sexta-feira, abril 27, 2007
Tarot
Acreditem, acerta em tudo! Fez-me uma leitura a mim e eu fiquei Parva!
Fez outra leitura a uma amiga minha e fez previsões de coisas (algumas não muito agradáveis) que já se manifestaram e outras estão em vias disso.
O preço da consulta é Muito Barato - a sério.
A minha amiga chama-se Paula e podem entrar em contacto com ela através do número:
938850325
A Paula tem mais de 20 anos de experiência neste ramo. E é mesmo muito boa. Se estão à procura de algum tipo de aconselhamento considerem uma consulta com ela, não se vão arrepender ;)
quinta-feira, abril 26, 2007
Pois
http://news.yahoo.com/s/ap/20070425/ap_on_re_us/a_week_on_food_stamps
"... the Democratic governor couldn't afford much of anything during a trip to a Salem-area grocery store on Tuesday, where he had exactly $21 to buy a week's worth of food — the same amount that the state's average food stamp recipient spends weekly on groceries.
Kulongoski is taking the weeklong challenge to raise awareness about the difficulty of feeding a family on a food stamp budget."
quarta-feira, abril 25, 2007
Artigo
Parece interessante - mas ainda não o li.
Aqui fica...
Surfing...
Ah pois é, a malta trabalha no Dia do Trabalhador, o que é que pensam? Eu acho que se aquele call-center fechasse - o país parava. Literalmente. Havia de ser lindo, ai havia.
No Domingo, uma da manhã, ia eu toda lampeira a descer as escadas, directa à saída - mas cadê o Segurança?
Estava lá em cima, na zona do convívio, sentado com a televisão acesa (que passava o jogo de futebol) - ferrado a dormir. Tive de lhe dar um abanão senão o raio do homem continuava ali, no soninho. E depois ainda me deu a agradável notícia (para mim desconhecida) de que às vezes assaltavam a malta que saía do trabalho.
Olha que giro, os polícias são fantásticos a passar multas - mas estar ali quando é preciso... 'tá quieto. Foge.
Como hoje posso estar aqui até às tantas... cá fiquei até às tantas. Não me apetece ir dormir. Prontos.
Bem, vou navegar mais um bocadinho.
terça-feira, abril 24, 2007
Your Brain's Pattern |
You have a dreamy mind, full of fancy and fantasy. You have the ability to stay forever entertained with your thoughts. People may say you're hard to read, but that's because you're so internally focused. But when you do share what you're thinking, people are impressed with your imagination. |
Mas também gostei desta imagem:
Your Brain's Pattern |
Your mind is a multi dimensional wonderland, with many layers. You're the type that always has multiple streams of though going. And you can keep these thoughts going at any time. You're very likely to be engaged in deep thought - and deep conversation. |
Your Inner Blood Type is Type A |
You seem cool and collected, though a bit shy. You are highly driven and a perfectionist, but that's a side you keep to yourself. Creative and artistic, you are a very unique person who doesn't quite fit in. People accept you more than you realize, seeing you as trustworthy and loyal. You are most compatible with: A and AB Famous Type A's: Britney Spears and Hilter |
Fixe. Hitler 0_o
sábado, abril 21, 2007
sexta-feira, abril 20, 2007
Poema
E o ritmo da língua, a música das palavras...
What though the radiance which was once so bright
Be not forever taken from my sight,
Though nothing can bring back the hour
Of splendour in the grass, of glory in the flower;
Grief not, rather find,
Strength in what remains behind,
In the primal sympathy
Which having been must ever be,
In the soothing thoughts that spring
Out of human suffering,
In the faith that looks through death
In years that bring philophic mind.
~ William Wordsworth (1770-1850)
quinta-feira, abril 19, 2007
Eish :D
Eu, se tiver tempo (e pachorra e paciência), ver se faço uma análise (superficial) do mapa astral do Sócrates (aka ex-Inginheiro).
A sidenote: não importa se ele tem ou não diploma. 'Tou-me nas tintas para isso. Deduzo que muito gente estará - mas a forma como se (alegadamente) comportou para obter um é altamente revelador da sua personalidade...
E é gente desta que nos governa. É esta malta que (se) governa desgovernando-nos.
work
Ele ia-se dar bem com a Brigitte Bardot e a Elisabeth Taylor ia melhorar a sua posição social, lol.
Eu, por meu lado, poderia ter sido uma boa influência na carreira de Mozart! Mas, em contrapartida, o canalha ia magoar-me emocionalmente (o plutão dele estava em quadratura com a minha lua). Filho da mãe!
Ah, e eu e o Einstein - a gente ia dar-me muito bem sexualmente 0_o
(Pronto. Agora tenho de lobotomizar parte do cérebo para arrancar esta imagem da cabeça.)
Ontem tive a 1ª avaliaçao lá no call-center job, a contar para os prémios.
Chumbei. Ya. Fiquei a uns pontos do mínimo. 'Tou-me a lixar para os prémios, sinceramente, só não quero é perder o emprego. Eu até sei porque é que avaliação foi negativa, mas isso agora não importa nada. Só sei é que quando me stresso, entro em pranóia e esqueço-me de tudo, até de coisas que já sei fazer.
Já alguma vez telefonaram para algum sítio só para obter informações e estranharam a demora? É que nós estamos de dedo no ar para tirarmos dúvidas e às vezes há muita gente com o dedinho no ar, lol.
Merda, não me apetece fazer nada. Hoje é o último dia antes da folga. Gude. Mas, aparentemente, vão-me Auditar dez chamadas (olha que fixe!) - por causa da merda da avaliação negativa.
Bem, é tudo por hoje. Ah - uma colega, a So., saiu de lá para ganhar mais noutro sítio.
Acho que foi para a Emel, lol. Desgraçada - não sei se valerá a pena ser-se odiado para poder usufruir de um salário melhor...
Ah, e ontem os fdp dos polícias andavam a multar OUTRA VEZ lá a rua onde nós, operadores, deixamos os carros. Tudo o que é deixado em cima do passeio é corrido com multa. Eu não deixo lá, nem pensar. Deixo longe, bem estacionado, e vou um bocadão a pé. Ontem, porém, já eram praí 7h, andavam lá a multar, um rapazinho foi mover o carro - e espetou-se.
Deve ser muita frustrante, andar a tirar a merda de um curso - para andar a passar multas o resto da vida. Que merda de trabalho que os senhores fdp dos polícias têm. Não contribuem nada para sociedade.
E se nós não trabalhássemos na zona não havia a quem passar multas...
O meu sincero desejo é que todo esse dinheiro que eles nos ROUBAM lhes falte um dia para alimentar os filhos. I'm not kidding - é o que lhes desejo de todo o coração.
domingo, abril 15, 2007
Lua Nova em Carneiro a 17 de Abril
Vai acontecer a 27 graus no signo de Carneiro. Eu tenho Marte em Carneiro a 28 graus, na casa 6... hummm... novos começos na rotina de trabalho? Ou no exercício (casa 6 também é a casa da saúde). Ou talvez novos colegas de trabalho. Uma conjunção muito próxima que vai acabar por tocar igualmente os planetas com que o meu Marte natal é aspectado.
E vocês, têm algum planeta pessoal ou ângulo (ascendente, descendente, Meio-doCéu ou Fundo-do-Céu) por volta de 27 graus de Carneiro? Podem ver se sim ou não aqui: www.astro.com
É só inserir os dados.
sexta-feira, abril 13, 2007
Resposta
http://www.google.com.cu/search?sourceid=navclient-ff&ie=UTF-8&rls=GGGL,GGGL:2006-45,GGGL:pt&q=quando%20descobriram%20a%20escrita
Foi numa terça-feira, pela tardinha.
Hoje...
Fico fora de mim com injustiças - sobretudo quando as sofro e quando me vão ao bolso :|
Hoje: folga.
Amanhã: folga, mas tenho de sair.
Domingo: trabalhar das 20h à 1h.
Tenho de: continuar a interpretação do mapa astrológico da T., uma colega.
E: dedicar-me ao senhor Bentley II.
Coisas que seguramente não farei: limpar a casa, passar a ferro.
Ah, visitaram-me a partir da Companhia de Seguros Império!
Com esta busca: sr bentley passarinhos.
:D Um dia o Senhor Bentley, Seguramente!, will take over the world, muhaáááá.
In other news.
Dei um workshop de escrita criativa, em dois dias, na faculdade de ciências médicas, na zona do Campo dos Mártires. Foi giro. Foi o meu primeiro workshop! E já me pagaaaaaraaaam! (Tão queridos.)
Os alunos foram todos óptimos e muito criativos. Um exemplo.
Um dos desafios era continuar esta frase: "Eu sou o/a... e apaixonei-me por um vaso de flores quando..."
Uma das meninas limitou-se a escrever um linha que rezava assim:
Eu sou a Rita e apaixonei-me por um vaso de flores quando tinha cinco anos porque nunca tinha visto crianças da minha idade.
LOLOLOLOL. Risota geral.
E aqui fica um blog giro para verem:
Alcómicos Anónimos.
Eles aprendem a fazer aquela cara
Estive há pouco a ver o Sócrates na RTP 1, a tentar rebater todas as acusações que lhe foram feitas nos últimos dias. Tinha na cara a mesma expressão do Paulo Pedroso, há dois anos, quando garantiu que não era pedófilo.
RSC
quinta-feira, abril 12, 2007
Rant
Sou eu que vos atendo quando querem mudar a modalidade de pagamento.
Sou eu que vos atendo quando há avarias.
Sou eu que vos atendo com as putas das reclamações.
Sou eu que vos atendo quando querem fazer alterações no contrato.
Sou eu que vos oiço quando dizem, pois, vocês são todos uns gatunos, uns vígaros.
Trabalham lá montes de pessoas. Muitas mesmo. É um call-center algures em Portugal.
Muitas vêm de carro para o trabalho. Muitas não têm outra opção senão virem de carro porque moram longe.
Eu aturo 5 horas os clientes.
Há quem trabalhe full-time: desgraçados que não têm outra opção porque têm filhos para criar e casas para pagar.
Muitos, como eu, deixam o carro dentro de um certo sítio que é reservado a clientes, mas que tem na maioria das vezes as cancelas fechadas - só que à noite elas estão abertas e nós podemos sair.
Hoje os filhos da puta fecharam aquilo. Tive de pagar 20 euros para poder sair. Hoje eu trabalhei de graça. Sim, hoje eu aturei clientes à borliú. Mas valia não ter saído da puta da cama.
Porque é que eu e muitos colegas deixamos os carros num parque "reservado a clientes"?
Porque a puta da polícia - perdão -, a puta da Senhora Polícia multa os carros cá fora em cima dos passeios - que não estorvam ninguém.
Nós contribuímos para a economia da zona e, em contrapartida, a zona, em vez de ter algum tipo de Sensibilidade e Bom-Senso, não - rouba-nos descaradamente através de multas ou, como hoje, com a merda dos tikets pagos para sair da merda do parque.
Não há parqueamento interno nesse grande call-center dessa grande empresa nacional. Há, mas apenas para a malta que nos (sub)contratou, se é que me entendem.
Nós, operadores, que atendemos o país todo, não valemos nada - aparentemente.
A única razão que me impede de dizer o sítio onde trabalho - é o medo de ir para a rua. E eu preciso do emprego.
A Empresa devia solucionar isto - porque ninguém gosta de trabalhar de graça. Eu não ando a trabalhar para pagar multas nem parqueamentos de 20 euros ao dia.
Vão roubar a cona da mãe.
Há algum jornalista por aí interessado nesta história?
Serei uma fonte disponível (mas secreta, hã).
Ok, pouco secreta pouco já não sou exatamente anónima, lol.
quarta-feira, abril 11, 2007
Não adivinham!
194.65.31.# (Ministro das Financas)
LOLOLOL.
Olá, pá. Atão... a fazer uma pausazita, hã? A ler blogs, meu manganão! A Ler blogs ainda por cima! Vá ler Sartre!
E os links que ele viu...
Este.
Este. (O que me leva a pensar que ele deve ter o meu feed...)
E este. (O arquivo de Maio de 2006)
15 minutos no total! Essa pausa 'tá no contrato? É que a minha pausa tem Exactamente essa duração...
O Ministro das FINANÇAS a ler o meu blog. Eish.
A glória. Enfim a Glória!
terça-feira, abril 10, 2007
Ser Escritor em Portugal: como funciona
Afinal os escritores também são obrigados a pagar Segurança Social, sabiam?
Dizem-me uma coisa na SPA (posso estar enganada, mas julgo que me disseram o contrário), dizem-me outra diferente na Seg. Social... 'tá bem. Afinal qual é o escritor que Come! Nós vivemos todos do ar, não é verdade?
E da musa. Pois. A musa é um buffet.
Mas.
- Se o meu rendimento anual ilíquido (de trabalhadora independente no qual se enquadram também trabalhadores intelectuais) for inferior a 6 vezes o salário mínimo nacional - então aí já não tenho de declarar nada à segurança social.
- Se o rendimento for superior já terei de declarar. E depois pago (dependendo dos rendimentos que tive) ou:
* 50% do salário mínimo nacional (por mês!)
*ou o duodécimo (12% - por mês também)
Porém!
- Se eu for trabalhadora por conta de outrém e ganhar o mínimo nacional (que é quanto, já agora?) não pago a Seg. social do que faço em recibos verdes.
A diferença entre um trabalhador normal independente e eu é: se o trabalhador intelectual não ganhou nada no ano passado, no ano seguinte não tem de declarar népia.
Quem tiver dúvidas, deixo aqui o telefone da Seg. Social: 21 8424200. Quando atenderem (e vai demorar muito tempo, aquilo nem vos dá música, só chama, chama, chama) peçam para passar à secção de Independentes.
Basicamente um escritor nesta merda de país tem de ter sempre a merda de um segundo emprego porque senão a Seg. Social vem e fode-lhe os cornos. Qual é o escritor que pode sequer Alimentar-se (todos os dias porque, enfim, convém, a não ser que esteja a treinar para top-model e tenha de fazer o exame final de anorexia) ganhando apenas 6 salários mínimos nacionais Por Ano?!?!?!?!?!
Pensava eu, na minha atroz ingenuidade, que nós Éramos Diferentes! Não tínhamos de pagar porque ganhávamos tão pouco! Quando ganhávamos!
Afinal é mentira.
Um escritor, para viver neste país, tem duas opções: ou vende caralhões de livros e aí já pode pagar 300 vezes a puta da seg. social ou tem um segundo emprego.
Imagine-se, faz de conta!, que eu ganhava, vá lá, 5000 euros por ano. Só publicando livros.
(Nem estou lá perto by the way.)
Estava tramada com a seg. social. Praí metade, se calhar, ia-me ser tirado, isto para não falar dos impostos. Ficava com quanto no fim?
Olha, ficava com o suficiente para viver do ar.
Isto é completamente injusto. Merda de país. Que exploda, que morra afogado no seu fel decadente! É o que te desejo (e auguro!) Portugal!!
Resumindo, três fantásticas opções:
- Ou se vende centenas de milhares de livros (com ou sem segundo emprego).
- Ou se tem um segundo emprego Por Conta de Outrem (por onde já se desconta para a seg. social. E tem de ganhar o mínimo nacional).
- Ou não faz o suficiente nem sequer para descontar para a seg. social porque vendeu escassos exemplares.
Eu, ¨atinadamente¨, escolhi a terceira opção. Digam lá que não sou esperta? Eu não, o meu anjo da guarda que parece saber mais sobre estas coisas. É que o ano transacto eu não ganhei, de todo, o salário mínimo nacional.
Enfim.
Agora, in other news, mas também sobre o assunto Recibos Verdes:
- Tenho uma colega que trabalha 10 horas por dia. Cinco horas num sítio, a recibos verdes, e outras cinco lá onde eu laboro.
No sítio onde recebe a RV não tem folgas, sabiam? E se começa a faltar muito põe-na na rua. Não é giro? Este país não é bonito? Atão a escravatura não foi abolida? Ou enganei-me?
Isto não é ilegal...?
Ah, eu esqueço-me: Portugal, Portugal, Portugal!
(Inté cantava o hino e dava hossanas ao senhor Sal, perdão, Sócrates e demais maralha - masNumMeApetece.)
segunda-feira, abril 09, 2007
AS DUAS PARTES
As duas Partes encontraram-se num espaço neutro, nem céu nem Terra nem Reino lá de Baixo, mas num espaço que Deus ainda não tinha enchido com a sua criação, não sabia o que fazer com ele, estava à espera da contribuição das almas humanas que a Ele regressassem, talvez tivessem ideias melhores. O espaço era vazio. Deus criou uma sala, grande, e dividiu-a ao meio; de um lado Ele, do outro a Outra Parte e sua entourage. Ao meio, entre as duas, estava uma mesa redonda, em cima dela estavam talheres, guardanapos, copos e um tabuleiro de xadrez ao centro. As peças dormitavam, algumas ressonavam.
As peças do lado do Bem (sejamos claros, pois é do Bem que se trata) dormitavam placidamente enquanto que as do Outro Lado às vezes abriam um olhito e mandavam pedritas contra as peças do Bem, que oscilavam, mas não se manifestavam. Continuavam na sua placidez de sono adormecida.
Deus estava sentado do seu lado e esperava. A Sua paciência era infinita. A outra Parte estava atrasada, como sempre. Fora Ele que pediu o encontro, tentar arrumar as coisas antes que chegassem a um ponto de não retorno, ao caos total, e Ele amava demasiado a Sua criação para permitir isso.
Os anjos e querubins do seu lado esperavam também, atentos. Serviriam os bolos e doces conventuais em que a Outra Parte tinha parte do mérito na criação. E, aliás, ele pelava-se por doçaria conventual. Às vezes adiava as patifarias só para poder degustar toucinho-do-céu ou maminhas de freira (ó, o que ele adorava maminhas de freira! Deus também, verdade seja dita). Os querubins, menos habituados à paciência, torciam-se, mexiam-se, implicavam com o querubim do lado, puxavam-lhe os caracóis, riam-se e suspiravam de enfado. Os anjos mais velhos jogavam às cartas sentados no chão e os arcanjos olhavam para as suas trombetas e tinham saudades dos cd´s de jazz que tinham em casa, no reino dos céus.
Até que, enfim, um ponto muito ao fundo se foi tornando maior. A Outra Parte apresentava-se ao encontro.
Vestia-se como um príncipe renascentista, com capa e luvas e trajes ricamente decorados a pérolas, ouros e jóias. A barba estava soberbamente cortada e caminhava com calma arrogância e o desprezo de quem se sabe superior a todos os presentes.
A outra parte andou lentamente até à mesa, retirando com cuidado a luva que deixava à mostra mãos longas, brancas e de unhas tratadas e, com desprezo, sentou-se no seu lado depois de um diabinho obsequioso ter puxado a cadeira. O Mestre pôs uma perna em cima da mesa, derrubando copos e deitando um prato ao chão, estilhaçando-se com estrondo. Colocou a luva vermelha na mesa com imenso desdém. A sua entourage, ao contrário do que se esperaria, não era muito larga, alguns diabos e diabinhos em treino, tão apáticos e patéticos como sempre, quão diferente as criações de uma e de outra parte! Uma nascida do amor, da pura arte pelo amor da arte, a outra nascida de intenções egoístas, narcisistas, egocêntricas, onde não cabiam o livre-arbítrio, por isso eram cópias más da verdadeira criação.
O Gajo Mau, o Diabo, o Príncipe Veneziano, enfim, chamemos-lhe o Príncipe, fazia barulhos com os dentes, chupando-os e olhando fixamente Deus. Deus abriu os olhos e sorriu. Sorria sempre ao ver uma das suas criações, era quase um tique nervoso.
¨Como estás, velho?¨, disse o Príncipe, mas na verdade estava-se nas tintas. Ele só ali tinha ido por uma razão, já sabia que não ia haver acordo nenhum uma vez que fora quebrado, o que o aliciara foram os doces conventuais. Divinais, sobretudo se feitos por mãos puras e divinas. As freiras que ele desencaminhou só porque eram boas cozinheiras! A arte culinária nas mãos de quem ama não tem comparação. Os diabos eram uns azelhas a cozinhar e quem ele desencaminhava pouco depois perdia o mágico toque, o que o forçava a procurar novos pasteleiros.
¨Vai-se indo, vai-se indo. Assim assim, sabes como é, a idade não perdoa¨, disse Deus. Deus, envelhecer? Será lá isso possível? Convenhamos. Adiante.
O Príncipe disse ¨Hum¨ com um desprezo tão grande nesse murmúrio gutural que Deus não pôde deixar de rir para dentro. A seguir mandou que os anjos servissem as iguarias.
Os anjos tinham mourejado nas cozinhas do céu dias seguidos, aconselhados por pasteleiros de renome, mortos ou não. Apareceram em redopio resmas de bolos e doces. Ele eram pudins, bolos de dois e três andares, bolinhos, bolões, bolachinhas com molhos por cima, morango, mel, chocolate, todo o tipo de doces de comer e chorar por mais. E o Príncipe comeu, olá se comeu.
Arrancou pedaços dos bolos às mãos-cheias, sem se preocupar em usar talheres nem pratos nem sequer em esperar para ser servido, punha largos pedaços dentro da bocarra, que se alargava e alargava à medida que ele comia mais e mais. De um único golpe abriu a boca que se estendeu para trás, a cara recuou, o queixo desceu, e engoliu um bolo de dois níveis, limpando os dentes depois e dando um enorme arroto que abalou a sala. Não partilhou nada com os diabos. Os diabinhos tentavam pegar as migalhas, mas o Príncipe enxotava-os com as botarras e ao murro. Deus, ao contrário, comia delicadamente uma fatia de pudim de laranja, cortando pedaços mínimos e degustando cada um com imenso prazer, enquanto os anjos, querubins e arcanjos se deleitavam também nos doces. Deus partilhava e esse era também outro prazer. Um duplo prazer divino.
O Gajo Mau olhava, sôfrego, de olhos arregalados, para o lado do Bem, para a quantidade ainda de doces que sobrava. Mas não se atreveu a passar a linha divisória porque tinha medo de ser contaminado pelo Bem e regredir ao seu estado anterior de Pura Luz, que odiava e enjeitara muito tempo atrás para ser anjo rebelde no comando de outros anjos rebeldes. E, aliás, Deus não o permitiria, só que ele não tinha medo de Deus - tinha medo de deixar de ser o que era. Até o Príncipe Malvado tem receios.
De súbito disse ¨Não há acordo nenhum¨. Deus espantou-se e perguntou porquê. ¨O acordo entre nós foi quebrado por Ti.” “Por mim não”, disse Deus. ¨Não me venhas com merdas, velhote, conheço-te de gingeira. Foi um da tua parte, um dos teus membros: a Morte.¨ ¨A Morte é neutra¨, disse Deus. ¨Neutra o caralho. É tua, pertence-Te. Segundo a Carta do Acordo há leis rigorosíssimas que definem o comportamento da Morte e ela quebrou-as. O acordo fica sem efeito.¨ ¨Não¨, disse Deus consternado, ¨vamos remodelá-lo, estou preparado para fazer concessões¨, afirmou candidamente. Estava preparado para dar mais uma parte do Seu Reino para que o Acordo permanecesse Válido, só que o Príncipe além de guloso era ganancioso: queria tudo, o Reino inteiro para reinar em toda a parte como o Imperador do Mal. Talvez um resquício do Bem permanecesse para que os bolos que adorava continuassem a ser confeccionados. Melhor pensando, não, nenhuma mínima parte devia permanecer. O Bem devia ser ostracizado da realidade, do espaço. Matar Deus e pô-lo a ferros. Enclausurá-Lo. E torturá-lo lentamente, ai que gozo! Era a oportunidade perfeita para finalmente quebrar laços com a Carta do Acordo, o comportamento incompetente da Morte dera a desculpa perfeita. Cabra de merda. Cabrão, que a Morte era gajo.
O Príncipe desencaminhava humanos, tornando-os cegos em vida para as maravilhas (puhá!) da criação divina, não conseguiam ver magia em sítio algum, trabalhavam como autómatos a puta da vida inteira, trabalhar trabalhar, ir para casa, dormir, consumir consumir, sem tempo para nada, sem tempo para amar (puhá!) os filhos, a mulher, os parentes, os amigos, os colegas. Amar era passar tempo com eles, ouvi-los, partilhar, estar feliz na sua companhia, mas o Príncipe conseguira extirpar cada vez mais o tempo para isso. Inundara-lhes as mentes pequeninas de sonhos e ilusões, toldara-lhes a visão do que era real e imaginário, dera-lhes fantasias megalómanas, toldando-lhes a visão de si mesmos, o conhecimento interior, e muitos não sabiam que a verdadeira felicidade advinha de uma vida simples, com uma família e um trabalho que, apesar de pagar razoavelmente, os enchia de prazer.
Em vez disso convenceu-os que tinham o Direito a ser felizes e depois que só podiam alcançar a felicidade com coisas. Muitas coisas. Enchiam a casa de tralha inútil, saciando os sentidos, mas nunca a puta daquela chamazinha interior que Deus lhe dera à nascença.
Essa chama: havia que a erradicar de vez, matá-la. Infelizmente era imortal, mas podia abafá-la, cobri-la de lama, dejectos e porcaria, podia cobri-la de tal modo que ela mal respiraria. Ficaria comatosa. Gloriosamente comatosa! Oh, hossanas!, pensava ele com heresia e fazendo pouco do ritual religioso. Felicidade, felicidade.
Era assim que os perdia. E eram seus! Seus por direito! Agora o merdas faz-me esta desfeita, não se faz, não se faz, diz-se , fingindo consternação, como se lhe tivessem tirado o brinquedo favorito, na verdade acabavam de lho dar. Ó, a imensa alegria (puhá), o gozo, o deleite de brincar aos maus, polícias e ladrões, caubóis e índios, Benficas e Sportingues. Cabrão do velho. Estava-me a correr o negócio tão bem, a subida era exponencial, cada vez arrebatava mais almas, tirava-lhes metade do espírito e os homens seguiam pela vida, perdidos sem o saberem, a mourejar que nem escravos para pagar coisas que não precisavam, e depois na morte os diabos iam buscar esses espíritos apáticos, pálidos, sem memória, sem metade da Alma, a Morte não lhes podia tocar, eram MeusMeusMeus. Meus, puta. Meus, só meus. Isto tudo é meu, isto tudo é meu, meu e meu, só meu. A incompetente de merda começou a conduzir os meus espíritos à metade perdida da alma e, com ela, subitamente os espíritos vêem tudo, sabem para onde devem ir, sabem que têm de seguir o caminho do Bem (puhá) e os meus diabos de serviço não os podem já pegar pela mão, conduzi-los ao meu reino e distraí-los com os seus vícios secretos até ao fim da eternidade. Uma vez lá dentro não saem. Saiu um, sacana, nem sei como, mas há mãozinha de Deus nisso, olá se há, não me chame eu Godofredo Henriques (não se chama. É só um esclarecimento aos amados leitores). Uma vez no interior não saem, são meus para sempre. Só porque o negócio me estava a correr bem a Morte começou a roubar-me a clientela. Cabra. Cabrão. Cabra. Ainda te hei-de foder o miolo, haha, não sei como, espera para ver (pensa o Gajo Mau Que Nem As Cobras, palitando os dentes). Agora o Acordo está off e a culpa nem é dele, incrível!, mas da Parte do Bem (puháá) pois apesar de neutra (neutra, era era), a Morte pertence indubitavelmente ao lado bom. Agora finalmente a chance perfeita caíra-lhe no colo. Podia desfazer Deus e a Sua entourage. Apropiar-se de tudo.
¨Não há acordo. Prepara-te para a guerra¨, disse voltando costas e saindo por onde entrara, com a multidão apática de diabos amorfos a segui-lo.
Deus suspirou. Já sabia o que viria daquele encontro, afinal era Deus, . Ele não era surpreendido a não ser pelos homens. E gostava de ser surpreendido. A Outra Parte não o surpreendia. O caminho fácil da Outra Parte era sempre o mesmo. Para que a Outra Parte o surpreendesse o amor teria de entrar na equação, o que jamais ia acontecer. Aliás, era bom que não acontecesse porque sem a Outra Parte deixaria de haver livre-arbítrio no mundo. O caminho fácil passaria a ser o Bem e isso era mau.
Os anjos arrumaram a sala, limparam os cacos, guardaram os bolos e os doces (os que não eram apanhados pelos querubins gulosos), varreram o chão e guardaram o tabuleiro de xadrez que não chegou a ser usado. No fim Deus fechou a porta. A batalha ia começar.
domingo, abril 08, 2007
sábado, abril 07, 2007
sexta-feira, abril 06, 2007
The way it works for you
"So they’re probably surprised when I stand up at the lectern and tell them that
I write my books an entirely different way. I have no idea where my story will
take me when I sit down to write the first page. I don’t do character sketches
and I don’t do outlines. I’m forced to come up with a three-page synopsis for my
editor (just so my publisher can start planning the cover design) but more often
than not, my final story will end up completely different from the one I
promised. If this sounds like a chaotic way to write a book, it is. It means I
write myself into corners. It means characters will suddenly transform into
other people halfway through the first draft. It means I spend many sleepless
nights trying to figure out how to fix a story that’s gone off the rails. It
means I may suffer from weeks and weeks of writer’s block. It means I spend
months on the re-writes. But it’s the only way I’ve ever been able to write my
books, and even though I wish I could do it Michael’s way, I find that I just
can’t write an outline. Or, if I do, the book turns out different anyway.""After twenty years of writing, I think the best advice I can give a new novelist is this: find the method that’s comfortable for you, and use it. And don’t apologize. "
Fonte
quinta-feira, abril 05, 2007
Hey
A impressora já imprime.
A música já dá.
E daqui a pouco saio para ir... ai, trabalhar :/
Que vontadex!
Aturar clientes que telefonam sem dados e ainda têm a lata de nos chamar incompetentes quando não os identificamos logo no sistema.
Ter de esperar pela porra do intervalo que nunca é à hora certa.
Mas Domingo vai ser giro: das 20h à 1h da manhã. Ganha-se mais, fixolas. E num se faz nenhum, hehehe. Só joguinhos. Há lá um do Bin Laden munta giro.
QueMeApareçamCoisas... descomplicadas.
Às vezes há lá com cada pergunta que a gente fica assim um bocado, a modos que, prontoS!, um bocado! Um bocado assim...
A propósito, colegas que estejam a ler isto: não identifiquem a empresa nos comentários! Ok?
Bom, vou continuar a fazer a interpretação astrológica da S., uma colega, ódespois arranjo-me e lá vou eu...
Joquitas, mês lindes.
quarta-feira, abril 04, 2007
Novo PC
A música não funciona.
E a porcaria da impressora não imprime.
RAIIIIVAAAAAAAA.
Merda do Vista!
Bom, I'm Back!
Mas vão ter de ter mais um pouco de paciência comigo.