quarta-feira, janeiro 31, 2007

Pc

kaput.

Definitivamente. Por isso não vou poder responder a comentários e e-mails. Só os vou poder ver uma vez por semana, na biblioteca.

Et bien, c'est tout!

segunda-feira, janeiro 29, 2007

domingo, janeiro 28, 2007

Pena >:(

Que PENA não ter comentários, que PENA!

Short story


"Turning out a short story can be a wonderful and exciting experience -- once you get the knack for writing them."

E porque eu não me consigo calar com isto

A história passa-se no final de 2005. Uma adolescente de 14 anos entra no Hospital de Santa Maria com uma overdose de misoprostol, vulgo Citotec, o medicamento para o estômago liberalizado nos últimos cinco ou seis anos como método abortivo auto-induzido que resulta em inúmeras sobredosagens diagnosticadas nas urgências. Ana - chamemos-lhe Ana, é curto e serve - tomou 64 comprimidos. Remetida de um hospital de periferia, chega "já em choque" a Santa Maria, com "alterações vasculares importantes ao nível do tubo digestivo". Em bom português, a Ana está toda rebentada por dentro. A operação não a salva.


Resto da notícia no DN.

E porque o dia 11 de Fevereiro está cada vez mais próximo.

News


Coisas que eu devia estar a fazer agora:

- escrever
- fazer exercício
- as duas coisas ao mesmo tempo (pode ser possível!)

Ou:

- escrever um post assim todo à maneira para o Blog Braganza Mothers :D


*Must think something... nice and eeeeeeviiiil*

Mais software para escritores

PageFour Notebook

Notebox Disorganizer

Papel

yWriter

Scrivener for Mac OS X

software & personal databases - façam scroll (e o site tem imensos outros recursos).

NoteTab Light

The Journal

(Uns são de graça, outros nem por isso.)

Mais software


Gratuito (para roteiros): Cinergy Script Editor

Fiz o download ontem do Celtx, mas não consegui usar aquilo (dava erro).

Ver se descubro mais algum programa gratuito para escrever guiões...

sábado, janeiro 27, 2007

Software gratuito


Para escrever roteiros.

"Celtx has an industry standard screenplay editor with all of the features writers need to keep their fingers moving, like intuitive formatting, text auto-complete, pagination, script styles, CAPS selection, scene management, spellchecker, embedded notes, find and replace, and PDF generation.

Celtx also supports plain text document editing so you can write a poem, music lyrics, or your complete Novel."

Download.

The Playwriting Seminars


Parece ter muita informação disponível.

Script Frenzy



Acho que em Junho vou fazer isto.
Já agora aprendo como é que se escreve para televisão/cinema/teatro...

Bali


Bali, originally uploaded by the phototherapist.

Do they look like a couple!


Do they look like a couple!, originally uploaded by Keith Yeung.

.


, originally uploaded by kubik*.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

THE GOOD DREAM OF PUBLISHING - Why not you?


"What I noticed this morning, reading through the notes on the list, was the "long-odds" emphasis--the statistics that illustrate how difficult it is to break into the publishing game and keep going. Those kinds of articles, warnings, etc, used to give me the willies when I was an aspiring writer. I heard them everywhere--from my father, who wanted me to be "sensible" and find some way to support myself, from the aging, die-hard cook at the bowling alley where I worked for six months, who was sure I was going to get my heart broken, wanting something so huge, so different, Not For People Like Us.

So, for anyone out there who might be getting the willies, who hears too much of the "long odds" talk from people in his or her life already, I want to say:
Writing and publishing books is a great life, and it's worth pursuing. For all that publishing makes me crazy some days and the way the money flows is not for the faint of heart, it's a great life. Writing is excellent, and so is seeing the work in the world, doing whatever it is going to do.

It is lovely to write for the love of it, and of course you should love the work, but there is absolutely nothing wrong with wanting to publish, too. I burned to publish. I had no desire whatsoever to write in my garrett all alone. I burned--still do--to communicate ideas, thoughts, dreams, hopes to others. Communication is not completed until there is someone on the listening end. I was determined to figure out where I should be writing, and just kept trying venues: literary short stories, articles, novels, science fiction, then finally romance, which fit my voice and passions like Cinderella's glass slipper.
"

The Rocky Road to Paper Heaven


Como é - lá fora.

"If your book does very well, you will receive three nasty vicious personal attacks from people youve never met, in print, within the year. Dont take them personally. They arent personal. They are just part of the time-honoured tradition of cutting the legs off people who grow fast especially beloved by Canadians, but observed elsewhere as well. Keep the clippings. Apply them to your head if it gets swelled. Dont bother with revenge. It will take care of itself."

Lol.

Sobre escrita, por Margaret Atwood .

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Pacing: How To Avoid Putting Your Readers To Sleep



http://www.sinc-guppies.org/public.article.manprep.2.html


«According to Webster's, pacing is "the rate of movement or progress." Slow passages that don't move the story forward can put your readers to sleep. A well-paced novel means readers can hear you saying, "This happened, then this happened, then this happened..." Readers will be eager to find out, "What's going to happen next?" A number of factors can drag a story to a halt or never let it get going in the first place. »

Hábitos de escrita


Bonnie Hearn Hill

«Schedule: Up at 6 a.m. If Im working on a book, the day belongs to that. I might pace for three hours or stare at the screen. The good part comes at the end of that. For me, most of the writing is about thinking. Unless Im at a conference, I dont usually take days off. When Im consistent, I dont have to worry about word count.

Writing Habits: Character work is everything to me. If I can create a good character, I can tell a story. I think my slave is a good character, and I like my hearing-impaired newspaper series character, Geri LaRue.
I dont outline the first part of my books, because if I knew who the killer was, everyone else would. I do outline the last hundred pages or so. And I usually discover who the killer is after about the first 100 pages.


Wisdom:

-Remember, if it were easy, everyone would do it.
-Believe the people who tell you not to give up.
-Know what youre writing (genre) and read the types of books youre writing. Dont try to invent your own genre.
-Beg, borrow or steal a little time to write every day, even if you have to sit in your car or lock yourself in the bathroom.
-Read poetry, preferably contemporary poets with strong voices.
-It helps if youre a little crazy and driven. You need to go out on the thin branches, but not so far that they break.
-Make use of the many resources available online and in your own community. I learned how to write by trial and error, mostly error. Writers starting out today dont have to do that.
»

terça-feira, janeiro 23, 2007

Pequenos Nadas

Pequenos Nadas

:)


, originally uploaded by vic..

Visitem o fotolog dele para verem mais fotos.

:p


, originally uploaded by vic..

Até que de repente... Jackpot!

Digam lá, senhoras, se ele não é bonito? ;)

Berlin - Pergamon - Antinoos


Berlin - Pergamon - Antinoos, originally uploaded by paws22.

De modo que tive que me voltar para as imagens clássicas :|

armbone


armbone, originally uploaded by fezhead.

Por exemplo, esta fotografia é gira... embora seja só em parte aquilo que eu procurava.

(E esta também é interessante.)

pirelli001


pirelli001, originally uploaded by dadawan.

Andava eu à procura de fotos para as meninas deste blog também lavarem os olhos, porque também têm direito. Eu sou demasiado generosa com os meninos e raramente ponho aqui fotos de gajos giros. Mas é que... é fácil encontrar imagens de mulheres que sejam sensuais e bonitas (como esta).

Mas... de gajos? Ou são gays (nada de errado com isso!) e são um bocadinho fortes, ou são feios! (Pelo menos do meu ponto de vista :p)

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Done


Telefone fixed.

Cabovisão


Os gajos da cabovisão vieram cá mudar o telefone de sítio.

Fixolas.

Mudar mudaram, mas o raio da mánica 'tá muda. Agora tenho de telefonar para eles virem cá outra vez fazer o raio do trabalho como deve ser >:(

domingo, janeiro 21, 2007

keeping on her toes


keeping on her toes, originally uploaded by W4B Photography.

Quem me dera saber fazer aquilo.

wave farewell


wave farewell, originally uploaded by adrians_art.

Fledged! (1 of ?)


Fledged! (1 of ?), originally uploaded by Nikographer [Jon].

japanese teacup


japanese teacup, originally uploaded by k.Akagami.

sábado, janeiro 20, 2007

Parece que o video é giro (como o meu pc não tem som, não posso ajuizar).

Aqui o deixo.

Periquito


Periquito, originally uploaded by avillaltal.

A minha era igual a este...

Zulinha


Zulinha, a minha periquita, morreu :(
Já era velha. Já só andava pelo fundo da gaiola e tinha dificuldades em subir e empoleirar-se.

Espero que o marido, o branquinho, a receba bem lá no céu dos periquitos, apesar de ela o ter morto.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

i hear your laughter


i hear your laughter, originally uploaded by littlelakey.

Pensamento do domingo...

As calorias são pequenos animais que vivem nos roupeiros e que durante a noite ... apertam a roupa das pessoas.


Pois, o meu problema também é esse. Não é por ter deixado de fazer exercício físico que eu engordei cinco quilos, nãããããããooooo!

Ver se compro uma ratoeira para esses animaizinhos :p

quinta-feira, janeiro 18, 2007

women on web

This online medical abortion service helps women around the world gain access to a safe medical abortion (with mifepristone and misoprostol) in order to reduce the number of deaths due to unsafe abortions.

FAQ

E mais casos.

Aborto

Casos portugueses.

Aborto, considerações

(Em relação a este tema não respondo a perguntas ou comentários.)

Fico abismada em relação à falta de empatia social que parece banhar muitas das almas portuguesas. Definitivamente, o ascendente de Portugal deve ser mesmo caranguejo. Os meus concidadãos importam-se unicamente com os seus próprios problemas, com a sua vida, com a sua família - e os outros mais os seus problemas que se danem.
Não concebo, não aceito que me tratem com desrespeito por ser mulher. Não admito diferenciações na lei entre machos e fêmeas, pondo as últimas na cadeia se abortarem por escolha própria. Como é que alguém pode admitir isto? Mesmo que na prática raramente as mulheres sejam condenadas, mesmo que na prática recebam "apenas" uma multa. Mas foi aberto um Processo-crime. A Justiça foi envolvida. Foi sentada no banco dos réus. Imagino o percurso das desgraçadas, julgadas publicamente, à vista de todos.

Ok, deixando de lado o Abuso Psicológico e Emocional das mulheres (só mulheres, sublinho) submetidas a este desrespeito pela lei portuguesa; o facto é que, na lei (NA LEI) existe descriminação activa da mulher na sociedade portuguesa. Só isto para mim é suficiente para me encher de fúria. Eu não admito que a Lei me descrimine. Não consigo aceitar esta descriminação. Não a aceito para mim nem para as outras mulheres - mesmo que as parvas a aceitem para si.
E não me venham com merdas, que a lei é para ser cumprida quer concordemos com ela ou não. O corpo de leis de uma nação é mutável. Muitas consideradas correctas em séculos anteriores não o são hoje em dia. São até consideradas injustas.
Eu não quero ir para a prisão. Não admito que Estado nenhum me encarcere, me puna, caso algum dia recorra ao aborto clandestino. Mesmo que essa seja uma possibilidade remota. Remota ou não - ela Existe.

E, como sinto isto com grande fervor no íntimo, alargo esta ideia às restantes mulheres do meu país. Eu não aceito que nenhuma delas seja encarcerada por terem feito um aborto (aka desmancho, interrupção voluntária da gravidez). Fico com a mesma raiva que ficaria se o caso se passasse comigo; partilho, sem ter conhecido, a dor das desgraçadas (Pobres, meus lindos, ainda por cima Pobres) a quem abrem um processo-crime e que são chamadas de rés e têm de comparecer como criminosas frente a um juiz. Não consigo ver justiça nisto - apenas crueldade social e descriminação baseada no género.

Não percebo como é que muitos compatriotas meus, demasiados, não têm a mesma empatia por elas, não conseguem sequer imaginar a sua dor, a dor de serem publicamente vilipendiadas.
Por serem mulheres.
Por terem úteros.
Mulheres que abortaram.
A vida é sagrada, blá, blá, blá. A vida, parece-me, para muitos defensores do não, tem para eles mais uma qualidade romântica e ideal do que prática e material.
A vida não é um filme. Há famílias que passam fome. Há famílias que não têm dinheiro para terem filhos. É um facto, é real. No abstracto é bonito, a vida é intocável, ó que lindo bebé rechonchudo; na prática as coisas passam-se de outro modo. E não me venham com a ideia da adopção como solução milagrosa. Novamente estaríamos no domínio do idealismo, do romantismo, sem real conexão com a vida prática, com a vida tal como ela é - sem utopias, sem devaneios românticos, quando por exemplo os métodos contraceptivos falham.
Vocês imaginam uma mãe que aceitasse estar nove meses grávida e depois desse esse filho por não ter dinheiro para criá-lo?
Imaginem isto implantado à larga escala.
As vossas mães a carregarem os vossos irmãos no ventre e depois vocês nunca mais os verem; as vossas mulheres a fazerem o mesmo; as vossas irmãs, as vossas cunhadas. Milhares e milhares de bebés dados todos os anos para adopção. E toda a gente sabe que a vida no orfanato é maravilhosa, não sabe? Com sorte até podia calhar na Casa Pia!
Mães deste Portugal a carregarem filhos que nunca mais iam ver. Ó pá, ninguém suporta uma dor dessas. Nem pai nem mãe nem irmão.
Uma mãe tem um descuido, acontece.
Dois filhos dados!!!

E isto sou eu a ser "romântica", ok? Fazendo de conta que, passando o não, é assim que as coisas passam a ser. Está-se mesmo a ver que vai ser, não é?
Os argumentos da malta do não são lindos: dar o dinheiro para maior apoio às mães. Pois, isso vai mesmo suceder. Ver se arranjo um banquinho para esperar sentada. Ai as varicoses. Claro que é mentira. Onde é que a malta do não vive, no país da carochinha? Eu vivo em Portugal e conheço o meu país de ginjeira. Somos hipócritas e dissimulados e relaxados. Laisser faire, laisser passer - aplica-se que nem uma luva à nossa pátria. Pátria sim porque só um patriarcado trata tão mal as suas mulheres.
Se o não ganhar o dinheiro não vai aparecer de um dia para o outro (nem nunca). Portugal é o país da Suprema Ambivalência. Vai ficar tudo em águas de bacalhau.
O que eu gostava era que a cada defensor - e votante - do não fosse atribuída uma senhora ou adolescente de esperanças.
- Aqui a tem. Parabéns, ganhou a lotaria das grávidas! Agora ajude esta mulher a cuidar e a criar o filho que tem na barriga.
Isto sim era colocar em prática os seus ideais. Dar o corpo ao manifesto.
Ai não querem?

ELAS QUE CONTINUEM CALADAS E INVISÍVEIS A MORRER, NÃO É?

Eu sinto isto com tanta força, com uma força incompreensível e desconhecida, e não sei porquê. Sinto esta injustiça nos ossos como se me tivesse sido cometida - e não foi. Pelo menos nesta vida.
Não tenho muitas certezas, aliás, adoro o reino das dúvidas, também me atrai o reino das ambivalências, mas as poucas certezas que tenho sinto-as com a força de um fogo vivo e vermelho, a queimar eternamente dentro de mim. Um vulcão a borbulhar lava incandescente. Sinto-as com fervor e paixão. Como se estivesse no campo de batalha, soldado de infantaria, antes de começar a lutar, absolutamente certo da verdade da minha luta e do meu sacrifício. É um calor interior para o qual não encontro explicação racional.

Sei intuitivamente que somos mesmo todos iguais e que qualquer descriminação entre homens e mulheres (ou adultos e crianças ou heterossexuais e homossexuais) é simplesmente inaceitável.
É inaceitável que me tratem a mim como uma criminosa.
Só a mera Possibilidade de um dia isso poder ocorrer - é inaceitável. Estar essa descriminação consagrada por LEI num estado supostamente democrático - é inconcebível e inadmissível.
Só de pensar nisso sinto asco.

Se eu não aceito isto para mim - não aceito também para nenhuma outra mulher à face do planeta.
O que gostaria também, e muito, de saber é se as filhas ou irmãs ou mães dos defensores do não fizessem um aborto - se as denunciariam.
Porque deviam. Vivam plenamente os vossos ideais. Na prática. É errado? Denunciem. Ponham as vossas filhas e esposas e irmãs e as vossas mães na cadeia.
Ai já não vão para a cadeia porque os juízes são "compreensíveis"?

Não importa, o que importa é a humilhação pública de passar por um julgamento como Ré.
Exijo que o façam. Vivam dentro e com orgulho dos vossos romantismos abstractos.

Mas o português não é assim. Diz uma coisa, pensa outra e age de uma terceira. Ou não age de todo - que também é uma forma de acção. Passiva. Escolher não agir já é uma escolha activa de um tipo de acção.
Aparentemente o sol de Portugal é em peixes.
Peixes: dois peixes a nadarem em direcção contrária.
O signo ambivalente, ilusório. Nativos a viverem o aspecto sombrio deste signo podem ser ilusionistas, mentirosos, hipócritas. Têm a capacidade de iludirem os outros e de se auto-iludirem.
Como isto descreve tão bem certas características dos cidadãos portugueses. Penso que somos campeões no auto-engano, na auto-ilusão, e ó, vai tudo correr bem desde que não façamos Nada. E já agora quantos defensores do não já não fizeram o que agora impedem os outros de fazer?
Hipócritas.
Há em Portugal uma mistura de hipocrisia, auto-engano, um lado sonhador romântico não alicerçado na realidade, em factos, e um grande conservadorismo machista que nos liga ao passado como as raízes de uma árvore morta a ligam ainda à terra.

Ah, vamos continuar como estamos que a lei como está está bem assim. Pois.
AS MULHERES QUE CONTINUEM A SER OBRIGADAS A AGIR COMO CRIMINOSAS.
Não há um guantanamo livre nem nada para as crápulas...? Olha que era bom negócio, sim senhor. O Sócrates que veja isso. Uma prisão SA e tal. Pás pu, pás gajas.
É uma lei que faz das mulheres (QUE SÃO POBRES) criminosas.
É uma lei que faz com que, por medo, as mulheres continuam a MORRER E A TER SEQUELAS FÍSICAS E PSICOLÓGICAS por terem recorrido ao aborto clandestino.
Que as pu, que as gajas continuem a mentir quando vão, à última, para as urgências:
- Não, senhor doutor, não foi um aborto.

Como é que se pode achar sensato que a lei trate em certas circunstâncias a mulher como um ser inferior?
É nosso destino permanecer Caladas quando sofremos? É nosso fado continuarmos Invisíveis quando sofremos?

Ninguém me faz invisível ou me cala. Ninguém.

O Português é pequeno e mesquinho, a viver dentro da sua concha familiar (Portugal tem ascendente em caranguejo), apenas preocupado com o seu pequeno mundo e aqueles que ama - o resto que se lixe. As filhas dos Outros que morram ou fiquem doentes ou fiquem estéreis; as mães dos Outros que sejam julgadas. Devem ser todas umas putas. Andaram no trolaró e agora é que se queixam. Engravida quem quer.
Mas se o azar lhe bate à porta, a este português, é apenas isso - azar. Não é culpa de ninguém, foi um azar e o azar resolve-se. Epá, acontece.
Somos magníficos a projectar nos outros aquilo que não queremos encarar em nós.

Ora, para mim, as filhas dos outros são as minhas filhas; as mães dos outros são também as minhas; as irmãs dos outros têm o mesmo sangue que eu - e por todas elas eu sofro se são destratadas. E é por elas, muito mais do que por mim, que dia 11 de Fevereiro eu voto sim.

Queria explicar melhor com que intensidade eu sinto isto no coração.
Para mim a raiva que sinto equivale àquela que senti quando li a notícia de uma jovem iraniana que para se defender de uma violação matou um dos atacantes e foi presa por isso. Por se ter defendido. Sinto um ódio e uma raiva intensa ao ler notícias destas. Como aquelas que dão conta das mulheres que são violadas em países muçulmanos - e que são presas por terem tido sexo sem serem casadas.
Sinto o mesmo quando leio que homossexuais são mortos devido à sua orientação. Tenho o mesmo tipo de raiva e nojo.
Não sei qual é a fonte. E assusta-me esta intensidade porque não estou habituada a ela. Eu não sou assim - fanática e intolerante e incapaz de aceitar uma opinião contrária à minha. Mas nisto acho Impossível que sequer exista uma opinião contrária a esta.
Jamais votem em mim se um dia me der na telha candidatar-me a algum cargo político - desconfio das minhas tendências ditatoriais.


14 Janeiro '07

A omissão também é um crime. Escolher não agir já é a escolha de um tipo de acção. Se a abstenção vencer ou se o não vencer gostaria que todos os familiares de mulheres que morreram por aborto ou mulheres que ficaram com sequelas permanentes por um aborto mal praticado, ou que estas mulheres elas mesmas, fossem tirar satisfações com cada um dos votantes do não e com cada um dos que decidiu sentar o cu balofo na cadeira e zappar o domingo inteiro de canal em canal.
- Por sua culpa fiquei estéril. Parabéns.
- Por sua culpa a minha mãe morreu.

E um dia, quando o "azar" bater à porta desta malta, espero que as respectivas filhas ou irmãs façam o mesmo.
- Ó pai, vê lá, se tu tivesses votado...
Quanto a julgamentos morais - isso fica com a consciência de cada um. Matou, não matou, não interessa. Cada um que se julgue a si próprio. Não se pode é coarctar a liberdade dos outros. Sejamos adultos e aceitemos plenamente as consequências dos nossos actos e decisões.
Já estou tão farta desta porra. Deste país de machismos, onde as próprias mulheres são parvas e machistas com elas próprias.

Por entre os telemóveis de terceira geração ainda ardem as fogueiras da inquisição.


17 Janeiro

Parece-me que os votantes do não caem em duas categorias: os idealistas e os conservadores.
Os românticos têm aquela ideia de que a vida é sagrada e que ninguém tem o direito de impedir uma vida de nascer.
Vivem no reino dos ideais, no lalaland, no ó vai tudo ficar bem, vamos usar o dinheiro para ajudar as mamãs.
Vivem no abstracto em que um embrião, como possibilidade de futuro, é superior à existência real e concreta de uma mulher, um ser que já existe e que respira e que tem uma vida de facto. Aqui o imaginário, um Futuro Lindo sobrepõem-se ao real, a um Presente Concreto.

Não vos parece muito português? Esta incapacidade de olhar os factos de frente?
Os conservadores basicamente nem sequer sabem porque o são - herdaram os valores do status quo dos papás, dos tetravós. Votam não porque é Errado. Mas nem sabem porquê. Para quê estar a pensar nestas coisas quando a sociedade já o fez por nós? Eles, parece-me, não desenvolveram ainda os seus próprios valores e limitam-se, por preguiça e facilidade, a tomar como seus os valores retrógrados e pequenos dos avós. Se lhes bate o azar à porta rapidamente mandam as convicções às malvas e fazem o que deve ser feito.
Há muitos conservadores por aí que o são apenas de nome. Que nem sequer sabem aquilo que é importante para si.

Bom, devo ter ofendido uma quantidade substancial de malta e peço desculpa por isso. A sério, não estou a gozar. Eu fico passada com este assunto. Por favor continuem a visitar este espaço e não deixem de falar comigo.

18 Janeiro

/peace out

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Ó...

Ó caraças, se calhar são duas 0_0

E agora como é que eu escolho entre elas?

Hummmm, uma gosta de cor-de-rosa e o cor-de-rosa é a minha cor preferida...

Enfim!

Encontrei a minha alma-gémea :D!

É pena ser gaja :/

Mas ninguém é perfeito, já lá dizia o outro de saudosa memória.

Boas Pessoas

http://gloriafacil.blogspot.com/2007/01/das-boas-pessoas.html



Texto de Fernanda Câncio

jantei com uma amiga esta semana. quando já iamos a caminho de um táxi, ela lembrou-se de me dizer, sem sequer eu ter introduzido o assunto, que não votaria a 11 de fevereiro. 'porque não concordo', disse ela.

em 98, ela não votou. estivemos na noite anterior a discutir isso. a minha amiga é católica. a minha amiga abortou, não sei se uma se duas vezes. diz que se arrepende de ter abortado. percebo isso -- percebo bem de arrependimentos. contou-me que um dos abortos -- ou o único? -- foi feito numa mesa de cozinha com uma bomba de bicicleta. só retive isso: uma mesa de cozinha e uma bomba de bicicleta. que foi horrível. que ela era muito nova.

desde 98, falámos pouco ou nada disso. excepto uma vez, quando me ligou a dizer que uma empregada dela tinha ficado grávida de um anormal e que era preciso um número de telefone. eu tinha o número de telefone, mas além do número de telefone era preciso acompanhar a miúda. acompanhei a miúda ao quarto dos fundos sem anestesia para o 'desmancho' às 9 semanas (já contei essa história aqui). a minha amiga deu-me o rolo de notas de 400 euros e ficou no carro, de óculos escuros, à espera.

a minha amiga é boa pessoa: só as boas pessoas, que se ralam com os outros, dão 400 euros do seu bolso para resolver o problema de uma empregada de 18 anos aterrorizada com uma gravidez não desejada. só as boas pessoas agradecem como ela me agradeceu. só as boas pessoas admitem, como ela admitiu enquanto procurávamos um táxi, que se uma filha sua engravidasse ela talvez a ajudasse a abortar. 'não sei', disse ela.

tantas boas pessoas que há como a minha amiga. tantas, tantas. temo que 11 de fevereiro prove que são a maioria.



Também eu, não és só tu.
Parece que nós, fêmeas, ou apenas algumas porque, foda-se, eu não incorporei de certeza, que nós incorporámos com Normalidade este tipo de tratamento.

Este dilacerar interno da mulher, transformá-la em puta e criminosa - foi incorporado pela larga população portuguesa feminina como algo NORMAL.

Somos nós que nos castigamos. Somos nós a fonte do machismo. Não é preciso ir buscá-lo aos homens, não!

ESTE TEMA, ESTE DESRESPEITO IMENSO PELA MULHER, DÁ-ME TANTA RAIVA E TANTO NOJO!!!!!!!!!

*Calma, mulher, calma.*

Mas eu juro que me passo se no dia 11 de Fevereiro a maioria hipócrita decida ficar de cu sentada a assistir a alguma merda na televisão.

UMA BOMBA DE BICICLETA NUMA MESA DE COZINHA?!?!?!?!?! E A OUTRA SEM ANESTESIA, CARALHO???????? MAS EU ESTOU A VIVER EM 1400 OU QUÊ?!?!?!?!?!

COMO É QUE ALGUÉM PODE VOTAR NÃO SABENDO CONSCIENTEMENTE QUE ISTO VAI CONTINUAR ASSIM????????????????????????????????????????????

/cházinhodetíliacházinhodetília


News

Bom, fui encontrar-me com um editor.
Está interessado em publicar o meu novo livro (que não tem nada a ver com o Sr. Bentley, embora seja no mesmo tipo de registo sarcástico) - não sabe é quando.

Je wait :p

Entretanto conheci um astrólogo. Tenho de aprender maaaaaaais!

Mudando um pouco de assunto.

Eu já aqui avisei antes, boys and girls, mas não faz mal nenhum avisar novamente:

se por acaso alguma editora estiver interessada em publicar uma obra vossa, por favor, antes de assinarem qualquer contrato, inscrevam-se na Sociedade Portuguesa de Autores.
Penso que é, mais do que nosso direito, é nosso Dever, enquanto autores - de lutarmos por aquilo que é justo. Quem é que aqui gosta de trabalhar sem ser pago? Quem é que aqui vai todos os dias para o emprego "só pelo gozo, e tal, é giro"?
Ninguém.
Os autores trabalham e têm de ser pagos por isso. Eu gostava que isto, este processso, de auto-protecção, fosse já um mecanismo inconsciente em todos os autores - como respirar.
Não se sintam mal por fazerem exigências.
A SPA dá-vos essa protecção. Mínima, ok?
A necessária.
Isto devia ser básico.
Pensando bem - quem agir assim acaba por estar a lutar pelos autores que virão. Não sei se me entendem. Mas não nos podemos comportar como uma cambada de coninhas, com medo da própria sombra.
Um (mau, péssimo) exemplo: o que são os filhos nascidos de pais escravos?
Compreendem onde eu quero chegar?

É nossa obrigação comportar-nos como homens e mulheres livres - e não aceitar injustiças e condicionalismos que instintivamente sabemos ser errados.

/dunya preaching mode out

terça-feira, janeiro 16, 2007

A Rye sunset.


A Rye sunset., originally uploaded by inanutshell.

winter's fireworks


winter's fireworks, originally uploaded by Serni.

complete rainbow


complete rainbow, originally uploaded by Tasslehoff Burrfoot.

Shelly - Sofa


Shelly - Sofa, originally uploaded by merkley???.

domingo, janeiro 14, 2007

Vidas passadas e astrologia

http://www.angelfire.com/ca2/rosemurray/Pastlive.html

"If you turn the wheel of Kelly's chart so that the twelfth house becomes the first house of a past life, you will see Leo rising as it did in Johnston's chart.

This is the first step you can take in looking at your own chart. What is the sign on the cusp of your twelfth house? That may have been your ascendant in your most immediate past life--or it can in some way describe the person you were then.

Look also at any planets in your twelfth house. They will reveal past issues you have brought into this life to resolve."

Então eu devo ter sido Balança na minha anterior vida :P
Hummm... Não tenho nenhum planeta na casa 12, apenas o asteróide Pallas.

E vocês, quem foram? :p
Vejam aqui: www.astro.com

Basta inserir os dados.
Vejam qual o signo que está no início da vossa casa 12. E os planetas que lá têm (vénus, saturno, plutão, etc).

3 horses at sunset


3 horses at sunset, originally uploaded by Serni.

The Spheres


The Spheres, originally uploaded by imagonovus.


Wot colour is ur soul?
created with QuizFarm.com
You scored as Deep Purple. mysterious and deep, nobody quite knows whats behind you but you like this because it shows you who cares

links

"Introduction to Screenwriting"
Week Three
http://www.lifewrite.com/html/assets/classes/class_3.htm

Understanding the Process of Storytelling
http://www.storyispromise.com/wprocess.htm

quinta-feira, janeiro 11, 2007

contempland siluetele diminetii..


contempland siluetele diminetii.., originally uploaded by tonica.

Most beautiful show at sea


Most beautiful show at sea, originally uploaded by Madeira.

Rainbow Man


Rainbow Man, originally uploaded by sektordua.

Bobcat Snowflakes Captive Web Colo Copyright Jimages 2007

«Oh, não , esqueci-me de pagar a água...!»

:p

Sunset at La Jolla Cove


Sunset at La Jolla Cove, originally uploaded by WisDoc.

Laceleaf Maple


Laceleaf Maple, originally uploaded by photogitis.

Hope


Hope, originally uploaded by Gale Franey.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Em...

Março este blog faz 5 anos.
0_o

Para o ano entra para a escola.

T h e Woolamaloo Gazette

T h e Woolamaloo Gazette

E viva a liberdade de expressão!

Basicamente é assim: queres liberdade de expressão? Atão não comes porque perdes o emprego!

:/

É por isso que ser anónimo neste meio não é nada mal pensado...

A Santa Peregrinação do Não

O Joel vai numa peregrinação a Fátima para que Jesus Cristo Nosso Senhor não permita que aquela coisa do demo vença. Aquilo do aborto, Jesus Cristo, murmura e persigna-se sem largar o cajado e com a mochila às costas.
Vai a pé, o Joel.

O Joel (dizem) nunca fez nenhum aborto. A modos que é desprovido de útero e sem útero essas coisas apresentam certas dificuldades. Mas já tentaram castrá-lo, à dentada, à porta de uma discoteca.
O porteiro falhara a medicação do haldol naquele mês. Não lhe apanhou os testículos por milagre. A quantidade de joeizinhos abortados, vejam lá, a mortandade que seria. E estar agora a pagar funerais a todos, imaginem, imaginem o dispêndio. E onde é que se fabricam caixões daquele tamanho?
Não é por isso, para agradecer o milagre divino, que está na Santa Peregrinação pelo Não. Viu o panfleto na mercearia do Bairro e achou uma bela ideia. Deus Nosso Senhor Que Morreu Pelos Nossos Pecados com certeza estaria presente para abençoar a passeata. Ou se não pudesse comparecer mandava o Espírito Santo para fazer corpo presente. Se encontrasse o caminho, é claro. O que o Joel desconhece porque é um segredo de Estado (e de Igreja) é que o Espírito Santo sai e às tantas não sabe por onde anda. Tem um problema alcoólico, mas chiu, nada de divulgar segredos deste calibre (é feio).

Bom, o Espírito Santo não chegou a aparecer na Santa Peregrinação do Não porque se enfiou numa tasca, afiambrou-se aos pevides e à pinga e foi um castigo tirá-lo de lá. O taberneiro enxotou-o, carregando com ele pelos sovacos junto com um vizinho, pondo-o na rua.
- Filho da puta... - murmurou, nada satisfeito por saber que não ia receber o dinheiro pela mercadoria gasta. O gajo dissera, com uma lata: Deus paga!
- Esse é o outro! É o JC! - replicou em tom brincalhão e mal se aguentando nas canetas.
Ziguezagueou pelas ruas até descobrir outro tasco e alapou-se a uma mesa como o mexilhão à rocha. E tirá-lo de lá? Jesus. Ninguém morria de amores pelo Espírito Santo, além de bêbado empedernindo era caloteiro.
Joel, porém, era crente. Acreditava em tudo aquela alminha. Ai, houvessem mais pontes à venda! Acreditava que o Espírito Santo, sóbrio e correcto, os acompanhava, embora num estado invisível.

E lá seguia o grupo em fila indiana.
Ele é contra o aborto porque a vida é sagrada.
"Diga NÃO! Vote NÃO! Abra o seu Coração!", recitavam os cartazes espalhados nas cidades.
Uma repórter, um bocado lixada naquele dia (o síndroma pré-menstrual pode ser do catano), só por gozo, um gozo cínico que não aliviava a tensão, mas que teria graça mais tarde, perguntou a uma popular do norte, mulher dos seus cinquenta anos:
- É contra o aborto?
- Ai sou, sim senhora. É um pecado. É um pec...
- E o desmancho? É a favor?
- Ai isso já é outra coisa. Já é outra coisa diferente.
- É a favor, então?
- Ai isso sim, isso já é diferente.
Joel lá continuou a caminhar de cajado na mão, na mente a imagem de um dos apóstolos, há dois mil anos (mais coisa, menos coisa), coitados, o que eles sofreram, sem que a consciência lhe apontasse a magnitude da arrogância na comparação. Afinal ele tinha ténis e os outros usavam sandálias.

O Espírito Santo bebia cerveja no meio da rua, roubada numa gasolineira.
A Virgem Maria servia como alternadeira para os lados da fronteira espanhola. Dava-lhe jeito a proximidade. Ao menos não tinha as merdas que existiam em Portugal. A coisa fazia-se com higiene e arranjo. O raio da pílula que ela se esquecia de tomar! Tinha de mudar para o Diu.
Deus, esse, jogava na playstation. E o JC... anda desaparecido. A judite foi alertada, mas avisaram:
- É homem de barba feita. Pode ir onde bem entender sem dar explicações a ninguém.
Puseram a foto a circular, mas foi tudo.
Eu cá parece-me que o tipo deu em budista e rapou a careca.


9 Janeiro de 2007


P.S. Conto inspirado na notícia que dá conta de uma peregrinação ao Santuário de Fátima "dedicada ao 'não' ao aborto".
Que Deus Nosso Senhor se divirta a lançar-lhes caroços de pêssegos à tola, é o meu profundo e sincero desejo. Ámen.
Isto não há muitas esposas assim :p lololol.

http://39mais1.blogspot.com/2007/01/e-deus-criou-mulher.html

Links

How To Achieve Effective Setting
http://www.author-network.com/setting.html

The Caldron of Place
http://www.jamesnfrey.com/articles/place.html


Using the Five Senses to Create the Perfect Setting
http://www.sararwa.com/articles/senses.htm

In his book Secrets of Successful Fiction, Robert Newton Peck suggests
that, " . .a good author writes with a camera, not a pen." Let's consider, then,
that if the author's eye is the camera, then his/her paper is the theater
screen. What the author imagines or "sees" must be transmitted to the paper in
such a dramatic way that the reader feels he/she is actually a part of the scene
they're reading, experiencing it and seeing it in a physical sense.

(...)

To recap:

-Establish the scene.
-Create the setting, making note of all
physical components.
-Apply the five senses to each physical component and
establish sensory detail.
-Balance description between narrative and
dialogue, remembering not to overload your reader with detail.
-Use your
description to move the plot forward.
-Give your characters props to work
with that are a natural part of the setting.
-Use the tools in your camera
bag, both the wide angle lens and the zoom lens, where appropriate, but use them
with care.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Casas astrológicas

http://www.annabelburton.com/astrology_houses.html

Casa Morta



F. Dostoiévski
- Cadernos da Casa Morta -



"Lembro-me de mais um louco estranho. Uma vez, no Verão, chegou um acusado, rapaz aparentemente saudável e muito desajeitado, de cerca de quarenta e cinco anos, com a cara desfigurada pela varíola, uns olhinhos vermelhos balofos e um ar extremamente sombrio. Deram-lhe a cama ao meu lado. Era muito sossegado, não falava com ninguém, sempre sentado, como se estivesse a matutar sempre em qualquer coisa. O dia começava a escurecer quando ele se dirigiu a mim. Sem preliminares, mas com ar de quem me revelava um grande segredo, começou por me contar que, nos dias próximos, deveria receber duas mil pauladas, mas que tal não ia acontecer porque a filha do Coronel G... estava a interceder por ele. Olhei para ele com perplexidade e observei-lhe que, na minha opinião, num caso desses a filha do coronel não poderia fazer nada. Eu

ainda não estava a compreender a situação, uma vez que o homem não fora internado na qualidade de louco, mas de doente normal. Perguntei-lhe que doença era a dele. Respondeu-me que não sabia porque o tinham internado, uma vez que estava de perfeita saúde e a filha do coronel estava apaixonada por ele; que havia duas semanas que ela passava de coche em frente da prisão militar e, numa dessas passagens, como ele espreitasse pela janela gradeada, ela vira-o e apaixonara-se por ele. Desde então, sob vários pretextos, fora três vezes à prisão: da primeira vez fora com o pai, a pretexto de ver o irmão, que era lá oficial de guarda; da segunda vez fora com a mãe, distribuir esmolas, e quando passou por ele sussurrou-lhe que o amava e que o salvaria. Era curioso ouvir com que finos pormenores o homem me contava todo esse absurdo, criado,

obviamente, pela sua cabeça desarranjada. Acreditava religiosamente que se livraria do castigo. Falava calma e positivamente do amor apaixonado da menina e, apesar do absurdo geral da narração, era espantoso ouvir semelhante história romântica de uma menina apaixonada por um homem de quase cinquenta anos, de cara tristonha, esquisita e feia. O que o medo do castigo fez naquela alma tímida! Se calhar, viu mesmo alguém pela janela, e a loucura que amadurecia nele por causa do medo, crescendo a cada hora que passava, encontrou de repente a sua forma. Aquele pobre soldado, que talvez nunca tenha pensado em meninas durante toda a sua vida, inventou de súbito todo um romance, agarrando-se instintivamente àquela palha. Ouvi-o em silêncio e contei aos outros presos. Porém, quando os outros começaram a mostrar curiosidade junto dele, calou-se pudicamente. No dia seguinte o doutor sondou-o demoradamente e, como o paciente lhe dissesse que não se queixava de nada, o

que correspondia aos resultados do exame, foi-lhe dada alta. Ficámos a saber que lhe escreveram na ficha sanat só depois de os doutores terem saído da enfermaria, pelo que já não foi possível que nós os informássemos do que se passava. De resto, nós próprios não percebíamos bem o que se passava. No entanto, a causa de todo aquele imbróglio fora um erro dos chefes, que o tinham mandado para o hospital sem especificarem porquê. Foi um descuido. Ou, talvez, os próprios chefes apenas desconfiassem da sua loucura, sem terem qualquer certeza, sendo levados a agir por causa de rumores vagos e pretendendo que lhe fosse feito o diagnóstico. Fosse como fosse, o desgraçado foi levado, passados dois dias, ao castigo. Pelos vistos, a coisa foi tão inesperada para ele que ficou extremamente abalado; não queria acreditar que ia ser castigado até ao último momento e, quando o arrastaram para o meio das filas, pôs-se a gritar: «Socorro!» Dessa vez, colocaram-no noutra enfermaria do hospital, pois não havia camas vagas na nossa. Perguntei por ele e fiquei a saber que, durante os oito dias de internamento, o homem não dissera uma única palavra, se mostrava embaraçado e muito triste... Depois, quando as costas dele sararam, mandaram-no para qualquer lado. Pelo menos, não ouvi dizer mais nada desse preso..."

Págs. 197-8


Desgraçado do homem.
O que me leva a perguntar: quantos países ainda prendem, castigam ou matam doentes mentais...?

Fiódor, amigo, só um reparo: tu abusas nas vírgulas, pá...
Uma dieta de vírgulas fazia-te bem, camarada.

Mais links sobre ovnis, et's, etc


http://www.eskimo.com/~nanook/et/index.html

http://ufoexperiences.blogspot.com/

http://www.nexusmagazine.com/index.html


Donde retiro esta descrição do que é ser jornalista, que me parece bastante apropriada à realidade portuguesa:

"The business of the journalists is to destroy the truth, to lie outright, to pervert, to vilify, to fawn at the feet of mammon, and to sell his country and his race for his daily bread.You know it and I know it, and what folly is this toasting an independent press?We are the tools and vassals of rich men behind the scenes. We are the jumping jacks, they pull the strings and we dance. Our talents, our possibilities and our lives are all the property of other men. We are intellectual prostitutes." (John Swinton)

Penso que os escritores são um bocadinho (inho-inho) mais livres.



Artigos sobre reencarnação.

Sim, eu sei, a estas horas devia estar a dormir...



Encontros com Aliens



"But why? What's in it for the aliens?
"The same thing they've been doing with us for the past several thousand years.
Which is?
"They farm us. They clone us. They make organs from us, and all kinds of stuff. I'm not saying they are wonderful, benevolent beings coming down here to save the Earth. Bullshit! They have their own self-interests."
So, Jim, they want to preserve the Earth so they can continue to harvest DNA from certain bloodlines?
"Yeah. I think the Earth will be fine, eventually. But humans might not be able to live on it. You need a certain percentage of oxygen to breathe."
You mean the aliens are trying to get their 'crop' to stop self-destructing, so they can keep harvesting what they need.
"That's right. And remember, Linda, when this stuff started happening, I didn't ask for it. And not only did I not ask for it, I didn't want anything to do with it."


Link



segunda-feira, janeiro 08, 2007

Uau


http://www.rosescoloredglasses.com/Write50WS.htm


50...? o_0
Write 50 Books a Year!

(Okay, so that might be pushing it)

FREE Workshop!

Coming August 2007

1. What do you want? 2. What's Stopping You?3. Pre-writing Planning4. Cranking out the Pages 5. Tools for Goal setting and Planning

Join the Roses in a one-week workshop where we'll help you discover how to cram as much writing into your day, week, month and year!

folha de cálculo para escritores


http://www.geocities.com/donnacaubarreaux/WritingGoalsWorkbook.xls

Acreditar


"Ive been asked: What advice would you give others who are hoping to break in?

My answer? Believe. If you truly believe in yourself and your talent, you will be motivated to actually sit down and write the book instead of only dreaming about it. You will be driven to seek out any help you may need (research or craft-related) to make it the best you can create. You will follow-through with marketing, and you wont give up if you dont sell immediately. Belief drives the entire engine even through the rough spots. It battles discouragement, which is, according to Webster, to deprive of courage or confidence. How many army commanders would win a war or coaches would win a game if they deprived their army/team of courage and confidence? Now think about the fact that you are a commander of one. How do you treat yourself? Do you allow yourself to be deprived of courage and confidence?

Consider the following:
***The Good Earth by Pearl S. Buck was returned fourteen times, but it went on to win a Pulitzer Prize.
***Patrick Dennis said of his autobiographical novel Auntie Mame, It circulated for five years through the halls of fifteen publishers and finally ended up with Vanguard Press, which, as you can see, is rather deep into the alphabet.
***Mary Higgins Clark was rejected forty times before selling her first story. One editor wrote: Your story is light, slight, and trite. More than 30 million copies of her books are now in print.
***Before he wrote Roots, Alex Haley had received 200 rejections.
***John Grishams first novel, A Time to Kill, was declined by fifteen publishers andsome thirty agents. His novels have more than 60 million copies in print.
***Thirty-three publishers couldnt digest Chicken Soup for the Soul, compiled by Jack Canfield and Mark Victor Hansen, before it became a huge best-seller and spawned a series.
***Louis LAmour received 200 rejections before he sold his first novel. During the last forty years, Bantam has shipped nearly 200 million of his 112 books, making him its biggest selling author.
***Eight years after his novel Steps won the National Book Award, Jerzy Kosinski permitted a writer to change his name and the title and send a manuscript of the novel to thirteen agents and fourteen publishers to test the plight of new writers. They all rejected it, including Random House, which had published it.There you have it. Youve probably heard it before, but let me remind you: every no brings you that much closer to a yes. If you persevere. If you believe.
"

sábado, janeiro 06, 2007

The Cosmic Cipher: JUPITER/PLUTO & THE LAW OF PROJECTION

The Cosmic Cipher: JUPITER/PLUTO & THE LAW OF PROJECTION

Gostei muito deste artigo. Uma leitura interessante.

(Que me levou de imediato ao pensamento a malta da plataforma "Não", mas isso é outra história...)

Coming from nowhere


Coming from nowhere, originally uploaded by parallax(e).

Shadow lands


Shadow lands, originally uploaded by parallax(e).

Three tales and an oversight

Casa Morta



Excertos de Fiódor Dostoiévski
- Cadernos da Casa Morta -
(Editorial Presença)

"... podem aguentar-se de uma só vez quinhentas, mil e, até, mil e quinhentas pauladas; mas, se tiverem sido sentenciadas duas mil ou três mil, a execução é dividida em duas ou três partes. Os que, depois das costas tratadas, saíam do hospital para receberem a segunda metade, nas vésperas e no dia da alta estavam habitualmente sombrios, carrancudos, calados.
(...)
quinhentas vergastadas, ou mesmo quatrocentas, bastam para poder matar um homem; mais de quinhentas significam morte certa. (...) Entretanto, é possível resistir a quinhentas pauladas sem qualquer perigo de vida.
(...)
Há pessoas que, como tigres, têm a avidez do sangue, anseiam por lambê-lo. Que experimentou uma vez tal poder, tal domínio ilimitado sobre o corpo, sobre o sangue e sobre o espírito de um ser humano, criado como ele próprio por Deus, seu irmão pela lei de Cristo; quem experimentou o poder e a absoluta possibilidade de ofender com a pior das humilhações outra criatura que traz em si a imagem de Deus - tal indivíduo deixa de ser senhor das suas sensações.
A tirania é um hábito; como tal, tem capacidade de evoluir e evolui, acabando por se tornar uma doença. Afirmo que o melhor dos homens pode ficar bruto e cretino até ao estado animalesco por força do hábito. O sangue e o poder embriagam: desenvolve-se a rigidez, a degradação; os fenómenos mais anormais tornam-se acessíveis e, por fim, doces à mente. O homem e o cidadão perecem no tirano para sempre, e o regresso à dignidade humana, ao arrependimento, ao renascimento tornam-se quase impossíveis para ele.
(...)
Numa palavra,
o direito de castigo corporal que uma pessoa tem sobre outra é uma das chagas da sociedade, e é, nela, um dos mais fortes meios de extermínio de qualquer germe, de qualquer tentativa de civismo, é a base da sua inevitável corrupção.
(...)
Havia um certo contentamento, inclusive, quando traziam os malucos [ao hospital], para verificação da loucura. A manha de fingir a loucura para fugir do castigo era uma das muitas a que recorriam os condenados.
(...)
Ora, os verdadeiros loucos trazidos para verificação constituíam um verdadeiro castigo para a enfermaria. No início, os presos recebiam alguns deles - eufóricos, cheios de animação, gritando, cantando, dançando - quase com entusiasmo. «Ena, até tem piada!» - diziam, olhando para as partes gagas do doente. Quanto a mim, era-me penoso ver aqueles desgraçados. Nunca pude olhar com sangue-frio para os malucos.
(...)
em dois ou três dias, faziam perder a paciência a toda a gente. Um louco ficou connosco três semanas e só nos apetecia, a todos, fugir."

Podia pôr aqui excertos do livro todo. Um relato em primeira mão do que é ser condenado ao exílio e aos trabalhos forçados na Sibéria (entre 1850-54).

Um século e meio separa-nos e no entanto o texto é tão estranho quanto real. Vale a pena ler, se gostam deste tipo de leitura. Certas passagens tocaram-me fundo, como a descrição dos animais prisionais, mas, sobretudo, o capítulo 4 da Segunda Parte: O marido de Akulka.
Já devia ter devolvido o livro à biblioteca. Fui lenta, mais por culpa minha do que por culpa da obra. Leiam "Cadernos da Casa Morta". Vale a pena.


(Negritos meus.)

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Previsões 2007

Em inglês.

http://www.astropro.com/forecast/predict/2007-all.html


"Many of the planetary cycles described in this year's forecast deal with what
amounts to an East-West clash of civilizations that dates back at least to the
Greco-Persian wars of antiquity. The West arguably gained supremacy in that
clash around the time that Pluto last aligned with the Galactic Center, at the
start of the Industrial Revolution in the mid-18th Century. With Pluto once more
aligning with the Galactic Center, off and on throughout 2007, I believe that
one of those grand cycles of history is shifting once more. If I'm right, the
signs of that New World Order are already visible, and will be growing
inexorably as we move toward the next Great Chronocrator (Jupiter-Saturn
conjunction), in 2020. Look back to the 536 T-Square with an historical
consciousness, and it was clearly the peak of the Eastern Roman Empire - which,
like the sun, once having reached its zenith, could only set. The great
migrations, the climate change, the East-West clashes of that era are come once
again, heralded by the same celestial configuration."

terça-feira, janeiro 02, 2007

Jake Gyllenhaal


Jake Gyllenhaal, originally uploaded by Daly & Daly.

E esta é para as meninas...



Quem tiver estômago veja esta (imagem Muito forte):

foto

Heat


Heat, originally uploaded by Tom McFarlane.

Esta é para os meninos.

drowning


drowning, originally uploaded by Lara Swift.

Mactan sunrise


Mactan sunrise, originally uploaded by eilslie.

Blue Hawaii


Blue Hawaii, originally uploaded by littlelakey.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Fotos


Magníficas.

Impossível escolher uma só. Deixo o link para o set.

Dundee ship Discovery in Pink Glow


Dundee ship Discovery in Pink Glow, originally uploaded by idg.

Navegar é importante, viver não é importante.

(Quem é que disse isto...?)

tea time


tea time, originally uploaded by littlelakey.

Hoje quero sonhar com este sítio.

('Tás a ouvir, ó dreammaker?)

2007


Dizer o mundo e dizer-me é uma e a mesma coisa.
Luís Ene


O que me fez pensar isto:

Para compreender o mundo tenho de me compreender a mim.

É capaz de ser o mesmo...



Bom, daqui a pouco estamos em 2012. Apertem os cintos!

Um óptimo 2007 é o que desejo a todos.