sábado, janeiro 14, 2006

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Hoje é dia 14
O dia dos subterfúgios o dia das fugas
De todas as mentiras
Hoje é o dia do sótão e das vassouras
O dia da pouca morte à pouco anunciada
Hoje é o dia da lenta morte das palavras
Na boca das pessoas mal-amadas
Hoje é o dia do beijo esquecido no rosto d’outro ser
Pálido dia de amor a lavrar seco no fogo
Hoje é o dia dos jogos de bastidores
O dia das dores
O dia do chute do chute
(Da alma chutada escarnecida)
Das palavras que encolhem na verdade
Da verdade encolhida ante as palavras
Andamos da verdade à míngua
(À míngua, senhores!)
Pouca verdade na pouca terra no dia 14
Hoje é o dia do rígido termo senhoril
(e é tão bom ser Sábado)
É o dia do vil
Hoje é o dia penhorado
O dia do frio sem nada a navalhar a frágil pele
E dos lábios dos mal-amados escoa-se o fel
Para o mar bovino
Calmo
Encolhido
Ru
Mi
Nan
Te

14 Janeiro’06

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