"Frio. Paulo sentiu arrepios gélidos trespassando-lhe a pele e uma dor de cabeça horrorosa, como se tivesse passado os dias anteriores a beber e acordasse de ressaca. Não era capaz de abrir os olhos. Não sentia o corpo, só as partes que o frio tocava. Quis mexer-se, não foi capaz. Paralisado, passou-lhe célere, a palavra na mente. Paralisado. Tentou concentrar-se noutras informações que pudesse receber através de meios diferentes. Os ouvidos só lhe devolviam um atroz e tenaz zumbido por isso tentou desligar-se deles. A boca, seca. Tinha sede. Água, precisa de beber água. O nariz devolvia-lhe odores semelhantes aos que havia experimentado nos túneis, embora menos fortes e no meio desses existiam outros. Se conseguisse descobrir quais... tentou adivinhá-lo pelo processo de eliminação. Não eram odores de comida, guisados, sopas, fruta, iogurtes, especiarias. Nada remotamente semelhante. De repente apanhou o acento leve, subtil, de uma fragrância.
Um perfume. Conhecia-o! Quem é que tinha o hábito constante de perfumar-se, quem tinha a vaidade como principal falha?"
Extraído de um dos capítulos do romance que escrevi em Novembro.
Ai, 'tou cá com uma destas vontades de o corrigir...
(Informação perfeitamente irrelevante: tem uma cena de violação homossexual.)
(Pergunta: quem compraria um livro com uma cena dessas? Se sim, favor assinalá-lo nos comentários.)
[Please, call me Lola.]
[Eu hoje não 'tou bem, lol.]
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