MUDANÇA DE LOCAL DO LANÇAMENTO DO LIVRO
Será dia 6 de Fevereiro (2ª) à mesma, à mesma hora (18h30), mas na BERTRAND do CENTRO VASCO DA GAMA (estação do Metro do Oriente, se não me engano).
O Sr. Bentley está muito lixado com a Fnac e eu não respondo por ele...
terça-feira, janeiro 31, 2006
segunda-feira, janeiro 30, 2006
Homenagem ao Cupido
É da espécie do amor mudo, o amor calado, assim um amor calado por entre neve e anos; um amor que não fala e grita e deseja acabar-se, substituir-se a outro; um amor paralisado a bater num coração paralisado; um amor que não vai e não vem, um amor enfiado numa estaca a meio da praça; aquela coisa, meio podre e viva, que bate fresca ao fim de anos; que respira, débil; que vê na escuridão como um gato idoso e desenganado.
É um género de amor que não se acaba e quer acabar-se, já sem estrépito, já sem se atirar para debaixo da carruagem; mas docemente, como um anjo a largar um suspiro.
Talvez apagar-se na rua como o céu apaga certas nuvens e elas deixam de ser nuvens, são fiapinhos invisíveis outrora brancos.
Como este coração, outrora vermelho, hoje rosa, a bater descompassado, habitado pelo vírus que não se desaloja (e não há meio de sair a lei das rendas); um coração abafado, cansado de arrastar-se e não se atirar para debaixo da carruagem; um coração gasto de romantismos, com o amor a encravá-lo, bicho da fruta, o amor.
Um amor que murcha, mas não morre; um coração que vai emurchecendo também; duas rosas podres, bicéfalas; duas flores mortas; dois bichos sem ar; dois monstros que se comem, deglutem, digladiam.
Duas entidades moribundas. Dois cestos sem pão ou pão sem boca; carcaças enrodilhadas em mofo; dois amigos que se odeiam e ferem; duas bestas cegas sem direcção.
Um amor que já se espantou, que já se calou, que sentiu, que amou amou, e hoje quer matar-se. Um amor que tem frio. Um amor que tem frio.
Um amor que antes sorriu e hoje s’ennuie.
Um amor que ainda ama contudo.
Um amor que se entretém a amar. A amar outro amor sem voz.
Um amor que gosta de brincar às balas perdidas, a zunirem, esperançadas, perto das margens do peito.
30 Janeiro 2006
É da espécie do amor mudo, o amor calado, assim um amor calado por entre neve e anos; um amor que não fala e grita e deseja acabar-se, substituir-se a outro; um amor paralisado a bater num coração paralisado; um amor que não vai e não vem, um amor enfiado numa estaca a meio da praça; aquela coisa, meio podre e viva, que bate fresca ao fim de anos; que respira, débil; que vê na escuridão como um gato idoso e desenganado.
É um género de amor que não se acaba e quer acabar-se, já sem estrépito, já sem se atirar para debaixo da carruagem; mas docemente, como um anjo a largar um suspiro.
Talvez apagar-se na rua como o céu apaga certas nuvens e elas deixam de ser nuvens, são fiapinhos invisíveis outrora brancos.
Como este coração, outrora vermelho, hoje rosa, a bater descompassado, habitado pelo vírus que não se desaloja (e não há meio de sair a lei das rendas); um coração abafado, cansado de arrastar-se e não se atirar para debaixo da carruagem; um coração gasto de romantismos, com o amor a encravá-lo, bicho da fruta, o amor.
Um amor que murcha, mas não morre; um coração que vai emurchecendo também; duas rosas podres, bicéfalas; duas flores mortas; dois bichos sem ar; dois monstros que se comem, deglutem, digladiam.
Duas entidades moribundas. Dois cestos sem pão ou pão sem boca; carcaças enrodilhadas em mofo; dois amigos que se odeiam e ferem; duas bestas cegas sem direcção.
Um amor que já se espantou, que já se calou, que sentiu, que amou amou, e hoje quer matar-se. Um amor que tem frio. Um amor que tem frio.
Um amor que antes sorriu e hoje s’ennuie.
Um amor que ainda ama contudo.
Um amor que se entretém a amar. A amar outro amor sem voz.
Um amor que gosta de brincar às balas perdidas, a zunirem, esperançadas, perto das margens do peito.
30 Janeiro 2006
Uma flor com o mesmo nick que eu :p
(Fonte: http://www.thelilygarden.com/pages_lilies/orienpet_2.html#dyz>
domingo, janeiro 29, 2006
sexta-feira, janeiro 27, 2006
Pode não parecer, mas é um poema
Pudesse eu ser tudo aquilo que não sou, ser da matéria das marés, dos bosques; pudesse eternamente entreter-me nos bosques como um sátiro, um delicioso sátiro, com pés de sátiro, corpo de sátiro e tronco humano; um sátiro a beber as flores do caminho, a esmagar as flores amarelas nas mãos, a comê-las às colheradas; um sátiro a fazer amor com as árvores e elas, envergonhadas, a gemerem baixinho, baixinho para não incomodar as ervas, o sono das ervas, o nobre sono das ervas; um sátiro com pés de cabra, pés de cavalo, pés de besta; um gordo sátiro a espumar de resina no ventre cavalar; um sátiro sem esperma porque os sátiros, procriando, fazem-no com o hálito, os olhos, as mãos (os meus sim).
Pudesse eu ser da matéria de um mar seco, engelhado, velho, absolutamente gasto, idoso, mau, rosnento, ladrando insultos aos rios; um mar que cobriu a terra e depois a terra expulsou-o para longe, muito longe, longe longe.
Pudesse a juventude dos bosques pertencer-me como pertence aos sátiros e a velhice de oceanos secos ser minha, minha, minha.
Pudesse eu ser jovem e tudo e ser velha e nada; quero um ódio imenso a escapar-me das unhas e um amor a quebrar-me a pele. À marretada.
Quero embrulhar-me num novelo de tudo e espremer, burilar a essência do homem do mundo do tempo do ser.
27 Janeiro’06
P.S. Não me apetece nada ir para o trabalho... mas não posso faltar (e quero).
P.S.2 Poesia, estás de novo à minha porta? Ou isto é só a fingir, sacana? Apareces e depois azulas! Assim não brinco mais contigo. E furo-te os pneuzinhos todos.
Pudesse eu ser tudo aquilo que não sou, ser da matéria das marés, dos bosques; pudesse eternamente entreter-me nos bosques como um sátiro, um delicioso sátiro, com pés de sátiro, corpo de sátiro e tronco humano; um sátiro a beber as flores do caminho, a esmagar as flores amarelas nas mãos, a comê-las às colheradas; um sátiro a fazer amor com as árvores e elas, envergonhadas, a gemerem baixinho, baixinho para não incomodar as ervas, o sono das ervas, o nobre sono das ervas; um sátiro com pés de cabra, pés de cavalo, pés de besta; um gordo sátiro a espumar de resina no ventre cavalar; um sátiro sem esperma porque os sátiros, procriando, fazem-no com o hálito, os olhos, as mãos (os meus sim).
Pudesse eu ser da matéria de um mar seco, engelhado, velho, absolutamente gasto, idoso, mau, rosnento, ladrando insultos aos rios; um mar que cobriu a terra e depois a terra expulsou-o para longe, muito longe, longe longe.
Pudesse a juventude dos bosques pertencer-me como pertence aos sátiros e a velhice de oceanos secos ser minha, minha, minha.
Pudesse eu ser jovem e tudo e ser velha e nada; quero um ódio imenso a escapar-me das unhas e um amor a quebrar-me a pele. À marretada.
Quero embrulhar-me num novelo de tudo e espremer, burilar a essência do homem do mundo do tempo do ser.
27 Janeiro’06
P.S. Não me apetece nada ir para o trabalho... mas não posso faltar (e quero).
P.S.2 Poesia, estás de novo à minha porta? Ou isto é só a fingir, sacana? Apareces e depois azulas! Assim não brinco mais contigo. E furo-te os pneuzinhos todos.
quinta-feira, janeiro 26, 2006
quarta-feira, janeiro 25, 2006
terça-feira, janeiro 24, 2006
E aqui está a capa (dura), em todo o seu esplendor!
[Link da editora: http://www.fiodanavalha.pt/]
Relembro que o lançamento é segunda-feira, 6 de Fevereiro, às 18h30 na Fnac do Chiado.
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Ornitologia.
Não me esqueci da promessa de publicar o artigo sobre The Plot Against America, de Philip Roth. Esperem que estes dias dedicados à promoção do meu novo livro Os Ossos do Arco-Íris me deixem umas horas livres de reflexão que eu aproveitarei para editar esse e outros textos.
Entretanto, compartecipo a notícia de que o lançamento do meu livro será um evento partilhado com a apresentação de outro título de ficção portuguesa, também editado pela Saída de Emergência: trata-se de O Senhor Bentley: o Enraba-Passarinhos, de Ágata Ramos. Uma obra na qual figura a personagem Senhor Bentley, intérprete de diversas histórias satíricas temperadas por um sentido de humor venenoso.
O seu humor e o meu horror irão, pois, tomar de assalto as livrarias, já na próxima quarta-feira, numa aliança emergente, cujo objectivo é dar um vigoroso abanão no leitor pop mais anestesiado por todo o entretenimento barato que, diariamente, chega às superfícies comerciais.
Direi mais, camarada David Soares, juntos Dominaremos o Mundo!
(Muhahááá!)
Não me esqueci da promessa de publicar o artigo sobre The Plot Against America, de Philip Roth. Esperem que estes dias dedicados à promoção do meu novo livro Os Ossos do Arco-Íris me deixem umas horas livres de reflexão que eu aproveitarei para editar esse e outros textos.
Entretanto, compartecipo a notícia de que o lançamento do meu livro será um evento partilhado com a apresentação de outro título de ficção portuguesa, também editado pela Saída de Emergência: trata-se de O Senhor Bentley: o Enraba-Passarinhos, de Ágata Ramos. Uma obra na qual figura a personagem Senhor Bentley, intérprete de diversas histórias satíricas temperadas por um sentido de humor venenoso.
O seu humor e o meu horror irão, pois, tomar de assalto as livrarias, já na próxima quarta-feira, numa aliança emergente, cujo objectivo é dar um vigoroso abanão no leitor pop mais anestesiado por todo o entretenimento barato que, diariamente, chega às superfícies comerciais.
Direi mais, camarada David Soares, juntos Dominaremos o Mundo!
(Muhahááá!)
domingo, janeiro 22, 2006
Não me levantei cedo, tenho horror às manhãs, sobretudo quando durmo pouco. Ontem deitei-me às três da manhã e levantei-me hoje perto das dez. Ou onze. Gosto muito dos domingos. Devia existir uma semana inteira feita de domingos. Sábados, feriados.
Arranjei-me e ala que se faz tarde!
Votar.
No Jerónimo.
A bem dizer votei nele porque pensei: este, se chegasse lá, era o que nos lixaria menos; mas, a bem dizer, não sei se assim seria. É que leio umas coisas sobre o prec e a modos que, enfim, a modos que me arrepio.
Não haverá por aí nenhum partido que seja ao mesmo tempo da esquerda e da direita?
Ou, se calhar, o melhor é importarmos a Finlândia.
Inteira.
Arranjei-me e ala que se faz tarde!
Votar.
No Jerónimo.
A bem dizer votei nele porque pensei: este, se chegasse lá, era o que nos lixaria menos; mas, a bem dizer, não sei se assim seria. É que leio umas coisas sobre o prec e a modos que, enfim, a modos que me arrepio.
Não haverá por aí nenhum partido que seja ao mesmo tempo da esquerda e da direita?
Ou, se calhar, o melhor é importarmos a Finlândia.
Inteira.
sábado, janeiro 21, 2006
Da série: coisas que eu não entendo.
O preconceito.
Como é que se pode negar aos outros direitos que nós temos escondendo-nos atrás de belas palavras como "princípios" e coisas do género?
Tenho muita pena, mas acredito que nós somos Mesmo Todos Iguais.
Não é justo uma população inteira ser forçada aos mesmos deveres e depois ser dada apenas a parte dessa população todos os direitos.
Ou há moralidade ou comem todos.
Cada vez que uma pessoa é discriminada - dói-me a mim. Dói-me. Sinto a rejeição em mim.
Sou mulher e tenho muita sorte por viver neste Portugal de hoje. Noutro país seria morta por mostrar os cabelos. Por dormir com alguém antes do casamento. Por, por, por tanta merdinha. Por ter filhos sem ser casada. Para preservar estúpidas honras masculinas.
Se quiser sair do país não preciso de porra de autorização nenhuma nem do pai nem do marido. Compro o bilhete e vou. Antes do 25 de Abril não era assim. Fui mal habituada - habituei-me à democracia, à ideia de que somos todos iguais.
Bom, ver se faço o jantar. Isto dava pano para mangas, mas não estou para isso.
O preconceito.
Como é que se pode negar aos outros direitos que nós temos escondendo-nos atrás de belas palavras como "princípios" e coisas do género?
Tenho muita pena, mas acredito que nós somos Mesmo Todos Iguais.
Não é justo uma população inteira ser forçada aos mesmos deveres e depois ser dada apenas a parte dessa população todos os direitos.
Ou há moralidade ou comem todos.
Cada vez que uma pessoa é discriminada - dói-me a mim. Dói-me. Sinto a rejeição em mim.
Sou mulher e tenho muita sorte por viver neste Portugal de hoje. Noutro país seria morta por mostrar os cabelos. Por dormir com alguém antes do casamento. Por, por, por tanta merdinha. Por ter filhos sem ser casada. Para preservar estúpidas honras masculinas.
Se quiser sair do país não preciso de porra de autorização nenhuma nem do pai nem do marido. Compro o bilhete e vou. Antes do 25 de Abril não era assim. Fui mal habituada - habituei-me à democracia, à ideia de que somos todos iguais.
Bom, ver se faço o jantar. Isto dava pano para mangas, mas não estou para isso.
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Acreditamos
Posso foder, posso foder
Posso foder criancinhas por trás e pela frente!
Abram alas, abram alas, sou pedófilo engalanado!
Quem me conta os dias tem os dias contados
As criancinhas são boas assadinhas
Comidinhas
Enrabadinhas no espeto!
Posso foder, posso foder
Posso foder fedelhos, ir-lhes ao cu
Sou pedófilo com atestado!
(Médico. É doença, encho a pança.)
Os putos não têm pintelhos no rabiosque
O que me agrada que eu sou todo fornicoques
Pedofilia é o que está a dar!
Todos juntos, ‘bora lá: Pedofilia é que está a dar!
Honraria, honraria, promoções, visões!
(E boletins premiados do euromilhões.)
Como criancinhas e nem sou comunista!
Graças a Deus vivo numa sociedade consumista
E os putos são outro produto
Ao Meu Soberano Dispor!
Jan.’06
Posso foder, posso foder
Posso foder criancinhas por trás e pela frente!
Abram alas, abram alas, sou pedófilo engalanado!
Quem me conta os dias tem os dias contados
As criancinhas são boas assadinhas
Comidinhas
Enrabadinhas no espeto!
Posso foder, posso foder
Posso foder fedelhos, ir-lhes ao cu
Sou pedófilo com atestado!
(Médico. É doença, encho a pança.)
Os putos não têm pintelhos no rabiosque
O que me agrada que eu sou todo fornicoques
Pedofilia é o que está a dar!
Todos juntos, ‘bora lá: Pedofilia é que está a dar!
Honraria, honraria, promoções, visões!
(E boletins premiados do euromilhões.)
Como criancinhas e nem sou comunista!
Graças a Deus vivo numa sociedade consumista
E os putos são outro produto
Ao Meu Soberano Dispor!
Jan.’06
terça-feira, janeiro 17, 2006
domingo, janeiro 15, 2006
sábado, janeiro 14, 2006
Comentário
Hoje é dia 14
O dia dos subterfúgios o dia das fugas
De todas as mentiras
Hoje é o dia do sótão e das vassouras
O dia da pouca morte à pouco anunciada
Hoje é o dia da lenta morte das palavras
Na boca das pessoas mal-amadas
Hoje é o dia do beijo esquecido no rosto d’outro ser
Pálido dia de amor a lavrar seco no fogo
Hoje é o dia dos jogos de bastidores
O dia das dores
O dia do chute do chute
(Da alma chutada escarnecida)
Das palavras que encolhem na verdade
Da verdade encolhida ante as palavras
Andamos da verdade à míngua
(À míngua, senhores!)
Pouca verdade na pouca terra no dia 14
Hoje é o dia do rígido termo senhoril
(e é tão bom ser Sábado)
É o dia do vil
Hoje é o dia penhorado
O dia do frio sem nada a navalhar a frágil pele
E dos lábios dos mal-amados escoa-se o fel
Para o mar bovino
Calmo
Encolhido
Ru
Mi
Nan
Te
14 Janeiro’06
Hoje é dia 14
O dia dos subterfúgios o dia das fugas
De todas as mentiras
Hoje é o dia do sótão e das vassouras
O dia da pouca morte à pouco anunciada
Hoje é o dia da lenta morte das palavras
Na boca das pessoas mal-amadas
Hoje é o dia do beijo esquecido no rosto d’outro ser
Pálido dia de amor a lavrar seco no fogo
Hoje é o dia dos jogos de bastidores
O dia das dores
O dia do chute do chute
(Da alma chutada escarnecida)
Das palavras que encolhem na verdade
Da verdade encolhida ante as palavras
Andamos da verdade à míngua
(À míngua, senhores!)
Pouca verdade na pouca terra no dia 14
Hoje é o dia do rígido termo senhoril
(e é tão bom ser Sábado)
É o dia do vil
Hoje é o dia penhorado
O dia do frio sem nada a navalhar a frágil pele
E dos lábios dos mal-amados escoa-se o fel
Para o mar bovino
Calmo
Encolhido
Ru
Mi
Nan
Te
14 Janeiro’06
sexta-feira, janeiro 13, 2006
Isto se...
Se fosse eu
As esquinas tinham espinhas
Tinham espinhas as esquinas
Se fosse comigo
Havia gente a voar
De rosa em rosa
De par em par
A desviarem-se das esquinas
Que engasgam
Isto se fosse eu a mandar
Mudava o mundo
Punha-o a rodar
Sexta-feira 13 Janeiro'06
(Poema feito para este desafio: http://www.escreva.com/desafio.php?d=109)
Participem também.
Se fosse eu
As esquinas tinham espinhas
Tinham espinhas as esquinas
Se fosse comigo
Havia gente a voar
De rosa em rosa
De par em par
A desviarem-se das esquinas
Que engasgam
Isto se fosse eu a mandar
Mudava o mundo
Punha-o a rodar
Sexta-feira 13 Janeiro'06
(Poema feito para este desafio: http://www.escreva.com/desafio.php?d=109)
Participem também.
quinta-feira, janeiro 12, 2006
quarta-feira, janeiro 11, 2006
http://osonhodenewton.crimsonblog.com/archives20051225.html#104434
Blog de David Soares.
Os livros de ambos sairão na mesma altura e, senão me engano, o lançamento dos mesmos será conjunto.
O célebre dois em um!, lol.
Blog de David Soares.
Os livros de ambos sairão na mesma altura e, senão me engano, o lançamento dos mesmos será conjunto.
O célebre dois em um!, lol.
O lançamento do Senhor Bentley, o Enraba-Passarinhos é dia 6 de Fevereiro, às 18.30h, na FNAC do Chiado. Uma Segunda-feira.
Façam o favor de faltar ao trabalho se ainda estão na labuta a essa hora ou saiam uma hora mais cedo!
Eu quero Filas, Bichas imensas na FNAC do Chiado!
Até lá :)
P.S. O livro chega às livrarias dia 25 de Janeiro. Pelo menos às Bertrands, nas outras pode haver um ligeiro atraso.
Façam o favor de faltar ao trabalho se ainda estão na labuta a essa hora ou saiam uma hora mais cedo!
Eu quero Filas, Bichas imensas na FNAC do Chiado!
Até lá :)
P.S. O livro chega às livrarias dia 25 de Janeiro. Pelo menos às Bertrands, nas outras pode haver um ligeiro atraso.
segunda-feira, janeiro 09, 2006
http://bomba-inteligente.blogspot.com/2006_01_01_bomba-inteligente_archive.html#113655019712924399
Fico contente por saber que não fui a única a ver esta entrevista.
Fiquei fã do homem :)
Fico contente por saber que não fui a única a ver esta entrevista.
Fiquei fã do homem :)
domingo, janeiro 08, 2006
FURIOUS RANT
Estou parva. Assisto, hoje, dia 7 de Janeiro de 2006, ao programa Negócios na RTP 2 e vejo dois tipos (além do apresentador) a falarem sobre energia.
Um defende e energia nuclear - solução a curto prazo (que se lixem chernobiles futuros, não é, meu lindo?).
Outro defende a fiscalidade para “moralizar” (a palavra é minha, mas este é o sentido geral) o consumo da electricidade e forçar os desgraçados dos consumidores a serem mais “racionais” no uso da luz.
Quer-se dizer.
Morremos de fome - porque há cada vez menos dinheiro para gastar em coisas fúteis como comida, vai todo para as despesas crescentes.
E passamos a morrer de frio.
Ou de calor.
Mas ao menos, sei lá, lê-se mais!
Porque nem pensar acender a televisão.
Uma lampadazita basta para iluminar a casa.
Baixam-se os preços para a indústria porque usa a energia com efeitos “produtivos” e sobem-se para os consumidores domésticos porque não produzem nada com a energia gasta.
Filhos da puta. Gastam-na para se manterem quentes, vejam lá o despudor!
É Preciso Ter Escassa Vergonha No Focinho Para Afirmar Estas Merdas, Pá!!!
Já não somos pessoas, somos apenas vermes a impedir a produtividade?!!?
E não há lá nem um gajo a defender as Energias Alternativas!
O outro que defende a maior fiscalidade para o preço da energia Não É um defensor de energias alternativas, não me queiram deitar areia para os olhos, foda-se!
Prevejo o seguinte:
Portugal vai-se foder (mas a tantos, Tantos! níveis que nem quero enumerar, perdia a noite toda);
os portugueses vão-se foder até chegarem a uma época que não vão ter dinheiro nem para comer nem para se aquecerem à noite.
Estas merdas não se resolvem com “soluções de emergência”! Estas coisas resolvem-se com Colhões, atacando os problemas de frente e com visão de Longo Prazo.
Epá, isto devia ser evidente até a débeis mentais com um quociente de inteligência de 30:
- Para a frente e em força com as energias alternativas e a partir de hoje!
E não tenham a filhadaputice de onerar Ainda mais a malta com impostos porque impostos não resolvem merda nenhuma, é a desculpa do Governo para passar a batata quente, não resolver esta crise, pensando: ah, pagam mais, vão gastar menos!
Gastar menos O CARALHO.
As pessoas não vão ter outra alternativa senão pagar!
Quando este país estiver completamente fodidinho de todo, de joelhos, de rastos, aí sim, ah, vamos lá tentar o fotovoltaico!
Daqui a quê, vinte, trinta anos?
Epá, mas não mereciam um murro nos queixos?!
E a malta, burrinha, não vota.
Meus lindos: a arma do voto é utilíssima. Sem balas, mas tão destrutiva, limpa a merdinha instalada num piscar de olhos.
E o que é que o povo faz? Abstém-se. Não vota. Vai à praia.
Fixe.
Depois não se queixem.
Se eu tivesse dinheiro, era painéis solares de cima abaixo, acabava a chulice!
Previsão.
No futuro os cidadãos vão pagar (a crédito) a casa, o carro.
E os painéis solares que mandam instalar na casa/prédio (os condóminos reúnem-se para tornar a compra menos onerosa).
Casa - tanto.
Carro - tanto.
Painéis - outro tanto.
Naturalmente dormirão no chão, não há dinheiro para mobília, e comerão batata com batata (ou batata com massa) anos a fio. Filhos não há dinheiro para tê-los e mesmo se houvesse não os poderiam pôr na escola por motivo idêntico.
Isto a mim dá-me nojo. Transferem para os cidadãos competências governativas que deviam ser políticas de Estado. Continuadas. E apartidárias.
/Rant over
Estou parva. Assisto, hoje, dia 7 de Janeiro de 2006, ao programa Negócios na RTP 2 e vejo dois tipos (além do apresentador) a falarem sobre energia.
Um defende e energia nuclear - solução a curto prazo (que se lixem chernobiles futuros, não é, meu lindo?).
Outro defende a fiscalidade para “moralizar” (a palavra é minha, mas este é o sentido geral) o consumo da electricidade e forçar os desgraçados dos consumidores a serem mais “racionais” no uso da luz.
Quer-se dizer.
Morremos de fome - porque há cada vez menos dinheiro para gastar em coisas fúteis como comida, vai todo para as despesas crescentes.
E passamos a morrer de frio.
Ou de calor.
Mas ao menos, sei lá, lê-se mais!
Porque nem pensar acender a televisão.
Uma lampadazita basta para iluminar a casa.
Baixam-se os preços para a indústria porque usa a energia com efeitos “produtivos” e sobem-se para os consumidores domésticos porque não produzem nada com a energia gasta.
Filhos da puta. Gastam-na para se manterem quentes, vejam lá o despudor!
É Preciso Ter Escassa Vergonha No Focinho Para Afirmar Estas Merdas, Pá!!!
Já não somos pessoas, somos apenas vermes a impedir a produtividade?!!?
E não há lá nem um gajo a defender as Energias Alternativas!
O outro que defende a maior fiscalidade para o preço da energia Não É um defensor de energias alternativas, não me queiram deitar areia para os olhos, foda-se!
Prevejo o seguinte:
Portugal vai-se foder (mas a tantos, Tantos! níveis que nem quero enumerar, perdia a noite toda);
os portugueses vão-se foder até chegarem a uma época que não vão ter dinheiro nem para comer nem para se aquecerem à noite.
Estas merdas não se resolvem com “soluções de emergência”! Estas coisas resolvem-se com Colhões, atacando os problemas de frente e com visão de Longo Prazo.
Epá, isto devia ser evidente até a débeis mentais com um quociente de inteligência de 30:
- Para a frente e em força com as energias alternativas e a partir de hoje!
E não tenham a filhadaputice de onerar Ainda mais a malta com impostos porque impostos não resolvem merda nenhuma, é a desculpa do Governo para passar a batata quente, não resolver esta crise, pensando: ah, pagam mais, vão gastar menos!
Gastar menos O CARALHO.
As pessoas não vão ter outra alternativa senão pagar!
Quando este país estiver completamente fodidinho de todo, de joelhos, de rastos, aí sim, ah, vamos lá tentar o fotovoltaico!
Daqui a quê, vinte, trinta anos?
Epá, mas não mereciam um murro nos queixos?!
E a malta, burrinha, não vota.
Meus lindos: a arma do voto é utilíssima. Sem balas, mas tão destrutiva, limpa a merdinha instalada num piscar de olhos.
E o que é que o povo faz? Abstém-se. Não vota. Vai à praia.
Fixe.
Depois não se queixem.
Se eu tivesse dinheiro, era painéis solares de cima abaixo, acabava a chulice!
Previsão.
No futuro os cidadãos vão pagar (a crédito) a casa, o carro.
E os painéis solares que mandam instalar na casa/prédio (os condóminos reúnem-se para tornar a compra menos onerosa).
Casa - tanto.
Carro - tanto.
Painéis - outro tanto.
Naturalmente dormirão no chão, não há dinheiro para mobília, e comerão batata com batata (ou batata com massa) anos a fio. Filhos não há dinheiro para tê-los e mesmo se houvesse não os poderiam pôr na escola por motivo idêntico.
Isto a mim dá-me nojo. Transferem para os cidadãos competências governativas que deviam ser políticas de Estado. Continuadas. E apartidárias.
/Rant over
UMA SÉRIE DE PENSAMENTOS DESCONEXOS PORQUE ESCREVI ISTO AO CORRER DA PENA E AGORA MESMO, POR EXEMPLO, ESTOU COM VONTADE DE FAZER UM TÍTULO GRANDE, DAQUELES À SÉCULO DEZOITO
Escrever assim, para onde a caneta me levar, ainda falta, ainda falta muito, demasiado, demasiado tempo até o livro sair. Ó, daqui até dia 25, ó, por Deus, um martírio de espera. Uma espera inteira de martírio. Uma ausência de tempo em martírio (coisa que não faz sentido, mas que se lixe). In other news: gostaria de ter dinheiro suficiente para comprar um salmão inteiro. Andar a comer salmão toda a semana. Fresco, do fresco. A abanar a cauda. Daquele deliciosamente cor de laranja e perfumado, o macio e, hum, tão gostoso - obrigado Deus por teres criado o salmão. Tivesse eu conhecido o salmão a vida inteira! Alguém por aí conhece pescadores que vendam salmão a preços não tão exorbitantes? É que tudo custa, tudo custa os olhos da cara (e um braço e uma perna e o filhodaputa de um rim) e a carteira é magra, anoréxica, um pauzinho na verdade. Um minúsculo pauzito só de pano, sem músculo, sem gordura. Saquito que um cordel fecha nem sei para quê, nem vale a pena, não há nada para encerrar excepto ar. E o ar quem o rouba?
Ó, por Deus, Senhor Doutor Ladrão, pela sua saudinha, leve-me tudo, leve-me tudo!, mas não me leve o ar. É ar simultaneamente lisboeta e suburbano, admito não ter a categoria de ar parisiense, porém é valiosíssimo! Tenho por ele grande estima emocional! O Senhor Doutor Ladrão não me quer pôr no divã do psiquiatra, espero! É que eu não tenho dinheiro para o pagar - nem divã nem psiquiatra.
Nem psiquiatra sem divã, ali de pé, veja lá, nem dinheiro para isso eu tenho.
Pescadores com salmão excedentário (e que vendam a peça a cinquenta cêntimos o quilo), alguém conhece, hum?
Agradecia.
Serei eternamente a vossa saudável amiga.
Porque, já repararam, se comermos merda (salvo seja), sai-nos mais barato? É mais barato comer coisas baratuchas que nos fodem a saúde pouco a pouco.
Comer comida decente é caro.
Às vezes, sendo como sou paranóica indefectível, absolutamente paranóica, gloriosamente paranóica, às vezes suponho: haverá uma grande conspiração para nos manter doentes? De modo a melhor nos controlar enquanto trabalhadores? De maneira a nos manterem ovelhinhas que balem anestesiadas e não se revoltam?
Um corpo mal alimentado conduz a um cérebro mal alimentado, que conduz a um espírito doente, medíocre, frágil.
Mas estas são paranóias minhas, não liguem, este sacana do ascendente em escorpião tem a mania de ver conspirações em tudo! Pior: de as ansiar!
O que eu queria mesmo, sabem, era um popó novo com direcção assistida. Sobretudo direcção assistida. Ok, que se lixe o carro, basta a direcção assistida.
O do meu pai tem.
É como guiar uma faca em brasa por entre manteiga.
Quanto custa uma direcção assistida?
Dá para trocar por salmão.
Congelado?
(Não aconselho - não tem sabor nenhum, parece cartão.)
Um computador novo também quero. No meu já não consigo ouvir música. Fiz não sei o quê e agora já não funciona o WMP. Nem nenhum outro sound device.
E quero ter um podcast. Coisa que, devido às presentes dificuldades técnicas, está obviamente fora de questão.
E não queria mesmo mesmo nadinha... o trânsito de Plutão em conjunção com a Lua natal.
Algo que me durará quase até ao fim de 2007. Foda-se.
Um... estripar (ai, bolas) lento das minhas emoções? Já li a descrição explicativa do trânsito e fiquei na mesma. Plutão tira o excesso, deixa o essencial. Mas... retirar ainda mais das minhas emoções?! Isso não faz sentido. Ou talvez faça. Às vezes sinto que sou um pouco fria. Mas não raro escondo o que sinto, viro o turbilhão emocional para dentro, coisa pouco saudável. Again: blame it on scorpio rising. Ou quiçá não. Saturno na oito em caranguejo também tem culpas no cartório. Olhem, sei lá.
Emoções a todos os níveis ou apenas as referentes à casa dos valores?
Valores - money; valores - éticos, espirituais, etc.
Sagitário é o signo da espiritualidade, da fé.
Hum, start believing e... deixar de ter medos, inseguranças?
Um lento descamar das inseguranças? Será isso? Em relação ao money (Plutão: não tenhas medo, haverá sempre o suficiente) e em relação aos... valores humanos (Plutão: não tenhas dúvidas, vale a pena sempre acreditar em algo que nos transcende)?
Estou sempre à procura da “verdade” e não acredito em verdades absolutas.
Duvido que em 2007 passe a acreditar e cesse a busca.
Logo se vê.
No fim de 2007 farei o relatório.
Porque seguramente este blog continuará em funções.
Assim o espero.
Ah, o chá verde.
E tenho de ir fazer o jantar.
Peixinho - com legumes, toneladas de legumes. (Um aparte: adoro o novo tema da Mary J. Blige - Be Without You.)
Escrever assim, para onde a caneta me levar, ainda falta, ainda falta muito, demasiado, demasiado tempo até o livro sair. Ó, daqui até dia 25, ó, por Deus, um martírio de espera. Uma espera inteira de martírio. Uma ausência de tempo em martírio (coisa que não faz sentido, mas que se lixe). In other news: gostaria de ter dinheiro suficiente para comprar um salmão inteiro. Andar a comer salmão toda a semana. Fresco, do fresco. A abanar a cauda. Daquele deliciosamente cor de laranja e perfumado, o macio e, hum, tão gostoso - obrigado Deus por teres criado o salmão. Tivesse eu conhecido o salmão a vida inteira! Alguém por aí conhece pescadores que vendam salmão a preços não tão exorbitantes? É que tudo custa, tudo custa os olhos da cara (e um braço e uma perna e o filhodaputa de um rim) e a carteira é magra, anoréxica, um pauzinho na verdade. Um minúsculo pauzito só de pano, sem músculo, sem gordura. Saquito que um cordel fecha nem sei para quê, nem vale a pena, não há nada para encerrar excepto ar. E o ar quem o rouba?
Ó, por Deus, Senhor Doutor Ladrão, pela sua saudinha, leve-me tudo, leve-me tudo!, mas não me leve o ar. É ar simultaneamente lisboeta e suburbano, admito não ter a categoria de ar parisiense, porém é valiosíssimo! Tenho por ele grande estima emocional! O Senhor Doutor Ladrão não me quer pôr no divã do psiquiatra, espero! É que eu não tenho dinheiro para o pagar - nem divã nem psiquiatra.
Nem psiquiatra sem divã, ali de pé, veja lá, nem dinheiro para isso eu tenho.
Pescadores com salmão excedentário (e que vendam a peça a cinquenta cêntimos o quilo), alguém conhece, hum?
Agradecia.
Serei eternamente a vossa saudável amiga.
Porque, já repararam, se comermos merda (salvo seja), sai-nos mais barato? É mais barato comer coisas baratuchas que nos fodem a saúde pouco a pouco.
Comer comida decente é caro.
Às vezes, sendo como sou paranóica indefectível, absolutamente paranóica, gloriosamente paranóica, às vezes suponho: haverá uma grande conspiração para nos manter doentes? De modo a melhor nos controlar enquanto trabalhadores? De maneira a nos manterem ovelhinhas que balem anestesiadas e não se revoltam?
Um corpo mal alimentado conduz a um cérebro mal alimentado, que conduz a um espírito doente, medíocre, frágil.
Mas estas são paranóias minhas, não liguem, este sacana do ascendente em escorpião tem a mania de ver conspirações em tudo! Pior: de as ansiar!
O que eu queria mesmo, sabem, era um popó novo com direcção assistida. Sobretudo direcção assistida. Ok, que se lixe o carro, basta a direcção assistida.
O do meu pai tem.
É como guiar uma faca em brasa por entre manteiga.
Quanto custa uma direcção assistida?
Dá para trocar por salmão.
Congelado?
(Não aconselho - não tem sabor nenhum, parece cartão.)
Um computador novo também quero. No meu já não consigo ouvir música. Fiz não sei o quê e agora já não funciona o WMP. Nem nenhum outro sound device.
E quero ter um podcast. Coisa que, devido às presentes dificuldades técnicas, está obviamente fora de questão.
E não queria mesmo mesmo nadinha... o trânsito de Plutão em conjunção com a Lua natal.
Algo que me durará quase até ao fim de 2007. Foda-se.
Um... estripar (ai, bolas) lento das minhas emoções? Já li a descrição explicativa do trânsito e fiquei na mesma. Plutão tira o excesso, deixa o essencial. Mas... retirar ainda mais das minhas emoções?! Isso não faz sentido. Ou talvez faça. Às vezes sinto que sou um pouco fria. Mas não raro escondo o que sinto, viro o turbilhão emocional para dentro, coisa pouco saudável. Again: blame it on scorpio rising. Ou quiçá não. Saturno na oito em caranguejo também tem culpas no cartório. Olhem, sei lá.
Emoções a todos os níveis ou apenas as referentes à casa dos valores?
Valores - money; valores - éticos, espirituais, etc.
Sagitário é o signo da espiritualidade, da fé.
Hum, start believing e... deixar de ter medos, inseguranças?
Um lento descamar das inseguranças? Será isso? Em relação ao money (Plutão: não tenhas medo, haverá sempre o suficiente) e em relação aos... valores humanos (Plutão: não tenhas dúvidas, vale a pena sempre acreditar em algo que nos transcende)?
Estou sempre à procura da “verdade” e não acredito em verdades absolutas.
Duvido que em 2007 passe a acreditar e cesse a busca.
Logo se vê.
No fim de 2007 farei o relatório.
Porque seguramente este blog continuará em funções.
Assim o espero.
Ah, o chá verde.
E tenho de ir fazer o jantar.
Peixinho - com legumes, toneladas de legumes. (Um aparte: adoro o novo tema da Mary J. Blige - Be Without You.)
Orlando Furioso
"Gajas boas, políticas guerreantes,
E os feitos lusitanos vou cantar,
E os do Americano, ido aos Levantes
P'rá paz à ímpia gente moura dar.
Cantarei de Bush hinos exultantes,
E o que o poeta não fez nunca rimar:
Que por fé bravo vai mais uma vez,
Com fraco engenho e heróica estupidez."
"Gajas boas, políticas guerreantes,
E os feitos lusitanos vou cantar,
E os do Americano, ido aos Levantes
P'rá paz à ímpia gente moura dar.
Cantarei de Bush hinos exultantes,
E o que o poeta não fez nunca rimar:
Que por fé bravo vai mais uma vez,
Com fraco engenho e heróica estupidez."
sexta-feira, janeiro 06, 2006
quinta-feira, janeiro 05, 2006
PEDOFILIA II
Em relação a certos e determinados indivíduos que enfrentam hoje certos e determinados processos onde são acusados de pedofilia.
Na minha opinião aquilo não vai dar em nada. Afinal de contas estamos em Portugal, meus senhores!
Na minha opinião vão safar-se porque são ricos e têm dinheiro para pagar a bons advogados, peritos no ofício (e ainda bem! Não minto, ainda bem que o têm, porém considero que os arguidos pobres deviam igualmente ter acesso ao mesmo tipo de recursos).
Portanto não vai haver porra de merda de caralho de justiça nenhuma. Vai existir sim a aplicação da lei nos seus rígidos termos. (Não faço futurologia, senhores, isto é tão óbvio. Planeio, no entanto, iniciar estudos sérios em astrologia daqui a uns meses, mas adiante.)
Na minha opinião daqui a cem anos quando todos estivermos seguramente mortos, os seus nomes e nomes dos seus apoiantes serão seguramente execrados. Os descendentes directos mudarão de nome para impedir que os filhos não oiçam, como eles o ouviram, à hora do recreio, estas pérolas:
- Ah-ah! Olhó descendente do pedófilo! Olha, olha! Pedófilo, pedófilo!
Sinceramente espero que isto não aconteça, mas sabem como as criancinhas podem ser más umas para as outras.
Os descendentes destes senhores serão certamente sujeitos a escárnio e hostilidades. Fartos, decidirão com certeza alterar o nome ou mesmo repudiar o ramo genealógico.
Mas consequências futuras a mim não me interessam nada e muito menos se forem deslocadas. Não é correcto castigar filhos pelo (alegado) crime dos pais, avós, bisavós.
O que me interessa é o agora.
Agora como poderei tornar visível o meu desagrado? Ora bem, acheguem-se, senhores, para isso já tenho resposta!
O ostracismo é uma arma útil e poderosíssima. Certamente sofrê-lo-ão, mas irão continuar à mesma a beneficiar de certos e determinados privilégios, certas e determinadas mordomias. Abençoados! Nada contra. E digo isto com sinceridade, não minto – só tenho pena que os pobres e remediados não tenham acesso ao mesmo. E deviam ter, deviam.
Prevejo (novamente não é futurologia, apenas senso comum, um sentido social para os padrões portugueses de comportamento que, aliás, partilho com os restantes cidadãos) que as pessoas ao pé destes futuros ex-arguidos ilibados serão civilizadas.
Vão sorrir.
Apertar a mão.
Dar dois beijinhos na cara. Ter conversas amenas.
Enfim, vocês sabem, o costume.
Não acho que nos devemos comportar como Neandertais e acossá-los na rua, atirar-lhes pedras, partir-lhes os bracinhos (e talvez o nariz). Sou Contra qualquer género de violência.
Há outras formas de magoar, há outras maneiras de passar a nossa mensagem, os nossos sentimentos e juízos – mais poderosas.
Exemplos.
Quando certo e determinado indivíduo, acusado de pedofilia e ilibado, vos apresentar a mão para um aperto protocolar e cordial enquanto exibe no rosto sorriso compatível, na minha opinião o comportamento a adoptar deve ser o seguinte:
- Tenho imensa pena, senhor Tal e Tal, não lhe vou poder apertar a mão porque vai contra os meus princípios. Na minha opinião o senhor devia estar a mofar por largos anos atrás das grades. Não o quero magoar, não lhe quero causar dano, ou melhor, quero causar-lhe o mínimo dano possível. Não lhe vou desejar sucesso em nada da sua vida nem desejar-lhe boa sorte, excepto numa coisa: espero que o senhor se conheça na totalidade; espero que, ainda nesta vida, saiba quem é, se revele a si mesmo e compreenda a natureza exacta das suas acções e pensamentos. Esse é o maior sucesso que um homem pode obter em vida e desejo com sinceridade que o obtenha nesta.
Enquanto o gajo está aparvalhado a olhar-vos de queixo caído façam o favor de acrescentar:
- Por favor, não volte a dirigir-me a palavra nem a estender-me a mão. Eu não quero de modo nenhum associar-me a si. Adeus.
Mas sejam educados, civis, cordiais, não gritem porque o impacto é menor.
Agora vamos aos factos (seguramente há factos).
Depois do julgamento seguramente os ex-arguidos ilibados terão de continuar a viver uma vida normal.
Terão de fazer a manicura, palitar os dentes, comprar charutos, ir ao café beber uma bica, comprar o jornal, comprar pão para o jantar porque já não há. E seguramente têm vizinhos. Decerto têm família e amigos. E colegas. E camaradas da tropa com quem organizam aqueles jantares uma vez por ano para recordar a guerra colonial, os mortos, os vivos, os turras, o que veio depois.
Há uma grande rede social a rodear cada uma destas pessoas.
O que eu proponho é que cada uma destas pessoas adopte a conduta atrás ilustrada – que cada uma se recuse a continuar a relação com eles, que corte em definitivo todos os laços, que os abandonem e eles se tornem invisíveis. Se são novas pessoas as que lhes vão apertar a mão na merda de uma cerimónia qualquer, proponho que o comportamento seja idêntico.
Isto é o que eu desejo ardentemente fazer.
Desejo com paixão que, acossados de todos os lados por tal porte, eles prefiram a prisão à liberdade porque a liberdade é um martírio.
Agora... se terei coragem ou não para isso... isso já não sei. Não sei se, à vista de um rosto sorridente e simpático, de mão estendida para a minha ou mesmo num gesto que seguramente terminará em abraço afectuoso, não sei se não me irei abaixo e simplesmente aceitar a cordialidade, o afecto (ainda que hipócrita). Não sei.
Mas sei que é assim que eu me quero comportar. Ao menos sei isso.
E vocês, em relação a esta trapalhada toda, o que é que sabem?
Em relação a certos e determinados indivíduos que enfrentam hoje certos e determinados processos onde são acusados de pedofilia.
Na minha opinião aquilo não vai dar em nada. Afinal de contas estamos em Portugal, meus senhores!
Na minha opinião vão safar-se porque são ricos e têm dinheiro para pagar a bons advogados, peritos no ofício (e ainda bem! Não minto, ainda bem que o têm, porém considero que os arguidos pobres deviam igualmente ter acesso ao mesmo tipo de recursos).
Portanto não vai haver porra de merda de caralho de justiça nenhuma. Vai existir sim a aplicação da lei nos seus rígidos termos. (Não faço futurologia, senhores, isto é tão óbvio. Planeio, no entanto, iniciar estudos sérios em astrologia daqui a uns meses, mas adiante.)
Na minha opinião daqui a cem anos quando todos estivermos seguramente mortos, os seus nomes e nomes dos seus apoiantes serão seguramente execrados. Os descendentes directos mudarão de nome para impedir que os filhos não oiçam, como eles o ouviram, à hora do recreio, estas pérolas:
- Ah-ah! Olhó descendente do pedófilo! Olha, olha! Pedófilo, pedófilo!
Sinceramente espero que isto não aconteça, mas sabem como as criancinhas podem ser más umas para as outras.
Os descendentes destes senhores serão certamente sujeitos a escárnio e hostilidades. Fartos, decidirão com certeza alterar o nome ou mesmo repudiar o ramo genealógico.
Mas consequências futuras a mim não me interessam nada e muito menos se forem deslocadas. Não é correcto castigar filhos pelo (alegado) crime dos pais, avós, bisavós.
O que me interessa é o agora.
Agora como poderei tornar visível o meu desagrado? Ora bem, acheguem-se, senhores, para isso já tenho resposta!
O ostracismo é uma arma útil e poderosíssima. Certamente sofrê-lo-ão, mas irão continuar à mesma a beneficiar de certos e determinados privilégios, certas e determinadas mordomias. Abençoados! Nada contra. E digo isto com sinceridade, não minto – só tenho pena que os pobres e remediados não tenham acesso ao mesmo. E deviam ter, deviam.
Prevejo (novamente não é futurologia, apenas senso comum, um sentido social para os padrões portugueses de comportamento que, aliás, partilho com os restantes cidadãos) que as pessoas ao pé destes futuros ex-arguidos ilibados serão civilizadas.
Vão sorrir.
Apertar a mão.
Dar dois beijinhos na cara. Ter conversas amenas.
Enfim, vocês sabem, o costume.
Não acho que nos devemos comportar como Neandertais e acossá-los na rua, atirar-lhes pedras, partir-lhes os bracinhos (e talvez o nariz). Sou Contra qualquer género de violência.
Há outras formas de magoar, há outras maneiras de passar a nossa mensagem, os nossos sentimentos e juízos – mais poderosas.
Exemplos.
Quando certo e determinado indivíduo, acusado de pedofilia e ilibado, vos apresentar a mão para um aperto protocolar e cordial enquanto exibe no rosto sorriso compatível, na minha opinião o comportamento a adoptar deve ser o seguinte:
- Tenho imensa pena, senhor Tal e Tal, não lhe vou poder apertar a mão porque vai contra os meus princípios. Na minha opinião o senhor devia estar a mofar por largos anos atrás das grades. Não o quero magoar, não lhe quero causar dano, ou melhor, quero causar-lhe o mínimo dano possível. Não lhe vou desejar sucesso em nada da sua vida nem desejar-lhe boa sorte, excepto numa coisa: espero que o senhor se conheça na totalidade; espero que, ainda nesta vida, saiba quem é, se revele a si mesmo e compreenda a natureza exacta das suas acções e pensamentos. Esse é o maior sucesso que um homem pode obter em vida e desejo com sinceridade que o obtenha nesta.
Enquanto o gajo está aparvalhado a olhar-vos de queixo caído façam o favor de acrescentar:
- Por favor, não volte a dirigir-me a palavra nem a estender-me a mão. Eu não quero de modo nenhum associar-me a si. Adeus.
Mas sejam educados, civis, cordiais, não gritem porque o impacto é menor.
Agora vamos aos factos (seguramente há factos).
Depois do julgamento seguramente os ex-arguidos ilibados terão de continuar a viver uma vida normal.
Terão de fazer a manicura, palitar os dentes, comprar charutos, ir ao café beber uma bica, comprar o jornal, comprar pão para o jantar porque já não há. E seguramente têm vizinhos. Decerto têm família e amigos. E colegas. E camaradas da tropa com quem organizam aqueles jantares uma vez por ano para recordar a guerra colonial, os mortos, os vivos, os turras, o que veio depois.
Há uma grande rede social a rodear cada uma destas pessoas.
O que eu proponho é que cada uma destas pessoas adopte a conduta atrás ilustrada – que cada uma se recuse a continuar a relação com eles, que corte em definitivo todos os laços, que os abandonem e eles se tornem invisíveis. Se são novas pessoas as que lhes vão apertar a mão na merda de uma cerimónia qualquer, proponho que o comportamento seja idêntico.
Isto é o que eu desejo ardentemente fazer.
Desejo com paixão que, acossados de todos os lados por tal porte, eles prefiram a prisão à liberdade porque a liberdade é um martírio.
Agora... se terei coragem ou não para isso... isso já não sei. Não sei se, à vista de um rosto sorridente e simpático, de mão estendida para a minha ou mesmo num gesto que seguramente terminará em abraço afectuoso, não sei se não me irei abaixo e simplesmente aceitar a cordialidade, o afecto (ainda que hipócrita). Não sei.
Mas sei que é assim que eu me quero comportar. Ao menos sei isso.
E vocês, em relação a esta trapalhada toda, o que é que sabem?
Estranhas sincronias. 0_0
E só li este artigo agora, juro.
Escrevi o texto sobre a pedofilia antes, hoje de manhã.
E só li este artigo agora, juro.
Escrevi o texto sobre a pedofilia antes, hoje de manhã.
PEDOFILIA I
Lembro-me de ter lido na revista Maria, se não incorro em erro, o caso de um homem que descobriu que as duas filhas menores eram regularmente abusadas pelo avô. Depois soube que na infância o mesmo acontecera às irmãs. Ficou estupefacto, não fazia ideia. Estava magoado, furioso, desesperado, estava tudo.
A mim o que me causou estupefacção é que ele não denunciou o caso às autoridades por o pai já ter mais de setenta anos (setenta e quatro à data se não me engano) e ser já um idoso.
Um idoso que fode as netas não deixa de ser um idoso, convenhamos. Temos de respeitar os idosos, não é verdade? Afinal trabalharam a vida inteira e tal e tal e tal.
Não consigo tirar esta história da cabeça. A única coisa que consigo pensar é: este gajo vai-se lixar tanto, mas tanto. As filhas vão crescer, vão perder-lhe o respeito, tiveste a oportunidade de castigar quem nos fez mal e escolheste não fazê-lo. Ele que espere a devida recompensa quando for.
Velhinho.
E merecedor de respeito. Já imagino o lar onde vão espetá-lo.
Bafiento, húmido, com baratas, assim um ambiente à Dickens.
E o estupor nem pensou que, mesmo vigiando as filhas, o avozinho podia, num momento de distracção, voltar à carga.
(E a mulher no meio disto?, pergunto-me. Seguramente a relação acabou ou acabará em divórcio.)
Muito menos considerou a hipótese que o papá irá com certeza abusar de outras crianças. Mas isso decerto não o incomodou, desde que não sejam as suas filhas.
(Somos uma sociedade tribal, já repararam? Cuidamos de nós e os outros que se lixem.)
Li esta carta há muito, muito tempo atrás. Dois, três anos? Não recordo. E de vez em quando dou por mim a pensar: o que terá acontecido depois? Terá o avô sido denunciado? Terá o pai ganho coragem e Respeito pelas filhas e feito a denúncia? Ou terá sido antes denunciado por outro crime qualquer que podia ter sido prevenido se ele estivesse já no chilindró? (Uma sociedade tribal deveras.)
O que é que se passou depois?
Gostava de saber.
E o encobrir do pai, I wonder, também não dá direito a umas fériazinhas na penitenciária? É que devia.
Era uma família da classe alta, as filhas frequentavam um colégio daqueles onde se paga à valente.
Devem ter internet.
Talvez o estupor me leia o blog neste momento (a propósito: foste um merdas sem colhões).
Ou as irmãs.
Os mesmo as filhas.
Epá, queria mesmo saber a continuação desta história.
P.S. A resposta foi dada à carta pela ex-mulher do Tallon, sabem, aquela que (alegadamente) apanhava. Não gostei da resposta. Foi muito suave e compreensiva. A tipa devia ter escrito em letras garrafais: ó meu grande filho da puta, tu vai já à polícia agora!
Mas, enfim, país de brandos costumes.
O costume.
Lembro-me de ter lido na revista Maria, se não incorro em erro, o caso de um homem que descobriu que as duas filhas menores eram regularmente abusadas pelo avô. Depois soube que na infância o mesmo acontecera às irmãs. Ficou estupefacto, não fazia ideia. Estava magoado, furioso, desesperado, estava tudo.
A mim o que me causou estupefacção é que ele não denunciou o caso às autoridades por o pai já ter mais de setenta anos (setenta e quatro à data se não me engano) e ser já um idoso.
Um idoso que fode as netas não deixa de ser um idoso, convenhamos. Temos de respeitar os idosos, não é verdade? Afinal trabalharam a vida inteira e tal e tal e tal.
Não consigo tirar esta história da cabeça. A única coisa que consigo pensar é: este gajo vai-se lixar tanto, mas tanto. As filhas vão crescer, vão perder-lhe o respeito, tiveste a oportunidade de castigar quem nos fez mal e escolheste não fazê-lo. Ele que espere a devida recompensa quando for.
Velhinho.
E merecedor de respeito. Já imagino o lar onde vão espetá-lo.
Bafiento, húmido, com baratas, assim um ambiente à Dickens.
E o estupor nem pensou que, mesmo vigiando as filhas, o avozinho podia, num momento de distracção, voltar à carga.
(E a mulher no meio disto?, pergunto-me. Seguramente a relação acabou ou acabará em divórcio.)
Muito menos considerou a hipótese que o papá irá com certeza abusar de outras crianças. Mas isso decerto não o incomodou, desde que não sejam as suas filhas.
(Somos uma sociedade tribal, já repararam? Cuidamos de nós e os outros que se lixem.)
Li esta carta há muito, muito tempo atrás. Dois, três anos? Não recordo. E de vez em quando dou por mim a pensar: o que terá acontecido depois? Terá o avô sido denunciado? Terá o pai ganho coragem e Respeito pelas filhas e feito a denúncia? Ou terá sido antes denunciado por outro crime qualquer que podia ter sido prevenido se ele estivesse já no chilindró? (Uma sociedade tribal deveras.)
O que é que se passou depois?
Gostava de saber.
E o encobrir do pai, I wonder, também não dá direito a umas fériazinhas na penitenciária? É que devia.
Era uma família da classe alta, as filhas frequentavam um colégio daqueles onde se paga à valente.
Devem ter internet.
Talvez o estupor me leia o blog neste momento (a propósito: foste um merdas sem colhões).
Ou as irmãs.
Os mesmo as filhas.
Epá, queria mesmo saber a continuação desta história.
P.S. A resposta foi dada à carta pela ex-mulher do Tallon, sabem, aquela que (alegadamente) apanhava. Não gostei da resposta. Foi muito suave e compreensiva. A tipa devia ter escrito em letras garrafais: ó meu grande filho da puta, tu vai já à polícia agora!
Mas, enfim, país de brandos costumes.
O costume.
quarta-feira, janeiro 04, 2006
terça-feira, janeiro 03, 2006
Coisas que Seguramente Acontecerão no Ano de 2006
Publico um livro. É um sucesso nacional e estrangeiro, best-seller mundial! Os direitos vão custar uma fortuna! Fico podre de rica. Vejo Deus (parece que sim, de acordo com o meu horóscopo), tenho iluminações espirituais; aprendo astrologia e tarot. Escrevo dez livros e o sucessaço repete-se. Contrato guarda-costas para manter os fãs ao longe (é que são muitos, demasiados).
No ano de 2006 serei loira porque me parece que o ruivo é capaz de me ficar mal.
Largo o emprego e continuo, todavia, a levantar-me às sete da manhã só para escrever. Ou ler. Compro um computador novo. Mudo-me para Barcelona e aprendo castelhano. Faço levantamento de pesos para definir os (escassos) músculos. O Iraque fica pior. O Bush vai para o chilindró e é obrigado a trocar favores sexuais com os outros prisioneiros de modo a garantir a segurança pessoal. Compro uma casa à beira-mar, artilho-a com painéis solares de cima a baixo. Compro um carro com motor a ar comprimido. Divido com os meus pais a minha (futura e fabulosa) riqueza. Mando-os numa viagem à volta do mundo em cruzeiro. Primeira classe. Adquiro montanhas de roupa. E talvez um cão: um cão-de-água português, sempre quis um. É melhor pôr um quintal grande nessa futura e por enquanto imaginada casa. Casa, tem de ser casa.
Aprendo a tocar piano. Tenho três vezes lições por semana. Leio a obra toda do Camilo Castelo Branco. E do Lobo Antunes (não é mau, o gajo!). Leio a Agustina. Leio, leio, leio. Assisto pelo televisor, abismada, ao descalabro irreversível de Portugal. Ainda bem que o abandonei a tempo, penso, a partir de agora é de Venezuela para baixo.
Aprenderei a cultivar. Sim, seguramente aprenderei a cultivar, terei uma horta com alface, feijão verde, courgettes, tomate, couves, beringelas. Com uma vedação à volta para o cão não ir lá. Irei com o cão a lagos e rios e ele apanhará peixes que farei grelhados numa fogueira improvisada. Um é para ele, outro para mim.
Deixarei de respeitar as canetas.
É imperativo que deixe de respeitar as canetas. É essencial que eu tenha uma horta. Desconfio que no futuro saber cultivar me ajudará.
Não sei se levo o gato comigo para Barcelona. Tenho medo que não se dê bem com o cão, tenha ciúmes e as garras do sacana são afiadas. De manhã o gato, esperto que nem um alho, dirige-se aos pescadores e pede peixe com os seus meneios sedutores de felino. Talvez compreenda que o cão também sabe pescar e por aí nasça a amizade (interesseira, absolutamente interesseira, mas o canídeo é um paz de alma e possui um espírito nobre).
Assisto, contente, no televisor (do qual não me consigo livrar) ao lento virar de página do mundo: de súbito as energias alternativas começam a ser quotidianas, rotineiras, e o petróleo perde terreno. Em todo o lado - menos em Portugal. Sim, definitivamente de Venezuela para baixo a minha pátria longínqua caminha. Longínqua como o reino impossível dos contos de fada.
Apaixono-me, engravido, tenho um bebé (não por esta ordem).
Ah, ah, ah! Esta parte era a brincar.
Passo a ter menos medo das criancinhas (“Elas não se partem? A sério? Não são como bonecas de porcelana? E se me escapam das mãos?”)
Seguramente farei o que faço sempre: não ter telemóvel ou, tendo-o, nunca o ligar.
Apresento as novas tecnologias aos meus pais. Não se entendem com aquilo. Encolho os ombros, regresso à escrita. Corto o cabelo. Deixo de usar óculos (mercê da operação a laser). Cresço vinte centímetros. Ok, dezoito. Deixo de ter sonhos pálidos em que nunca nada acontece e começo a ter pesadelos.
Vejo o primeiro marciano a tomar o pequeno-almoço no café da minha rua. Está a beneficiar do programa Erasmus. Conheço os reis de Espanha. Pedem-me o autógrafo. Assisto, pouco surpreendida, ao ressurgimento da censura em Portugal. Censura de facto, já sem medo do nome. Razões de Estado. De repente todos em Portugal esgotam as canetas de.
Tinta preta.
Escritores, artistas, pintores, cineastas abandonam o país às carradas. É muito triste, é o meu país. Penso: a vida é tão curta, porque raio haveremos de ser leais com quem nos é desleal? O patriotismo é a arma do Estado corrupto (onde é que eu li isto? Seguramente li-o algures).
Mando castrar o gato (para ver se pára de marcar os móveis, chiça. Móveis caros pois decidi ser fútil, absolutamente fútil e comprar a mobília dos ricos).
Passo-me por não haver lugares de estacionamento vagos. O raio dos discos voadores ocuparam tudo.
Beberei chá enquanto medito no sentido oculto do Universo, a verdade por detrás do véu, ora translúcido ora opaco, o significado da vida, do mundo, disto.
(A porcaria do sol na casa nove que me impede de deixar de pensar nestas coisas. Ou quiçá seja a lua em Sagitário na casa dos valores. Procura, procura, eterna procura.)
A cura para a esquizofrenia é encontrada.
A cura para o cancro é descoberta.
Os coitados dos pássaros continuam a espirrar.
Tenho pena deles. Compro cachecóis às gaivotas.
Publico um livro. É um sucesso nacional e estrangeiro, best-seller mundial! Os direitos vão custar uma fortuna! Fico podre de rica. Vejo Deus (parece que sim, de acordo com o meu horóscopo), tenho iluminações espirituais; aprendo astrologia e tarot. Escrevo dez livros e o sucessaço repete-se. Contrato guarda-costas para manter os fãs ao longe (é que são muitos, demasiados).
No ano de 2006 serei loira porque me parece que o ruivo é capaz de me ficar mal.
Largo o emprego e continuo, todavia, a levantar-me às sete da manhã só para escrever. Ou ler. Compro um computador novo. Mudo-me para Barcelona e aprendo castelhano. Faço levantamento de pesos para definir os (escassos) músculos. O Iraque fica pior. O Bush vai para o chilindró e é obrigado a trocar favores sexuais com os outros prisioneiros de modo a garantir a segurança pessoal. Compro uma casa à beira-mar, artilho-a com painéis solares de cima a baixo. Compro um carro com motor a ar comprimido. Divido com os meus pais a minha (futura e fabulosa) riqueza. Mando-os numa viagem à volta do mundo em cruzeiro. Primeira classe. Adquiro montanhas de roupa. E talvez um cão: um cão-de-água português, sempre quis um. É melhor pôr um quintal grande nessa futura e por enquanto imaginada casa. Casa, tem de ser casa.
Aprendo a tocar piano. Tenho três vezes lições por semana. Leio a obra toda do Camilo Castelo Branco. E do Lobo Antunes (não é mau, o gajo!). Leio a Agustina. Leio, leio, leio. Assisto pelo televisor, abismada, ao descalabro irreversível de Portugal. Ainda bem que o abandonei a tempo, penso, a partir de agora é de Venezuela para baixo.
Aprenderei a cultivar. Sim, seguramente aprenderei a cultivar, terei uma horta com alface, feijão verde, courgettes, tomate, couves, beringelas. Com uma vedação à volta para o cão não ir lá. Irei com o cão a lagos e rios e ele apanhará peixes que farei grelhados numa fogueira improvisada. Um é para ele, outro para mim.
Deixarei de respeitar as canetas.
É imperativo que deixe de respeitar as canetas. É essencial que eu tenha uma horta. Desconfio que no futuro saber cultivar me ajudará.
Não sei se levo o gato comigo para Barcelona. Tenho medo que não se dê bem com o cão, tenha ciúmes e as garras do sacana são afiadas. De manhã o gato, esperto que nem um alho, dirige-se aos pescadores e pede peixe com os seus meneios sedutores de felino. Talvez compreenda que o cão também sabe pescar e por aí nasça a amizade (interesseira, absolutamente interesseira, mas o canídeo é um paz de alma e possui um espírito nobre).
Assisto, contente, no televisor (do qual não me consigo livrar) ao lento virar de página do mundo: de súbito as energias alternativas começam a ser quotidianas, rotineiras, e o petróleo perde terreno. Em todo o lado - menos em Portugal. Sim, definitivamente de Venezuela para baixo a minha pátria longínqua caminha. Longínqua como o reino impossível dos contos de fada.
Apaixono-me, engravido, tenho um bebé (não por esta ordem).
Ah, ah, ah! Esta parte era a brincar.
Passo a ter menos medo das criancinhas (“Elas não se partem? A sério? Não são como bonecas de porcelana? E se me escapam das mãos?”)
Seguramente farei o que faço sempre: não ter telemóvel ou, tendo-o, nunca o ligar.
Apresento as novas tecnologias aos meus pais. Não se entendem com aquilo. Encolho os ombros, regresso à escrita. Corto o cabelo. Deixo de usar óculos (mercê da operação a laser). Cresço vinte centímetros. Ok, dezoito. Deixo de ter sonhos pálidos em que nunca nada acontece e começo a ter pesadelos.
Vejo o primeiro marciano a tomar o pequeno-almoço no café da minha rua. Está a beneficiar do programa Erasmus. Conheço os reis de Espanha. Pedem-me o autógrafo. Assisto, pouco surpreendida, ao ressurgimento da censura em Portugal. Censura de facto, já sem medo do nome. Razões de Estado. De repente todos em Portugal esgotam as canetas de.
Tinta preta.
Escritores, artistas, pintores, cineastas abandonam o país às carradas. É muito triste, é o meu país. Penso: a vida é tão curta, porque raio haveremos de ser leais com quem nos é desleal? O patriotismo é a arma do Estado corrupto (onde é que eu li isto? Seguramente li-o algures).
Mando castrar o gato (para ver se pára de marcar os móveis, chiça. Móveis caros pois decidi ser fútil, absolutamente fútil e comprar a mobília dos ricos).
Passo-me por não haver lugares de estacionamento vagos. O raio dos discos voadores ocuparam tudo.
Beberei chá enquanto medito no sentido oculto do Universo, a verdade por detrás do véu, ora translúcido ora opaco, o significado da vida, do mundo, disto.
(A porcaria do sol na casa nove que me impede de deixar de pensar nestas coisas. Ou quiçá seja a lua em Sagitário na casa dos valores. Procura, procura, eterna procura.)
A cura para a esquizofrenia é encontrada.
A cura para o cancro é descoberta.
Os coitados dos pássaros continuam a espirrar.
Tenho pena deles. Compro cachecóis às gaivotas.
segunda-feira, janeiro 02, 2006
domingo, janeiro 01, 2006
Big Sur
Se eu pudesse descrever uma emoção com uma imagem, a emoção ideal em que a escrita me flui, a imagem seria esta.
Uma espécie de algodão enevoado que me concentra tudo.
E aquele frio, lá fora, que faz com que me concentre no quente cá dentro e no quente do aquecedor.
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