Tenho o livro a um terço de o acabar e não quero terminá-lo. Não sei se por já estar farta ou se por gostar tanto que adio o fim.
E depois, para descontrair, vou para a poltrona ver a guerra das luzinhas. Lá, lá ao longe...
Lá ao longe, onde se descarregam toneladas de bombas sobre uma cidade para (desconfio) acertar nessa minúscula, microscópica agulha escondida no palheiro. Arrasar com a cidade e ter a certeza que o gajo não se safa.
Imagino: anos setenta do século passado, antes do 25 de Abril. E se quisessem ter dado cabo da ditadura (a nossa, que durava e durava e durava, tipo pilha duracel) à força de bombas?
Arrasar com Lisboa para apanhar os gajos.
Our own private war. A nossa guerra das luzinhas. Eu na altura estava na França, no ventre da minha mãe. Nasci em '73, vim para Portugal com a democracia instalada.
E agora, ao ver a tvi, a sic, a rtp, a ntv, a têvê do raio que o parta, às tantas da manhã, não consigo deixar de pensar: podíamos ter sido nós.
Ou: podemos ser nós um dia.
É que nunca se sabe.
Começo a ter medo do futuro. Começo a temer coisas que antes não temia. Coisas i-ni-ma-gi-ná-veis.
[/Lola out]
Durmam bem.
(While you can...)
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