terça-feira, maio 09, 2006

sinais

[Daqui – da Miss Wrinkle - não vai sair livro nenhum. Por isso coloco estes textos no blog, caso contrário preferia guardá-los. Mas talvez um dia... quem sabe.]

 

Isto de não ter televisão makes me a prolific writer. Ou um ‘cadito mais prolífica, o que ajuda.

É engraçado: de há tempos para cá tenho diminuído as minhas distracções materiais, tanto por imposição externa como decisão própria.

Exemplos.

Meses atrás o som do meu PC finou-se. Deixei de puder ouvir a música que guardo no PC. Fiquei reduzida à rádio, aos poucos cd’s que tenho e ao MTV e VH1 da Cabo.

Meses atrás também deixei de poder ver todos os canais da televisão por Cabo (o controlo remoto finou-se, isto é uma mortandade tecnológica cá por casa, andam as maquinetas a entregar a alma a Deus - ou, enfim, Engenheiro; os controlos universais não resolveram a questão).

Resumindo: nada de Sic Radical. Nada de AXN. Nada de Hollywood. O resto dos canais raramente me atraíam. Andava sempre a fazer zapping.

Jump to present.

 

No outro dia li um artigo que aconselhava a deixar de ver televisão - para beneficiar a escrita. Pergunta o autor: o que é mais importante para si, a tv ou a escrita?

Pensei que era uma óptima questão. Pertinente. A que eu tinha de responder.

Decidi: vou tentar isto.

Se tivesse os canais a que antes tinha acesso provavelmente não enfiaria o televisor no guarda-fatos.

Parece que o meu universo se vai estreitando de modo a favorecer a escrita, para que me concentre unicamente nela.

Vocês têm “epifanias” deste género? Começam a ligar os sinais que o universo vos manda? Desconfiam que vos indicam um determinado caminho? Porventura soou um pouco esotérico.

Não é minha intenção.

Epá, eu penso nestas coisas.

Estou atenta aos sinais - porque às vezes estão ali mesmo nas nossas fuças e é difícil não reparar.

É um paradoxo: sou agnóstica.

Será que os agnósticos reparam nos sinais? Ou desdenham-nos? (Terei de questionar o Marocas.)

Um sinal recorrente na minha vida é o facto de ser sempre apanhada quando faço algo de errado. Tipo, sair do carro sem documentos ou com eles caducados... mandam-me parar. É limpinho. Estacionar num sítio proibido ou não pagar parquímetro, mesmo que seja uma coisa rápida. Multazinha. Garantido. Se minto, se sou desonesta - nunca me safo. É o universo a dizer-me: tu vê lá, porta-te bem. E eu porto. Que remédio. Foi por isso que nunca aprendi a mentir como deve ser - falta-me prática.

 

7 de Maio ‘06

 

 
 

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