As pessoas felizes escrevem?
(Sei que li isto algures...)
É preciso ser não-feliz (o que não equivale a infeliz) para escrever?
É preciso ter alguma coisa cá dentro incompleta?
Pensei que já tinha esta coisa da escrita resolvida, os porquês, os comos, os objectivos, etc e tal.
Mas as resoluções não solidificam. Ou melhor: pensava que eram de cimento e afinal eram de areia. Veio um chuvisco e puff, lá se foi o edifício do que eu julgava já compreendido/resolvido.
Ok. Dom. O Dom. The Calling, como se diz em inglês e que tem uma sonoridade majestosa, divina. É-se chamado pela Voz para a Missão Superior Da Arte!
(Ganda snobeira, lol)
Somos meros estenógrafos? (Como disse Stephen King em “On Writing”).
Ouvimos uma Voz e, como os Profetas, limitamo-nos a escrever o que é ditado?
Onde é que está a Arte aqui?
Na Voz, não em nós.
Ok, então a escrita que obedece a uma tal Natureza Superior? Concedamos que sim, que obedece. Mas somos (como o filme incrível que vi ontem na rtp1, com o Matt Damon e o Ben Affleck – isto deve ‘tar mal escrito, lol - ), meros anjos obedientes, submetidos à vontade do Senhor? Ou, apesar da tal Natureza Superior, possuímos o dom do livre-arbítrio (na escrita)?
E é aí que a Arte (através da expressão artística) se forma? Na conjunção (na intercepção) entre Natureza superior (básica, primitiva, o átomo original da criatividade) e escolha humana? (E trabalho humano também, é bom acrescentar).
Olhem, isto está-me a confundir. Vou parar por aqui.
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