quinta-feira, fevereiro 23, 2006

pensares disciplinares

Trying to light the bloody fire...

 

Sim, é vero: albergo uma salamandra em casa. É pequena, negra, rectangular e tem um visor de vidro que, feitas as contas, fica mais caro, ou quase tão caro quanto a salamandra ela mesma. Mas quarto sem salamandra nem chega a ser quarto! É sucedâneo de quarto! É torre friorenta num castelo bolorento! São imperativas – as salamandras.

 

Hoje de manhã diligenciei feito extraordinário – escrevi durante quase duas horas. Ó, e chego a ter saudades desses tempos imemoriais, perdidos em antiquíssimas lonjuras temporais (rima, mas que se lixe) em que era capaz da proeza de escrever durante quatro horas! Ok, ok, interrompidas amiúde para fazer o chá.

 

Verde. Porque sim. Porque bate e é saudável. Coisas que batem geralmente não fazem bem à saúde (é o que oiço).

 

Acorda-me, pronto. Põe-me com vontade de fazer coisas. E isto sem cafeína não vai lá, meus senhores.

 

Ai... agora que vou estar uns mesitos parada, só a escrever, livre do call-center (para onde desgraçadamente terei de voltar quando se me acabar o money), deparo-me com a grave dificuldade de disciplinar-me. Como fazer para me levantar cedo de manhã e ir escrever? Eu até acordo cedo, mas depois fico na cama. A chatice é essa. Talvez arranjar um buldogue treinado para estas eventualidades de preguiça. Devem existir, com certeza. Há cães para tudo. Certamente haverá um para nos arrancar da cama à força e nos depositar na secretária e, entre rosnadelas ameaçadoras, convencer-nos (com delicadeza) a trabalhar.

 

Já abandonei a ideia (peregrina) de me levantar às oito e escrever até às onze. Agora ando a ver se me convenço: oito e meia. Não? Ok, nove horas. Também não?

 

Nove e meia...?

 

‘Tá difícil. Sou avessa a negociações.

 

Mas tenho de escrever de manhã. Se a deixo passar então à tarde não faço nada.

 

 

Bom... passo a passo, pouco a pouco, lá chegarei! A um horário mais ou menos definido, mais ou menos definitivo – por uns meses. (Novamente reformulado quando regressar ao emprego.)

 

Logo se vê.

  

 
 

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