sábado, abril 08, 2006

lirios

 
Mijo de pulga é servido em bares, a cerveja choca é despejada no chão coberto de serradura. Eu se pudesse e tivesse rosas comprava um molho de lírios, mas não me pagaram ainda.
- Quero uma caneca de terra - peço ao senhor Anselmo.
A andorinha, que falhou a migração, serve-me. Destruiram-lhe o ninho. Okupou o ninho das cegonhas (prevejo problemas com a lei, despejos lacrimejantes).
Dou vivas ao rei. Hi-hip. Turra.
Em casa durmo no tecto, sonho com cometas a viajarem no espaço. Sonho que sou um homem com três irmãos mais novos do que eu.
E de manhã o rádio desperta-me. Apronto-me.
No Metro a água está choca. Hoje a carruagem vai navegar lentamente e eu vou chegar atrasada.
Amanhã se me pagarem compro lírios para me aconchegar o pescoço.
 
 

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