[Da série: Devaneios Bentlianos]
Ou: Espero que Ninguém me Processe
Conhecemos um certo e determinado papa que em certas e determinadas situações, nomeadamente quando não tem dinheiro para pagar à guarda real suiça, aqueles fatos de palhaço vão por um balúrdio, vende as nádegas a certas e determinadas personalidades políticas ali para os lados do Parque Eduardo Sétimo, altas horas da noite, quando as corujas debicam os ratos caçados, é só volvos a passar, só volvos a passar.
(Diz o senhor Bentley. Catarreia.)
Conhecemos também essas certas e determinadas nádegas, branquíssimas, caídas, teutónicas e papistas e achamos que o preço que o gajo pede, francamente, vá roubar para o Metro, nunca mais me enganas.
E os sapatinhos, Jesus, é cada tacão, nem a Naomi Campbell (ó que és tão boa que és tão bela) se aguenta neles. Mas este papa já anda na vida há mais anos que a bela, dulcíssima Naomi pisa a passerelle. Tem clientela fixa, arrumada, trazem-lhe outros, ele é políticos, ele é juízes, ele é diplomáticos diplomatas diplomados, ele é oficiais superiores da Marinha Mercante e de Guerra, ele é chefes de clubes de futebol, só gente porreira. Freguesia da boa. Não admira não haver crise no Lugar Santo. Não conhece recessões vai para décadas (bom local para investir, a propósito).
(O senhor Bentley alça os olhos para o céu, cruza os braços atrás das costas e balança-se para trás e para diante com a vista firme nas nuvens negras e espessas como cobertores sujos.)
Queríamos apenas dizer (continua o senhor Bentley abrigando-se dentro da paragem do autocarro) que este certo e determinado indivíduo é careiro e que ficariam melhor servidos se fossem mais abaixo ter com os putos. Levam menos e são tenrinhos. Tenrinhos como puré de batata com molho. Slurp.
(Teve pena de não ter telemóvel. Podia avisar que ia jantar a casa. Eis que chega o autocarro.)
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