segunda-feira, março 27, 2006
Poema feito para um grupo de quatro gravuras da autoria de Fernanda Garrido (patente na Galeria Diferença, ao Rato).
QUATRO GRAVURAS
Para Fernanda Garrido
O rosto que em si se recolhe
Oculta e mostra as
Imaginações do mundo
Subtis e palpáveis.
Cada quadrado é uma janela
Cristalina: longes de mar
E de montanha, abrigos
De imagens, memórias
Do coração. E a cisão
Contínua, de quadrado a quadrado,
Como películas de um filme
Interminável.
Mas as janelas comunicam entre si,
Alternando no diálogo
A sua posição e cor
Na definição rigorosa
Do seu ser em aberto.
Tudo cabe na pupila que as rasgou
E na que as visita:
Sugestão de quadros dentro do quadro,
O fluir da vida e do tempo.
A dádiva demora-se
E envia-se em todas
As direcções do vento.
Lisboa, 2006-03-25
Maria Teresa Dias Furtado
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