domingo, maio 25, 2003


Merda das alergias. Queixo-me à Musa. Ela está-se nas tintas.
Deixem-me dissertar (hum, alongar-me será melhor termo) sobre a Musa que me calhou em sortes.
Vejo-a sempre vestida à hippie, tão bela que se está nas tintas para a beleza. Tem o cabelo muito comprido, com caracóis escorridos e mais ou menos castanhos-claros. Usa um lenço atado à cabeça. (Porquê? Porquê?) Nunca está disponível para mim.
- Ó pá, vá lá, encalhei no capítulo, dá aí uma ajudazinha...
- Tens um charro?
(Silêncio.)
- Eu nem sequer fumo.
Vira-me as costas e nem me responde.
- Porra, mas custa-te tanto?!
- Tens trocos para o bingo?
A minha Musa tem um, errr, gambling problem, nem quero pensar quando o Casino do Santana abrir, ai santa mãezinha.
- Tenho... hum, 20 cêntimos.
- Serve.
E pira-se. A cabra. Sem me inspirar uma reles linha. As Musas não servem para porra nenhuma. Servem como lembrança constante de que apenas o trabalho produzirá o livro, a obra almejada.

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