acesso), todos esses livros que desconheço, que habitam na minha actual ignorância – me fazem falta. Não apenas ao nível da escrita, mas a outros níveis: emocional, intelectual, social. Às vezes tenho a sensação que só comecei a aprender a deslindar o mundo (i.e., as pessoas), a percebê-lo, quando comecei a ler livros. E só leio de forma regular desde cerca os vinte anos.

Não sou, hélas!, do género de pessoas intuitivo, que lança um olhar a um grupo de indivíduos e sabe logo o DNA de cada um. Não sou assim, dependo do olhar dos outros para entender o que se apresenta ante o meu. Logo, considero uma violência que uma das portas do conhecimento me tivesse sido negada durante tanto tempo. O meu ser ressentiu-se. Não sei se dá para “remediar” até ao fim da vida.

Assim, o sonho que tenho é aprender a escrever como deve ser. Aprender a construir histórias decentes.
Acho que este ainda é o meu sonho... (é que às vezes perdemos os sonhos de vista...)

Ai, pronto. O blog virou “my dear diary”! :-p
Vou mas é ler Miguel de Unamuno, ‘Como se faz uma novela’ (editora Grifo).

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