sexta-feira, outubro 31, 2003

Bem , meus windos sacaninhas, a partir de amanhã e durante um mês este blog vai estar mais ou menos parado. Motivo: the Insanity!

Inté ;)

quinta-feira, outubro 30, 2003

Despudoradamente roubado daqui. (Façam scroll para baixo.)


Nós, os pouco felizes

Nós, os seres humanos que vivemos em casas ou apartamentos, e não em acampamentos nem nos viadutos, nem nas favelas ou nos hospícios, nós que vivemos em residências de cujas janelas podemos ver a cidade em seus ofícios e vícios, ou as paisagens do campo e suas luzes, nós que sabemos cantar em prosa e verso, que podemos andar, sorrir, comer, temos a indústria e o comércio, e conta nos bancos, universitários, que nunca fomos à guerra ou despejámos mísseis, nós que podemos ver o mar, as ilhas, as aves, as montanhas, o céu belíssimo, as nuvens pretas, as estrelas, a amplidão do mundo, que temos mapas e a astronomia, médicos e anestesia, hospitais e poesia, que podemos viajar, olhar vitrines e comprar, nós, ai, nós, que sabemos ler e lemos livros, temos fogões em nossas casas, temos camas, temos sexo e desejo, temos o beijo, nós que ouvimos música no rádio ou em discos, que temos filhos com todos os dentes, escola, agasalho e nem vivemos em Cuba, nós que não somos curdos, nem etíopes nem angolanos, que temos florestas imensas, rios, terras, temos seca e temos chuva, temos quadros e gravuras, o luar do sertão e as araras, que choramos no cinema, que temos alma e lágrimas, mil caras, uma só, dedos sensíveis e crenças, amores secretos, jornalistas altruístas, padres guerrilheiros, músicos ardentes, escritores, sindicalistas, líderes sem-terra à vista, violeiros repentistas, loucuras, alvará de soltura, uma terra com palmeiras onde canta o sabiá, que temos carro ou sapato sem furo, temos o passado e o futuro, nós que assinamos revistas e jornais, temos casa de campo, mesmo que seja de um amigo onde há cavalos e pirilampos, nós que jantamos à luz de velas, tomamos vinho e meio embriagados lemos poemas para os passarinhos, ou para as belas mulheres, ou para o ser que amamos, e amamos vários, nós que somo amados, que vamos à praia ou não vamos mas esperamos a praia vir a nós, que vestimos roupas e usamos um antigo anel de família que ainda não foi roubado, e que talvez nunca seja, que tomamos cerveja, que temos a confissão e o perdão, que acordamos tarde e não andamos de trem, que temos salário, ou renda fixa, emprego, família, paixão, nós que temos corpo e estamos vivos, temos amigos, temos trabalho, fazemos exercícios, somos hedonistas, artistas, poucos, nós que fazemos cinema, que sentimos o perfume e temos sonhos, que adoramos ouvir estórias contadas por qualquer estranho, que dançamos alegres com as crianças, que gostamos de lareira e frio, sorvete e calor, o limpo e o macio, que sonhamos navegar tornando o mundo pequeno, que usamos biquínis e tangas, desfilamos nossos seios nus nas escolas de samba, que não somos da ralé nem da choldra, nem da rafaméia nem do lúmpem nem da miséria, que especulamos e ganhamos mas também perdemos, nós que temos raízes, directrizes, teatro, damas atrizes, jogadores, senadores, ai de nós, perdoai-nos, somos os pouco felizes.

Ana Miranda

(Acho que é esta senhora.)
Depois da Noite.
Porra, Até Que Enfim!

terça-feira, outubro 28, 2003

"It is too often forgotten that just as a bad man is nevertheless a man, so a bad poet is nevertheless a poet." (G. K. Chesterton)

Também acho.
Que mania esta de pensar que um escritor tem de ser um bom escritor Sempre; ou um filho tem de ser um bom filho Sempre; ou um homem tem de ser um bom homem Sempre.
Nem Deus pediu isso de nós. Não aceitar menos do que a perfeição é a melhor receita para o falhanço.
Um exemplo: o nanowrimo. Aceito que passarei os próximos 30 dias a escrever porcaria sem ponta por onde se lhe pegue. E as restantes 18 mil pessoas que se inscreveram também o aceitam. Algo que é mau, mas existe, pode ser melhorado. Algo que é bom e perfeito, mas não existe... enfim.
Parece-me que o materialismo já afectou tudo. Temos de ser perfeitos sempre! Bons em tudo! Um poeta não tem o direito de ser um mau poeta! Que se fuzilem todos os maus escritores! Isto é a mesma coisa que dizer a uma criança com asma: tu não sabes respirar bem. Estás a gastar ar que outros usariam de forma mais eficiente e competente.
Só aceitamos os perfeitos agora?
Só aceitamos os bons?
Notícia de última hora: para ser bom é Necessário ser mau primeiro!
Um bom poeta tem de ser um mau poeta. Sem ser mau, jamais será bom.
Nós evoluímos a vida inteira. Olhemos para o nosso corpo. Está a envelhecer ou a evoluir? Está a modificar-se, a transformar-se. Um corpo de 90 anos é mau, comparando-o com um corpo de 16 anos?
Só porque alguém leu um mau escritor quando este tinha 23 anos, quererá dizer que o escritor permaneceu mau? Ou será que evoluiu, se transformou?
Não me venham dizer que não tenho direito aos meus erros. Como é que se aprende se não se erra?
Digam a uma criança que ela não pode errar. Nunca. Vai crescer saudável, não vai...?

Bom, o nanowrimo está à porta. Tenho um "plot", sei o início e até já sei o fim! O meio é que me lixa.

sábado, outubro 25, 2003

Façam o favor de clicar.
Soubéssemos ao menos a matéria
de que é feito o que em nós não é matéria.

David Mourão-Ferreira in Obra Poética, 1948-1988
A CIGARRA E A FORMIGA

Dona Formiga
Pertence à classe das senhoras sérias,
Tem cuidado da casa e do alimento;
Não fala muito, muito pouco briga,
Tudo o que faz é com discernimento
E, enfim, não gosta de passar misérias.

Além de tudo, é de ambições modestas,
Todo o seu bem, no seu labor converte
E faz da vida ideias esquisitas...
Não faz visitas
E não se diverte...
Nunca se viu, Dona Formiga, em festas.

De tanto se ocupar da vida e do futuro
E tornar o labor mais sério e duro,
Chega a ficar grotesca e cómica;
Pois, mesmo assim, nos amplos e massudos
Livros morais, de exemplos e de estudos,
Com que, da infância, o estímulo se apura,
Ela figura
Como um sólido exemplo de económica.

Trabalha muito no pesado Estio,
Porque receia
Que o Inverno venha achá-la desprovida.
Por isso, quando chega o Frio
E cessa a lida,
Já ela está com a dispensa cheia.

Dona Cigarra - esta, coitada!
Não vale nada
Entre as pessoas sérias!
É a pobre infeliz que dá lições de canto
E que o Verão inunda
Da sua Alma de estroina e vagabunda...
Entretanto,
Dona Cigarra, eu sei, passa misérias.

É da boémia a mais perfeita imagem,
Adora a luz e mora na folhagem...
E tal a vida é e tal a aceita,
Sempre de sonhos e ilusões repleta...
Dona Cigarra até parece feita
Da própria massa de que é feito o Poeta!

Passa o Verão... E o véu do Estio,
O tempo, sobre o Céu e a Terra corre;
Torna-se a Vida mais penosa e séria...
Dona Cigarra não resiste ao frio
E, coitadinha, morre
E morre, quase sempre, na miséria.

Contam, que um dia,
Morta, do Sol, a límpida alegria,
Sem luz para cantar,
Como fizera no Verão inteiro,
Fora à Formiga, em prantos, implorar
Um pedaço de pão do seu celeiro...

Como a Formiga, então lhe perguntasse
Onde se achava
E o que fizera na estação passada,
Honestamente, disse que cantava...
Pois a malvada,
Sem dó da mísera mendiga,
Quase morta de fome e já sem voz,
Numa ironia desumana e atroz,
Mandou que ela dançasse...

Por isso, é que eu não gosto da Formiga.

Mário Pederneiras in
Ao Léu do Sonho e à Mercê da Vida, 1912

sexta-feira, outubro 24, 2003

Não me posso esquecer:

- a validade da escrita está na escrita;
- qual é o objectivo da escrita? A escrita ela-mesma.

Não se escreve com o objectivo de. O objectivo reside no próprio acto de escrever. O acto é o fim em si mesmo.

Às vezes esqueço-me disto e sofro.

terça-feira, outubro 21, 2003

ARS GOSIFERUM


acordai vestal azul
banhai o rosto nas límpidas águas
desse danado sono de paul
aos algares de minhas fráguas

despe tuas singelas vestes -
seios duros em agua perfumada -
teu manto de estrelas e ciprestes
oh! boca de beijos eivada

quando sob a torturada pele descai
o amador seus amores
da vestal soerguida sai
pranto e clamores, pranto e clamores...



Daren, Cadavre Exquis Rococó
23.05.77

[Feito no #poesia. Não pedi autorização aos autores para o colocar aqui. Ops. Sorry. Mas não está giro? Eu acho que está :^) ]

segunda-feira, outubro 20, 2003

sábado, outubro 18, 2003

Mudei de template. Again.
Esta já consigo ver bem no Opera. No Netscape é que não sei.

quinta-feira, outubro 16, 2003

O Senhor Doutor Juiz Carlos Rodrigues Almeida foi, num destes dias, a Coimbra criticar “o excesso de prisão preventiva”.
Realmente, um juiz às direitas, sim senhor, ‘tou parva, ele critica o abuso de prisão preventiva! Este senhor sabe do que fala porque em onze acórdãos referentes a recursos de prisão preventiva, em nove ele fez o favor de manter os “clientes” no chilindró.
Ou seja, falou contra si próprio. Flagelou-se em público. Deve ter sido algo do estilo:
- Não obstante as minhas acções, mantenho os meus princípios!
(Ovação em pé do público delirante, tapete vermelho estendido, florzinhas. Condecorem-me este gajo Já!)
Mas é bonito, na minha opinião, ver pessoas que mantêm Princípios (apesar de não os aplicarem na realidade, quiçá por medo que os profanem com suor e sofrimento humanos, ainda se amarrotam, as contas na lavandaria andam pela hora da morte e o Omo Lava Mais Branco não dá para tudo); tal como é bonito ver que ainda existe malta que conserva a expressão Palavra de Honra no vocabulário e exime-se, quiçá por idênticos motivos, de aplicá-la no dia a dia.
Isto transporta-me a uma recordação de infância. Aos seis anos eu tinha o Vestido Mais Bonito do Mundo: cor-de-rosa (a minha cor favorita), às florzinhas. Vesti-o uma vez em casa e nunca saí com ele porque a minha mãe insistia em guardá-lo para uma qualquer (remota, hipotética) Ocasião Especial. Eu esperei. Esperei. Nunca houve festa nenhuma, visita alguma que justificasse eu usar o vestido cor-de-rosa. Cresci. Deixou de me servir. Foi um desgosto enorme.
Tal como este vestido lindo há Princípios que certas pessoas teimam em manter privados, para uso doméstico (usados de forma abstracta num diálogo pós-refeição, o cafezinho acompanhando a conversa certamente inteligentíssima); ou, pior, usarem-nos apenas em Ocasiões Especiais e em benefício de Pessoas Especiais.
Tipo o Paulo Pedroso.
Este Senhor Doutor Iluminadíssimo Juiz Desembargador, por exemplo, decidiu que os seus impolutos, elevados e nobres Princípios não poderiam ser aplicados a nove estafermos que, certamente, não eram assim tão especiais e estar agora a gastar Princípios Importantes com gentinha deste calibre não se justificava.
Paulo Pedroso, que teve a distinta pouca-vergonha de voltar a ocupar o lugar no Parlamento, estando-se a lixar para as graves acusações de que é alvo (suspeito que a Dualidade de Princípios – ou a Dualidade do seu emprego – é doença de que também padece), é na opinião do Excelentíssimo Juiz Desembargador Carlos Rodrigues Almeida uma pessoa merecedora e a quem vale a pena demonstrar a aplicabilidade no concreto dos seus níveos Princípios.
(Esta entrada ainda me vale um processo. Adiante.)
Em duas queixas graves – suspeitas de abuso sexual e (referente a outro caso) um suspeito de tentativa de homicídio, ameaças, danos e injúrias (coisa pouca) – ele decidiu pelo fim da prisão preventiva.
Em nove outros casos (atente-se na discrepância de números) decidiu manter uma medida que é contrária, nas suas palavras, “à dignidade da pessoa humana”.
Eu acrescento: depende da pessoa e depende do Omo.
Entre os nove casos há malta que continuou a ver o sol aos quadradinhos por:
- ter uma espingarda de canos serrados roubada;
- ter sido apanhada com trinta e seis doses de embalagens de heroína - uma toxicodependente Sem antecedentes criminais - (Trinta e seis? Epá, isso fornece Lisboa em peso durante um ano! Fez muito bem!);
- ter sido caçado (um tipo SEM antecedentes criminais) com duas embalagens de heroína.
Duas! DUAS.
É de meter pelos olhos adentro que este fulano pertence à Máfia italiana! Duas embalagens?! Sem Antecedentes Criminais?!? Enjaulem-me o gajo!
Não é bonito ver um Pobre Ser Humano (só por acaso juiz) ser obrigado a pesar os seus Princípios? A aplicá-los com tal lei e parcimónia salomónicas? Não é lindo? Eu acho tão bonito ver a justiça em acção. E quando estiver na prisão por ter visto, ao longe, a miragem de uma planta cannabis, vou continuar a admirar a beleza da justiça lusitana.
Pergunto-me se algum dia chegará à nossa justiça o tal do 25 de Abril... parece-me que ainda não chegou lá. Parece-me que a justiça cá do burgo persiste em funcionar nos moldes da Outra Senhora. É interessante ver que representantes da dita escolhem libertar (e duvido que este seja o caso único), entre o mal menor e o Mal Maior, o Mal Maior.
O que chateia imensa gente na actuação do juiz Rui Teixeira é aquela mania que ele tem de tratar toda a gente como IGUAL. A igualdade de tratamento aborrece os tipos do Omo Lava Mais Branco. Era giro se tal comportamento se espalhasse e infectasse todos os níveis da justiça portuguesa.
Era giro ver chegar a Democracia verdadeira (e não a abstracta, que se discute em congressos) à nossa justiça.
Sabem o que é que eu gostava também?
Gostava que três vezes por ano os juízes fossem Obrigados a visitar as prisões. Visitas pedagógicas, chamemos-lhes.
Vendo a actual situação de seres humanos (e não a abstracta, distante, evocada com ligeireza após o jantar) talvez fossem impregnados de compaixão. Sem compaixão não há justiça possível. Compaixão para os pobres e não apenas para os ricos.
Uma colega de uma amiga minha por volta dos quinze anos chagava a paciência aos pais todos os dias. Queria uma mota. Aos dezasseis anos, por lei, já a podia ter. Os pais levaram-na a um hospital onde ia parar a malta nova depois de ter acidentes de mota. Viu jovens paralisados, viu jovens em estado deplorável. Ali, ao vivo, a cores e em estéreo. Deixou de pedir a mota aos pais. Remédio santo.
Pedagógico, viram?
Não limitemos tal pedagogia aos jovens imaturos – alarguemo-la também aos nossos juízes.

quarta-feira, outubro 15, 2003

Muito bem, já estive no lançamento do livro Blogs, ali no Mercado da Ribeira (mesmo ao pé da estação de Metro Cais do Sodré), e já voltei.




Apareceu imensa gente :) Conheci o Fernando Esteves Pinto, não era nada o que eu estava à espera (aliás, acontece-me o mesmo com toda a gente). É simpático. Conversámos muito facilmente (encontrar pessoas assim é uma dádiva nestes dias). Conheci o Luís Ene e o Paulo Querido (de fugida) e... um senhor que estava com o Fernando com quem falei muito bem e de quem não recordo o nome. Desculpe, tenho uma atenção “limpa pára-brisas”: escapa-me tudo :-/ Mas lembro o nome do seu blog (ainda em construção): Egoexcêntrico (espero ter escrito bem).
Vi o Pedro Mexia.
Não vi o Pipi :(
Ó que mágoa tão grande. Ó desgraceira da minha vida. Ó Fado, ó Tempo!
Eu não vi o Pipi :’(
(Fico com este desgosto para o resto da minha vida. Sério.)
Ok, not really :P
O Fernando é que olhava para todos os lados perguntando-se onde estaria a Sandra ;)
Reparei que a audiência portuguesa é igual em toda a parte: apática (desculpem, não quero ofender ninguém, eu estava entre os espectadores e também fiquei muito caladinha). Já vi um auditório constituído por brasileiros e a diferença é abismal. Eles falam, perguntam, discordam. Participam. Não parece haver aquela divisão que nós cultivamos entre Público e Oradores. Fazem todos parte do mesmo grupo. É engraçado. Somos povos diferentes, não obstante falarmos a mesma língua.
Tive direito ao livro Blogs autografado por ambos os autores; o Fernando ofereceu-me o seu “Ensaio Entre Portas” e eu ofereci-me a mim própria “Monsieur Bovary” de Laura Grimaldi. (2,5 euros, Jesuuuuus!) Tive de me conter senão desatava a comprar livros a torto e a direito. Foi difícil!
E pronto :)

domingo, outubro 12, 2003

Outro site que oferece o print on demand (POD) de graça é Lulu.com.
Só que eu não me entendo com aquilo. Os uploads que fiz aparecem-me em branco.
Tentarei noutra altura.

sábado, outubro 11, 2003

Ok, acabei de publicar um livro!
Através do site CafePress.

Foi só para experimentar. Como a opção "Perfect Binding" ainda não está disponível fui obrigada a escolher outra: Wire-O (Wire bound like a notebook). Ver exemplo abaixo.



E como tem imensas páginas ficou caro para caraças (o meu "lucro" é menos de 20 cêntimos, lol.)

Escolhi o menor tamanho disponível.

Ah, o book. Chama-se "O Livro Último" e, errr, foi recusado imensas vezes por diversas editoras.

Se ainda assim houver alguém interessado em adquirir esta fantástica obra-prima (publicidade enganadora), não digam que não avisei!

Tentei antes outro site que também fornece o serviço de print-on-demand a quem quiser (sem cobrar por isso), mas atrapalhei-me na porcaria das instruções e desisti. Por enquanto.

Onde podem encontrar o livro? Na minha loja virtual :)

P.S. Agora a sério, inté me sinto mal se não repetir o aviso: pelo formato (argolinhas) e pelo preço (ouch!) não vale a pena comprar.

Agora o conteúdo é fabuloso, fabulástico, etc e tal e mais não sei o quê :P

Fumar mata.

Atenção: imagens fortes.

(Via RainStorm.)
Acrescentei um gatinho. Brinquem com ele :)

quinta-feira, outubro 09, 2003

O Omo lava mais branco.
...
Eu não te disse hoje de manhã?

Isto é tão bonito. A amizade é um valor que, que, que, é bonito, pronto!
É bonito ter amigos!
Amigos que sabem as coisas pela manhã.
Amigos madrugadores.
E informados. Assim, de antenas no ar, apanham tudo.
A amizade, a amizade, a amizade...
Tipo, tipo, a Amizade!
Não é...?
E depois os amigos terem Omo assim à mão, para puderem lavar, lavar... lavar, hã, o que for preciso!
Não é?
É bom ter amigos com Omo à mão para poder lavar a roupa.
Mas atenção, o Omo é só para os amigos! Não é para um bandalho qualquer a cumprir preventiva na choldra por crimes menores que, por acaso, até pode não ter cometido de todo. E depois sair e depois a modos que, a modos que (como é que eu digo isto...), a modos que o Estado se está a foder para o tal indivíduo depois de lhe ter fodido parte da vida e reputação. Isto o Omo lava mais branco não é para toda a gente, hã!
A Democracia é selectiva.
É reservada à elite (Democracia: reservado o direito de admissão), não é cá para sacaninhas de merda. Não é para os pobres.
A Democracia e Justiça pagam-se. O Omo está pela hora da morte.
Ah, tu não tens Omo, estafermo?
Vai lavar ao rio. Come e cala.
Vai lavar ao rio...
(Três corpetes, um avental, láláláá.)

Cidadão-sem-tostão, na Aldeia da Roupa Branca lavas na pedra da ribeira que te lixas.

/Lola out


[Esta tipa volta e meia apodera-se do meu teclado e depois aparece-me isto no blog. Ai aquela, aquela rapariga...!]

Há uma canção que não me sai da cabeça:

Pedofilia!
Feita à maneira!
É como o queijo
Numa ratoeira!

A letra era assim, não era? Ai esta memória...

quarta-feira, outubro 08, 2003

E não é que os gajos se vão safar?

Um já se safou...

Os outros deve faltar pouco...
Bem, mudei de template, um bocado contra-vontade (se não é assim que se escreve, que se lixe). Gostava tanto do homenzinho a... avoar!

Experimentei no Opera e vê-se bem, tal como no Explorer.

A cor dos links é um 'cadito garrida... tenho duas cores na mente que preferia antes, mas não as consigo encontrar nas tabelas.

O que acham da mudança? Gostam, detestam, querem um cházinho? (Joking.)
A sério: o que é que falta (se é que algo falta)?

terça-feira, outubro 07, 2003

Preciso de uma nova template que se consiga ver bem no Netscape e no Opera. E que seja gira.

Opiniões, dicas?
Vejo imagens horripilantes sobre a Chechénia. O jornalista fala melhor do que qualquer personagem que eu possa inventar. Ele é um poço de personagens: relembra as pessoas que fotografou, mortas ou mutiladas.
Uma personagem, poço de personagens.
Uma pessoa, verdadeira, real, concreta.
Enquanto penso na história que escrevo (será “plot driven” ou “character driven”?) descubro, com pena, não passar de uma estória. Banal. Desprovida de violência e horror, sem inimigos como os russos e os tchetchenos. Não tem aldeias arrasadas com seiscentos cadáveres.
Seiscentos.
Não sabia que as coisas estavam tão más. Os jornais poluem o tempo televisivo com as mesmas notícias de sempre e a merdinha da bola.
Fala-se no documentário na People and Arts de genocídio. De manipulação e desinformação, comuns na Rússia desde à décadas, agindo em conjunto com a guerra.
Sem imagens há notícias?
Há, mas nós não as vemos. O invisível, porque não visto, existe de facto?
Sim, mas nós não sabemos que existe.
A realidade precisa ser conhecida para existir totalmente (aos olhos humanos). É a velha história da árvore a cair na floresta. Se não estiver lá ninguém para ver será que caiu de facto?
De que maneira podem os jornalistas não se envolverem nas guerras, emocional e eticamente? A imparcialidade parece-me quase impossível ou até impraticável. Suponho que o seu aprendizado dura a vida inteira.
Os jornalistas, vejo, têm de entrar “ilegalmente” na Chechénia para poderem informar sem passar pelo crivo russo. Mas que merda de mundo é este? E a Convenção de Genebra, pá? Mil convenções não alteram a natureza humana, talvez só a desviem um bocadinho e por um período passageiro.
Assisto ao documentário e tento tirar dali algo que possa usar na escrita. A única coisa que posso tirar é o facto de que o sofrimento humano é omnipresente e inevitável. Qualquer livro, para ser credível, tem de o mostrar. Porém, eu fujo. Do sofrimento. Do mal. Da dor. Não gosto das coisas que doem. Todavia um livro tem de ser verdadeiro e conter dor. Dor humana.
E prazer. Como o pequeno prazer de beber água quando se tem sede ou dar um passeio no jardim quando o sol espreita entre as nuvens.
Desde que eu nasci quantas guerras houve na Europa?
Na Europa, meus lindos. No nosso continente. Quantas?
E eu aqui, absolutamente incólume. Nós aqui, incólumes. Níveos. Limpos. Puros. Cegos, cegos.
Uma jornalista afirma não acreditar mais que a informação possa mudar o mundo. Se os jornalistas perdem a (escassa) inocência e os ideais que ainda possuem quem nos vai abrir os olhos? Continuaremos cegos.
Outra jornalista revela que a maioria dos colegas querem primeiro a notícia e não se envolvem ou envolvem-se em último lugar. Primeiro está o trabalho, ser-se profissional.
“Todas as noites oiço os obuses a cair e isso vai durar”, diz a jornalista (Petra?), que não acredita que a imagem possa mudar o mundo. Sabe que era uma mentira que pregava a si própria quando andava de câmara na mão a filmar. A guerra.
Então o que pode ser feito se em última análise nem a imagem, nem o revelar das brutalidades nos comove mais?

Não sei.

[Vou pensar no meu personagem. Vou pensar neles. Descobrir quem é. Tentar conversar com ele, se me deixar. Não quero enrugar a alma e estilhaçar o coração. Vou falar com ele.]


Adenda: Candidato pró-Rússia 'vence na Chechênia' Uma farsa, parece-me.

Não percebi se a 2ª guerra chechena acabou ou não (acho que não). E não sei ainda se os jornalistas já podem ou não circular livremente dentro da Chechénia.



domingo, outubro 05, 2003

The George W. Bush Resume.

Boa leitura.
Coisas que eu gostava de saber para o meu nanonovel: como é que se lava dinheiro da droga? Em Portugal? Tem de ser em Portugal ou pode ser noutro sítio? Como é que se esconde os big bucks vindos do comércio de estupefacientes ilegais? Como é que as novas máfias do Leste estão a alterar toda esta dinâmica? Quem vende droga vende a crédito ou é rigorosamente dinheiro na mão? (Preciso de uma pessoa amiga na Pêjota para me inteirar de procedimentos e etc e tal.) E depois como é feita a distribuição? Quem põe a droga nas ruas? Qual é a rede? Quantas organizações actuam em Portugal? Há zonas delimitadas para cada uma ou é tudo ao molho e fé em Deus? Qual é o tipo de seguro (se é que o há) para um tipo que perca, digamos, o carregamento todo? São organizações, ok, mas até que ponto são organizadas? (Não falo de subsídio de desemprego, claro, mas de mecanismos de segurança. Quais serão?)

Também gostava de saber mais sobre máfias do Leste a fazerem pela vida em Portugal. Quem faz parte dos grupos? Antigos militares? São maioritariamente quê: russos, ucranianos, moldavos? Que línguas falam? Que hábitos têm (hábitos da população em geral)? Vieram para aqui e formaram-se cá por acaso ou afluíram dos países de origem especificamente para criarem grupos criminosos?

Já agora, será que a Yakuza alguma vez actuou cá no burgo? E as tríades chinesas? Há imensos emigrantes chineses, mas não há grupos criminosos para lhes fazer a vida negra?

(Isto vai assim um bocado mal amanhado... quem me souber elucidar, agradeço :)

Ah. Trabalhar num Banco... como é? Alguém sabe?

(Por agora é tudo. A história não arranca. Será uma dark comedy novel, whatever that is. Existirá algum dark comedy novelist português, I wonder? Ou mesmo brasileiro.)

sexta-feira, outubro 03, 2003

quinta-feira, outubro 02, 2003

Coisas que aprendi

Há várias formas de tomar haxixe, nem todas fumada. Pode fazer-se bolinhos ou pôr o produto no interior de uma garrafa com uma bebida alcoólica e agitá-la todos os dias. Ao fim de quinze dias deste exercício toma-se um gole e apanha-se valente mocada (disseram-me, não sei por experiência própria).

Na Suíça pode plantar-se cannabis em casa desde que seja para consumo próprio (mas aquilo não tem força nenhuma devido à escassez de sol).

Vendem-se almofadas cheiinhas com o mesmo produto – para dormir, pois claro. Faz bem à saúde. Ao fim de algum tempo, porém, tem de se comprar novas almofadas, gastam-se muito depressa (presumo).

As sicilianas fazem caras giríssimas quando contam histórias. Bom, a que eu conheci pelo menos. “Mais non! Mais non!”, dizia com uma cara incrivelmente cómica. Vive na parte francesa de Suíça.

Também na Suíça: quando um grupo quer ocupar uma casa desabitada vai à Câmara Municipal (acho) pedir as plantas da dita casa e saber a quem pertence. Os elementos são-lhes prontificados, sabendo quem os faculta muitíssimo bem o que pretendem fazer as pessoas que os pedem. Após a ocupação da casa a primeira coisa que fazem é avisar a polícia, nomeadamente, um ramo especial dentro da polícia que lida especificamente com estes casos. Depois pedem água e luz – que obtêm. Não são expulsos. É giro. Quem não tiver lugar para ficar pode tentar alojamento temporário nestas habitações.

Genebra é plana e quase não se vêem agentes da autoridade.

Os suíços são maluquinhos por esqui como nós somos maluquinhos por bola (excluindo esta que vos escreve).

Não vi neve, mas compenetrei-me de que de facto é gélida para caraças, porra.

Há máquinas que vendem livros no Chile, sabiam?

Chile, o do Pinochet.


É giro viajar. Aprende-se.


Today I'm...

Blank.