Trecho de "Geração X", de Douglas Coupland, págs. 67-68.
«E entao tive uma reacção descontrolada. Subiu-me o sangue à cabeça, o meu coração começou a bater; desatei a suar e as palavras do poeta Rilke vieram-me ao espírito - a ideia dele de que todos nascemos com uma carta escrita dentro de nós e só se formos sinceros para connosco poderemos lê-la antes de morrermos. O sangue a ferver nos meus ouvidos disse-me que o Sr. Takamichi tinha de algum modo confundido a fotografia da Monroe que guardava no cofre com a carta dentro dele e que eu também estava em risco de cometer o mesmo erro.
(...)
«Dois dias mais tarde estava de volta ao Oregon, de volta ao Novo Mundo, respirando ares menos povoados, mas soube logo que ainda tinha muita história para viver. Que queria menos da vida. Menos do passado.
«Por isso vim para cá, para respirar pó e caminhar com os cães, para olhar para uma pedra ou um cacto e pensar que sou a primeira pessoa a ver essa pedra ou esse cacto. E tentar ler a carta que tenho dentro de mim.»
Achei esta passagem bonita. Principalmente a parte sobre a "carta escrita dentro de nós" e sobre o querer "menos da vida".
Confissão: hoje ainda não escrevi nada. Oh, shame.
Sem comentários:
Enviar um comentário