ENFIM, A RESPOSTA
A 22 de Março de 2005 remeti o Sr. Bentley à Editorial Caminho.
Hoje, 28 de Julho de 2006, chegou finalmente a Recusa! Com manuscrito devolvido e tudo! E adivinhem quem assinou a carta de recusa.
O próprio Zeferino Coelho! Cordialmente.
Eish, o meu ego. Epá. Inflamadíssimo.
Uma obra minha foi recusada pelo próprio Zeferino Coelho! Aposto que nem o Prémio Nobel pode dizer o mesmo!
(Estou a lixar qualquer hipótese com a editora, não estou...?)
(Mudando de assunto: hoje aprendi que é preciso encolher muito a barriga para caber num par de jeans supostamente número 38, mas que devem ser praí 36-A: A de Anorexia. Ou 36-CP5M: criança prematura de cinco meses.)
(Mas consegui! Tive de andar sem respirar um par de horas, mas o que é que não se faz por um par de jeans, digam-me. Floridos, esclareço.)
(E ainda afirmam que o espartilho foi abolido, ah-ah.)
Só tive de esperar (*conta pelos dedos*) dezasseis meses! E muita sorte tive eu em Sequer ter obtido resposta E ter o manuscrito devolvido E Ainda ter tido o privilégio de obter a negativa por parte do Zeferino Coelho.
Porque, meus lindos, eu não sabia, mas aprendi – e partilho convosco o conhecimento –, parece que há uma sala na Caminho dedicada a todos os manuscritos que lhes são enviados.
Chamam-lhe.
A Sala dos Manuscritos Perdidos.
Está cheia.
Desde que o soube (e se a pessoa que mo disse por acaso ler o meu blog gostaria que me desse autorização para revelar o seu nome), desde que o soube, repito, decidi nunca mais tornar a enviar nada para lá.
Pensava eu que o Sr. Bentley, passados tantos meses de mutismo, tinha a silente e desesperançada companhia de outros manuscritos ignorados, talvez o colega do lado fosse “A Continuação dos Lusíadas” – mas não.
Agora tenho de redefinir as minhas crenças.
Afinal, só tive de esperar dezasseis meses por uma resposta personalizada.
Ok – assinatura personalizada, porque a carta era igual às outras:
“Blá-blá não podemos publicá-la blá-blá programação excessivamente preenchida [Excessivamente?!] impede-nos de aceitar novos compromissos.”
O que eu gosto nesta carta é o Assunto, no cabeçalho, que reza assim:
Apreciação editorial.
Onde? Em que sítio? Dizem que não podem publicar (com a mentira usual destinada a poupar-me a auto estima, que agradeço, mas já chateia receber sempre a mesma desculpa de todas as editoras. Adiante.), mas não vejo ali nas seis linhas do corpo da carta (sete se contarmos o Cordialmente) nenhuma Apreciação editorial.
Algo do género: Mas que merda é esta? Mas que merda é esta que nos mandou? Os seus paizinhos lêem isto? A menina não tem vergonha de sair à rua?
Algo assim do estilo.
E agora o que é que eu faço? Anima-me a ténue esperança, depois desta carta, que talvez os meus manuscritos não vão parar à
Sala dos Manuscritos Perdidos
da Editorial Caminho. Mas será que me iludo? Será que vale a pena enviar para lá o último livro que escrevi? Ainda por cima depois deste post. Ah, ah, aí então é que recebo mesmo uma resposta personalizada do Zeferino Coelho.
Mando, não mando? Não mando, mando?
Ó, dúvidas, dúvidas.
Se calhar o que eu devia era fazer abdominais para caber mas malditas calças (floridas) para conseguir respirar enquanto as uso.
Pois. Se calhar é isso.
E quanto ao manuscrito? Leiloo-o? Ideia mais parva, lol. Deve ir para o sótão, fazer companhia aos outros. (O famigerado Sótão dos Manuscritos Perdidos.)
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